Congresso

Programação

2 a 4 de agosto de 2023
Universidade Federal Fluminense (UFF) – Niterói (RJ)
Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS)
Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC-UFF)

NOVO IACS (Gragoatá)
Rua Prof. Marcos Waldemar de Freitas Reis, s/n
São Domingos – Niterói / RJ

2 de agosto

PRÉ-CONGRESSO:

Encontro da Rede de História da Mídia na América Latina (Relahm)

Local: Sala de Cinema (Novo IACS) – Gragoatá

14h – 15h:
Abertura

Por uma História Conectada da Mídia na América Latina
Participantes: Marialva Barbosa (UFRJ), Ana Paula Goulart Ribeiro (UFRJ), Eduardo Gutierrez (Colômbia)

15h – 16h30:
Fórum de grupos de pesquisa ALCAR-RELAHM

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XIV ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA

17h:
Abertura do Congresso

Sessão Solene

Local: Auditório do Bloco G – Gragoatá

Vice-reitor da UFF, Prof. Fabio Passos

Diretora do Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS-UFF), Profª. Flávia Clemente de Souza

Coordenadora de Pesquisa da UFF – Pró-Reitoria de Pesquisa (Proppi), Profª. Helena Carla Castro

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC-UFF), Prof. Pablo Nabarrete Bastos

Presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores em História da Mídia (Rede Alcar), Profª. Christina Ferraz Musse

Presidente da Comissão Local da UFF de Organização do XIV Encontro Nacional de História da Mídia, Profª. Rachel Bertol


18h – 21h:

Conferência de abertura

Memória, Formas de Dominação e de Resistência, Disputas sobre os Significados da Anistias 

Prof. Doutor José Sérgio Leite Lopes, do Museu Nacional (UFRJ) – Presidente da Comissão de Memória e Verdade da UFRJ

3 de agosto

MANHÃ

Encontro de Grupos Temáticos(GTs) da Alcar

Primeira sessão: 9h – 10h15m
Segunda sessão: 10h30m – 12h
Local: Salas do Novo IACS – Gragoatá

11h30 – 12h30:

Roda de conversa

Em defesa do Jornalismo e da democracia: lutas históricas da profissão jornalista

Local: Sala de cinema do NOVO IACS – Gragoatá

Jornalista Samira Castro, presidenta da FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas

Profª. Drª. Carmen Pereira (UniCarioca), Secretária de Educação da FENAJ

Mediação: Profª. Drª. Valci Zuculoto (UFSC/ALCAR)

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TARDE

Encontro de Grupos Temáticos(GTs) da Alcar
Primeira sessão: 14h – 15h15
Segunda sessão: 15h30 – 17h
Local: Salas do Novo IACS – Gragoatá

17h – 18h:

Lançamento de livros

Local: Sala de Cinema do Novo IACS –  Gragoatá

18h:

Roda de conversa

Debate:
As mídias brasileiras e a ditadura militar: colaborações e resistências (e o caso da Folha de S. Paulo)

Local: Sala de Cinema do Novo IACS –  Gragoatá

Ana Paula Goulart Ribeiro (UFRJ)

Flora Daemon (UFRRJ)

André Bonsanto (UFG)

Lucas Pedretti (UFRJ)

Mediação: Igor Sacramento (Fiocruz / PPGCOM-UFRJ)

4 de agosto

MANHÃ

Encontro de Grupos Temáticos(GTs) da Alcar
Primeira sessão: 9h – 10h15
Segunda sessão: 10h30 – 13h
Local: Salas do Novo IACS – Gragoatá

9h-13h:

Minicursos

História das Mídias para uma Educação Midiática

Local: Salas do Novo IACS – Gragoatá

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TARDE

14h30 – 16h30:

Minicursos

História das Mídias para uma Educação Midiática

Local: Salas do Novo IACS – Gragoatá

14h – 17h:

Assembleia e Eleição

Local: Sala de Cinema do Novo IACS –  Campus Gragoatá 

Convocações para a Assembleia Ordinária da Alcar 2023:

