Alcar Nacional 2025
27 a 29 de agosto
O XV Encontro Nacional de História da Mídia – ALCAR 2025 será realizado entre os dias 27 e 29 de agosto de 2025, com atividades de pré-evento no dia 26 de agosto, na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), campus do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), em Mariana, Minas Gerais. Promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (ALCAR) e organizado sob a coordenação do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da UFOP, tem como tema central “Revisões críticas da história: comunicação, território e decolonialidade”.
Revisões críticas da história: comunicação, território e decolonialidade
A trajetória, a história e a memória da mídia são elementos articuladores entre experiências passadas, contemporâneas e futuras no campo da comunicação. Portanto, a relação entre a memória e a história dos sujeitos e das instituições coloca-se como um dos focos de tensão no entendimento das formas e modelos midiáticos no tempo presente, bem como das perspectivas do porvir.
Em sua décima quinta edição, sob o tema central “Revisões críticas da história: comunicação, território e decolonialidade”, o XV Encontro Nacional de História da Mídia – ALCAR 2025 evidencia a importância da ampliação do relato histórico hegemônico para esse entendimento, distinguindo narrativas e perspectivas plurais que foram invisibilizadas e/ou marginalizadas ao longo do processo de construção do campo. O tema se destaca por sua abordagem crítica e decolonial, que busca compreender os vínculos entre os diferentes sujeitos e os territórios.
Assim, durante três dias serão debatidas questões contemporâneas concernentes às práticas comunicacionais e midiáticas e suas relações com a construção da memória e da história do campo e com os processos deontológicos que marcam cada uma das áreas envolvidas. Tal historicidade de temáticas comunicacionais receberá um olhar plural e socialmente engajado, priorizando um pensamento interseccional e os diferentes enfoques da diversidade para a construção de uma história crítica e contextualizada da Comunicação.
Na articulação entre passado, presente e futuro na experiência midiática brasileira espera-se contemplar antigas e novas formas comunicativas na sociedade informacional; processos, políticas midiáticas, de consumo e contínuos fluxos de transformação; assim como, a exploração do lugar da mídia nos modos de aquisição da experiência, com vistas a problematizar as singularidades, as regularidades e as estruturas de repetição em que os meios e os modos de comunicação se evidenciam como agentes da história. Ressaltando as perspectivas decoloniais sobre os movimentos históricos da comunicação no Brasil e na América Latina, localizando saberes, reconhecendo epistemologias plurais e pensando desde e em diálogo com o território, para fomentar, entre outros pontos, reflexões sobre a complexidade do enfrentamento à hegemonia de uma história única e as temporalidades de acontecimentos-limite sob um ponto de vista comunicacional.
A organização do evento em Mariana se notabiliza pelo seu profícuo período de realização, coincidindo com um conjunto de efemérides que possibilita direcionar a atenção do campo da Comunicação para o marco de uma década do rompimento da barragem de Fundão, acontecimento-limite que é ponto de virada inescapável ao território, bem como para o PPGCOM, o curso de Jornalismo e UFOP. O Encontro também celebra e destaca nacionalmente os 10 anos do PPGCOM e a abertura do recém-aprovado curso de Doutorado em Comunicação na UFOP, primeiro na área das Ciências Sociais Aplicadas na Universidade.
Sobre a identidade visual do ALCAR 2025
Em convergência com a proposta do XV Encontro Nacional de História da Mídia – ALCAR 2025, a perspectiva antirracista e decolonial ampara a identidade visual do evento. Desenvolvida pelo artista plástico, designer e pesquisador Raphael Sthéfano, a arte apresenta um adinkra africano que inspirou os padrões das grades das casas em Minas e no Brasil, o passáro Sankofa. Este elemento gráfico, que traz a imagem de um pássaro com a cabeça voltada à cauda, tem como significado “voltar atrás para buscar o que foi esquecido”. Parte da cultura Akan, Sankofa ensina sobre a importância de ressignificar o passado para o entendimento do presente e a construção do futuro. Fazendo alusão à revisão crítica da história, este projeto visual se desconecta do ideário da arquitetura clássica barroca hegemônica e se conecta a uma arquitetura popular, que reconhece e valoriza o legado artístico e intelectual de povos desterritorializados e originários ao adotar uma tecnologia gráfica ancestral.
Sobre o artista: Raphael Sthéfano é artista plástico e designer formado pela UFES e CEET Vasco Coutinho. Seu trabalho possui um estilo marcado pelas epistemologias originárias e afro-brasileiras, um mix de tecnologia ancestral e manifestações contemporâneas. Integrante da comissão de organização local do ALCAR 2025, é também mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFOP, desenvolvendo pesquisas no campo das humanidades digitais e tabelamento com bolsa Capes.

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