CONVOCAÇÃO 01

CONVOCAÇÃO 02

CONVOCAÇÃO 03

17h30 – 18h30:

Prêmio José Marques de Melo

Local: Sala de Cinema do Novo IACS –  Campus Gragoatá 

ENCONTROS DOS GRUPOS TEMÁTICOS (GTs)

Diretora Científica da Alcar e coordenadora científica nacional do evento: 
Dra. Valci Regina Mousquer Zuculoto (ALCAR/UFSC)

Coordenação científica local: 
Dr. Michele Pucarelli (UFF)

Coordenador do Prêmio José Marques de Melo (exclusivo para estudantes de graduação): 
Doutorando Vinícius Ferreira (UFRJ)

Assistentes científicos: 
Dra. Talita Magnolo (UFJF) e Dr. Luciano Klöckner (Girafa/UFSC)

Coordenação Nacional:
Izamara Bastos Machado (Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz) e Wilson Couto Borges (Fiocruz)

Coordenação local de apoio:
Larissa Morais (Universidade Federal Fluminense – UFF) e Carla Baiense (UFF)


DIA 03 DE AGOSTO – MANHÃ

Sessão 1 – História do Jornalismo, regimes autoritários e anistias

9h – 10h15 / Sala Novo IACS – J 11 D

Coordenação/Mediação – Wilson Couto Borges (Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz) e Carla Baiense (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Jornal O Portuguez e a Revolução Pernambucana de 1817

Mario Luiz Fernandez (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS)

Resumo: Este artigo resgata um período específico da história do jornal O Portuguez, editado em Londres (1814 a 1822 e de 1823 a 1826) pelo jornalista lusitano João Bernardo da Rocha Loureiro. Objetiva analisar o posicionamento do periódico em relação à Revolução Pernambucana de 1817, uma vez que o jornalista era crítico contumaz da Coroa Portuguesa e defensor de revoluções e reformas. Utilizando-se de pesquisa documental e bibliográfica, e tendo por base edições de 1817, 1818 e 1819, observa-se que Rocha Loureiro foi contra àquela Revolução, bem como procurou desacreditá-la junto à comunidade internacional e desestimular os revoltosos.

A mídia como instrumento de poder no Regime Nazista

Andressa Sendon Gomes (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ) e Marialva Carlos Barbosa (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

*Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo.

Resumo: O artigo tem como objetivo o estudo da utilização da mídia como instrumento de poder durante o período de vigência do Partido Nazista na Alemanha (1933-1945). O papel da mídia como veículo de comunicação torna-se ponto central na formação de uma opinião pública, que muitas vezes é moldada por quem controla esses meios. Dessa forma, o intuito do texto é compreender brevemente a ação dos meios de comunicação durante o regime nazista, aprofundando-se, sobretudo, no rádio e no cinema e, preferencialmente, fazendo considerações sobre alguns impressos. Para isso, foi utilizada uma revisão bibliográfica como metodologia. A partir de alguns estudos realizados sobre o tema, produzimos apontamentos, fazendo, portanto, da revisão bibliográfica o aporte metodológico.

A Lei da Anistia e a defesa da impunidade dos crimes da ditadura civil- militar nos jornais Folha de São Paulo, Estadão e O Globo

Carmen Abreu (Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA) e Elisa Lubeck (Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA)

Resumo: Os crimes cometidos no Brasil durante a ditadura civil-militar (1964-1985) não foram punidos. A transição para o regime democrático foi definida e comandada pelos militares e atendeu aos seus interesses, sendo o principal deles a impunidade. Uma falsa reconciliação se estabeleceu e as violações aos direitos humanos e os crimes cometidos contra a humanidade ficaram fora do debate por muito tempo no país. O Brasil não acertou as contas com seu passado. O que faz com que a democracia esteja sob constante ameaça. Neste sentido, o objetivo principal do texto é bordar a ditadura civil-militar e a Lei da Anistia, a partir do discurso dos jornais FSP, O Globo e Estadão. A imprensa foi conspiradora, apoiou o Golpe de 1964 e a ditadura civil-militar que se instalou no país. E em alguns temas, como a Lei da Anistia, ainda defende a posição dos militares.

A tortura como fio que conduz o corpo noturno do Brasil a partir de suas ocorrências e ausências no programa Dossiê Globo News com o guerrilheiro Carlos Eugênio Paz

Lucas Guimarães Resende (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG) e Phellipy Pereira Jácome (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG)

Resumo: A partir do programa Dossiê Globo News com Carlos Eugênio Paz, de 2012, este trabalho pretende pensar nas relações entre tortura e Estado brasileiro, considerando o papel de práticas jornalísticas em tensionar, ou não, essa discussão. A entrevista do jornalista Geneton Moraes Neto com o guerrilheiro Paz emerge como ponto de discussão e disputa do Brasil em seu passado de uma ditadura civil-militar, de uma relação direta desse passado com o presente do século XXI, e dos vislumbres de futuro que poderiam ser construídos com percepções e políticas sobre o tempo. Mobilizando o conceito de corpo noturno da democracia, de Mbembe (2017), aponta-se, então, a tortura como o fio de um Brasil noturno que continua a existir, mesmo com a tentativa de escondê-la e asfixiá-la em um passado que pensa-se ter rompido.

Debate: 9h40 – 10h

Intervalo para café: 10h15 – 10h30  

Sessão 2 – História do Jornalismo, práticas profissionais e riscos para a democracia

10h30 – 11h45 / Sala Novo IACS – J 11 D

Coordenação/Mediação – Izamara Bastos Machado (Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz) e Wilson Couto Borges (Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz)

Intelectuais e imprensa: Uma Relação Essencial na Construção do Pensamento Crítico

Iris Menezes de Jesus (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: O presente trabalho visa investigar a relação existente entre a imprensa, letramento midiático e intelectuais. Buscando pontos congruentes entre as três temáticas e debatendo criticamente as visões apresentadas. O trabalho consiste em um breve estudo sobre o conceito de “intelectual” utilizando-se de autores clássicos e contemporâneos, bem como visa uma análise da influência da imprensa na construção da opinião pública, considerando o jornalista um intelectual capaz de articular relações sociais. Por fim, destacamos a importância de um jornalismo ético e da leitura crítica dos conteúdos.

Reorganização das rotinas produtivas e profissionais do jornalismo frente à pandemia de Covid-19

Roberto Falcão (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio), Larissa de Morais Ribeiro Mendes (Universidade Federal Fluminense -UFF) e Leonel Azevedo de Aguiar (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio)

Resumo: Este artigo revê aspectos ligados aos processos de produção de notícias na imprensa tradicional, particularmente as rotinas profissionais, para entender o impacto da pandemia de covid-19 na reorganização do trabalho jornalístico na redação do jornal O Globo. Discutimos o novo modelo de trabalho que emerge, a partir de revisão bibliográfica e de entrevistas realizadas no quarto trimestre de 2022. Foram ouvidos a editora executiva Fernanda Godoy, ligada ao jornal impresso, e os repórteres especiais Ana Lucia Azevedo, especializada em Ciência e Saúde, e Eduardo Graça, à época da pandemia editor de Sociedade. As entrevistas contribuem ainda para uma reflexão a respeito do reforço do papel social da imprensa, na pandemia.

Entre Brasil e México: primeiras aproximações nos desafios na prevenção e enfrentamento à violência contra mulheres jornalistas

Giovana Braga Kebian (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

Resumo: Este artigo buscou realizar uma primeira aproximação, através de um estudo exploratório (GIL, 2017) sobre o tema das políticas públicas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres jornalistas, em uma abordagem comparativa dos contextos brasileiro e mexicano. Partindo da discussão sobre precariedade em Butler (2011), entende-se os ataques a mulheres jornalistas como ataques a corpos precários. Nesse sentido, buscou-se identificar como as legislações dos dois países atuam no enfrentamento a violência contra a categoria e elaboram perspectivas de gênero, raça e outras condicionantes na formulação de políticas para garantir o direito à vida das profissionais da imprensa.

Página (in)feliz da nossa história: o consórcio de imprensa na pandemia de Covid-19

Ana Paula Goulart de Andrade ( Universidade Federal Fluminense – UFF e Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ) e Marcos André Oliveira Cony (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

Resumo: O objetivo do artigo é apresentar o consórcio de imprensa formado na pandemia de Covid-19 pelos seis maiores veículos de comunicação do país – G1, O Globo, Extra, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e UOL, além de mostrar a importância deste movimento como um marco histórico na imprensa, que permaneceu por 965 dias, de forma ininterrupta, como porta-voz oficial dos dados da maior crise sanitária do século. Discutimos sobre o contexto político da pandemia, recuperamos a rotina produtiva do consórcio e destacamos a força da perenidade da atividade jornalística. Para isso, o trabalho traz à tona conceitos do campo jornalístico e dos estudos de memória.

Jornalismo nos Últimos 40 Anos: Ainda o Mesmo?

Gabrielle Granadeiro da Silveira (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)

Resumo: Este trabalho parte de uma percepção sobre a anunciada crise do jornalismo, especialmente aquele exercido em veículos impressos, que parecem culminar em um declínio de credibilidade destes profissionais. Para isso, ele busca entender quais foram as principais mudanças no papel do jornalista em suas redações nos últimos 40 anos, se elas contribuíram para uma possível desvalorização do profissional e de que forma e, em caso positivo, se ainda existe alguma  possibilidade de exercer o que ainda conhecemos como jornalismo ou se, de fato, podemos declarar sua extinção.

Debate: 11h20 – 11h45


DIA 03 DE AGOSTO – TARDE

Sessão 3 – História do Jornalismo, narrativas jornalísticas e quadros analíticos 

14h – 15h15 / Sala Novo IACS – J 11 D

Coordenação/Mediação – Izamara Bastos Machado (Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz) e Larissa Morais (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Censura na Fonte: Em Canudos, Jornalistas Podiam, Pela Primeira Vez, Transmitir Notícias pelo Telégrafo, Mas Antes Precisavam Driblar Militares

Cristiane Henriques Costa (Universidade Federal do Rio de Janeiro  – UFRJ) e Rafaela Reis Gama (UFRJ)

Resumo: Canudos foi a primeira guerra brasileira em que a imprensa pôde contar com o telégrafo elétrico para a cobertura dos combates. Mas o que seria um meio de comunicação revolucionário, a ponto de modificar até mesmo o estilo de sua escrita, cada vez mais concisa e objetiva, foi também uma forma de controlar a narrativa sobre a guerra. Mesmo ameaçados, alguns repórteres criaram estratégias para driblar a censura e denunciar os desmandos militares. Outros, como o correspondente Euclides da Cunha, optaram por se calar e só publicar suas críticas em livro. Décadas depois, o manual do Exército sobre correspondentes de guerra confirmaria a importância do “fator tempo” para controle da imprensa, estabelecendo que censura a telegramas fosse muito mais rígida do que as reportagens enviadas pelo correio tradicional e livros. A repercussão de Os Sertões mostraria que estavam errados. Mesmo que não tenha sido julgado, o massacre de Canudos nunca foi esquecido ou perdoado.

Entre a modernidade e a defesa da democracia: o noticiário sobre o centenário e o bicentenário da Independência do Brasil

Lucia Santa-Cruz (Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM/Rio)

Resumo: Este artigo antecipa os resultados de pesquisa que analisou como a imprensa retratou o centenário da Independência em 1922 e como o jornalismo em 2022 abordou o bicentenário. Por meio de levantamento documental na Hemeroteca Brasileira da Biblioteca Nacional e de consulta a portais jornalísticos, a pesquisa analisou cerca de 5 mil notícias. A análise documental identificou três dimensões – a da comemoração, a social e a política – subdivididas em categorias específicas. Os resultados apontam que o Centenário teve cobertura diária que chega a ser quase 3,5 vezes maior que a do Bicentenário. Essa cobertura tinha como principal tônica a preocupação com a modernização da cidade (representada pela então capital da República) e com o olhar estrangeiro. Já em 2022, o noticiário apresenta alguns conteúdos de questionamento da efeméride, mas termina sendo cooptado pelo clima eleitoral polarizado e pela necessidade de defesa da democracia.

Gripe espanhola e covid-19 nos jornais: memórias do passado e do presente nas mesmas páginas

Radígia Santos de Oliveira (Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz)

Resumo: Com foco na historicidade dos processos comunicacionais, a intenção é ressaltar o papel dos jornais como guardiões das memórias. A partir da amostra de textos recentes sobre a gripe espanhola e a covid-19, publicados pelo jornal centenário O Estado de S. Paulo – versão impressa acessível digitalmente –, a ideia é revelar como o veículo produz as memórias do presente, ao mesmo tempo em que aproveita datas e situações da atualidade para reacender o passado, muitas vezes por meio de pesquisas ao próprio periódico, em uma espécie de autorreferência.

Imagens à Espera: o Destino de um Acervo no Tempo das Incertezas

Mariana Scavassin Vaz Mattos (Universidade Federal do Paraná – UFPR), Rodolfo Stancki (Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR) e José Carlos Fernandes (Universidade Federal do Paraná – UFPR)

Resumo: Os jornais do Grupo Paulo Pimentel (GPP), com sede em Curitiba, PR, somaram seis décadas de produção maciça de imagem fotográfica e charges – linguagens nas quais se notabilizam pelo volume, qualidade e representatividade. A venda do conglomerado de comunicação, em 2011, abriu um tempo de incertezas sobre o destino do acervo e uma corrida para historicizá-lo. Neste artigo, condensamos parte desses esforços de pesquisa e as estratégias de preservação que sugerem.

‘Bamburrados’ e ‘ladrões de cascalho’: reportagens do ‘Correio Braziliense’ e da ‘Veja’ mostram como Serra Pelada passou da euforia com a descoberta do ouro à repressão imposta pela ‘lei do garimpo’

Marcelo Barbalho (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – Unifesspa)

Resumo: Este artigo trata do cotidiano de Serra Pelada na década de 80, onde milhares de homens, nos estertores da ditadura militar, trabalhavam no maior garimpo a céu aberto do mundo. Ao analisar duas reportagens publicadas por tradicionais veículos de comunicação do país – Correio Braziliense e Veja – em momentos distintos da atividade na mina, aspectos sociais da vila que se formou ao redor do garimpo se configuram: a euforia pela descoberta do ouro e a imposição de uma rígida disciplina aliada a uma maneira particular de se fazer justiça. Este trabalho pode contribuir para, em alguma medida, despertar uma outra memória de Serra Pelada, complementar àquela que está presente no imaginário dos brasileiros: a de um evento espetacular, típico de uma paisagem hollywoodiana, onde milhares de homens no fundo de uma cratera gigante, chafurdados na lama, cavam em busca de ouro.

Debate: 14h50 – 15h15

Intervalo para café: 15h15 – 15h30  

Sessão 4 – História do Jornalismo, experiências e outras materialidades

15h30 – 16h40 / Sala Novo IACS – J 11 D

Coordenação/Mediação –  Wilson Couto Borges (Fiocruz) e Izamara Bastos Machado (Fiocruz)

História das Agências de Notícias Brasileiras e das Agências de Notícias Estrangeiras no Brasil: resultados de pesquisa hemerográfica (1874-1930)

João Pedro Sabadini (Universidade Federal Fluminense – UFF) e Pedro Aguiar (UFF)

*Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo

Resumo: O texto pretende contribuir para um conjunto bibliográfico e documental básico, porém abrangente, sobre a história das agências de notícias brasileiras e das agências de notícias estrangeiras atuantes no Brasil. Incluem-se aqui dois ramos distintos, porém somados: as agências de notícias estrangeiras que a partir de 1874 operaram no Brasil e/ou forneceram serviços à imprensa brasileira e as agências de notícias fundadas no Brasil e geridas por brasileiros. O estudo baseia-se em pesquisa hemerográfica e documental, tendo como fontes os acervos digitalizados de jornais e da Biblioteca Nacional, com consultas em busca de: 1) notícias de agências publicadas em impressos; 2) notícias sobre a atuação de agências no Brasil; 3) anúncios, relatórios, editais, prestações de contas e publicidade legal relacionada a agências.

Imperialismo da informação: A política imperialista norte-americana através das agências de notícias no período da Guerra da Coreia

Luan Garios Aleixo (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)

Resumo: O presente trabalho visa discutir sobre o imperialismo norte-americano e o funcionamento das agências noticiosas como ferramentas do capitalismo em seu estágio imperialista. Para isso, serão utilizados dois periódicos, O Jornal e Correio da Manhã. Será trabalhada a produção de ideias norte-americanas e suas reproduções por meio de agências noticiosas na grande imprensa brasileira, da mesma forma como a representação de sua dominação na Coreia do Sul. Para isso, utiliza-se os conceitos de Imperialismo, Opinião pública e representações, que se estabeleceram no contexto de ocupação militar e simbólica dos Estados Unidos sobre a Coreia durante a Guerra da Coreia (1950 e 1953).

Jornalismo em organizações: embates, aproximações e reflexões possíveis

Boanerges Lopes (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF)

Resumo: Do início da década de 60 nos EUA, em que mais de dez mil revistas fabris eram editadas, às mudanças no quadro de ocupação dos jornalistas a partir dos anos 2000 no Brasil, quando principalmente os jornais reduziram em 40% o volume dos postos de trabalho e os profissionais migraram para as assessorias de imprensa e mídias institucionais – setores que ampliaram em 16% o número de vagas ocupadas – estendendo-se ao período contemporâneo pós-pandêmico, a realidade do jornalismo em organizações vem se transformando mas não sem dificuldades, pressões, divergências terminológicas e conceituais. Fatores que impulsionam as reflexões deste texto.

O “Amargor” do Arquivo? Impressões da Memória/Experiência de uma Pesquisadora Iniciante

Beatriz Assis (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ) e Marialva Barbosa (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

*Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo

Resumo: Os obstáculos da trajetória de um pesquisador iniciante são os pontos principais deste trabalho, diante de sua primeira experiência em busca de documentos num arquivo físico. O arquivo com “sabor” amargo, em que aludimos pela antonímia ao texto de Arlete Farge (2009), não se faz assim somente por um motivo, mas por vários. Motivos que deixam as buscas mais difíceis e cansativas, porém não se pode esquecer dos benefícios dessa produção. Uma das maiores conquistas do pesquisador é achar o doce do arquivo. Com base nas primeiras experiências diante de um arquivo do século XIX foi produzido um texto, com a licença da primeira pessoa, para refletir sobre a ação do pesquisador diante dos documentos do passado e, ao mesmo tempo, produzir algumas breves aproximações entre o trabalho do jornalista e do pesquisador.

A Produção do Jornalismo Científico em Cinco Universidades Federais do Brasil

Carla de Oliveira Tôzo (Universidade de São Paulo – USP); Luciano Victor Barros Maluly (Universidade de São Paulo – USP) e Daniel Azevedo Muñoz (Universidad Autónoma de Madrid – UAM)

Resumo: O objetivo geral deste artigo é discorrer sobre o jornalismo científico produzido nos setores de comunicação de cinco universidades federais do Brasil: Universidade Federal do Pará, Universidade Federal de Sergipe, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Uberlândia e Universidade Federal de Santa Catarina. O intuito é auxiliar na reflexão e discussão sobre as características, potencialidades e fragilidades com as quais esse jornalismo é produzido nessas instituições. Para tanto, foram realizadas entrevistas com os jornalistas responsáveis pelos veículos das respectivas instituições.

Debate:  16h20 -16h40

Sessão 5 – Reunião Anual do GT História do Jornalismo

16h40 – 17h / Sala Novo IACS – J 11 D

Coordenação Nacional: Célia Regina Trindade Chagas Amorim (UFPA)  e Rozinaldo Antonio Miani (UEL)

Coordenação local de apoio: Marcio de Souza Castilho (UFF); Pedro Aguiar (UFF)


DIA 03 DE AGOSTO – MANHà 

Sessão 1 – Mídias alternativas e resistências  

9h – 10h15 / Sala Novo IACS – J 10 D

Coordenação/Mediação: Rozinaldo Antonio Miani (UEL), Márcio de Souza Castilho (UFF)

Santa Ganja: uma experiência antiproibicionista nas mídias alternativas digitais

Milson Tulle C. dos Santos Júnior / Alfredo José Lopes Costa – Universidade Federal de Goiás (UFG)

* Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo

Resumo: O presente artigo relata a criação e desenvolvimento de um projeto pessoal de um aluno, sob a orientação do docente da disciplina, de criação e desenvolvimento de um blog no componente curricular do curso de Jornalismo intitulado “Jornalismo na web”, ministrado no 1º. semestre de 2022, em uma instituição ensino superior do Centro-Oeste. Por meio de uma abordagem antiproibicionista e da militância no ciberespaço, a iniciativa focou a temática dos usos medicinais e recreativos da cannabis, enfatizando que o assunto vem sendo retratado nas mídias tradicionais, sobretudo em jornais, com preconceito e desinformação. O objetivo da missão é democratizar o acesso à informação de qualidade, utilizando as mídias alternativas digitais. Para tanto, o blog estimula o pensamento crítico sobre a questão e promove a disseminação de informações relevantes, além de revisar a história da planta.

Mídia alternativa e resistência: a breve existência dos jornais alternativos durante a ditadura civil-militar brasileira

Márcio de Souza Castilho (Universidade Federal Fluminense – UFF), Esther Almeida (UFF), Maria Eduarda Vieira Dias (UFF), Raisa de Campos Proeza (UFF)

* Concorrente ao 6º Prêmio José Marques de Melo  

Resumo: A ditadura civil-militar brasileira não poupou esforços para manter o controle sobre os meios de comunicação e, através de acordos estabelecidos entre os chefes militares e proprietários de veículos da imprensa liberal, conquistou o apoio da mídia hegemônica. Desta forma, o presente artigo busca ressaltar a importância da mídia alternativa como forma de resistência ao regime ditatorial. Além disso, propõe elucidar os desafios enfrentados durante a breve atuação destes veículos que propunham temas contestatórios ao Estado autoritário.

Mídia, crítica e informação: uma visão através das reportagens do alternativo Posição (1976-1979)

Victor Israel Gentilli (Universidade Federal do Espírito Santo – UFES),  Jonathan Neves Amaro (UFES)

Resumo: Esta pesquisa busca investigar a trajetória do jornalismo alternativo durante a ditadura militar brasileira, tendo como objeto o periódico Posição (1976-1979). Fundado por jornalistas, no Espírito Santo, a publicação marcou época pelos furos e grandes reportagens sobre o cenário capixaba. O estudo foca nas reportagens que circularam nas 65 edições estudadas. Entre as conclusões, acredita-se que o alternativo, ao adotar uma postura crítica, deu voz a quem não tinha, abrindo espaço para oposição, desvendando fatos até então obscuros, com foco em reportagens que, naquele contexto, pudessem questionar as bases do regime.

Debate: 9h45 – 10h15

Intervalo para o café: 10h15 – 10h30 

Sessão 2 – Mídias alternativas: etnocomunicação e as lutas na Amazônia

10h30 – 12h / Sala Novo IACS – J 10 D

Coordenação/Mediação: Rozinaldo Antonio Miani (UEL) e  Pedro Aguiar (UFF)

A interpretação sobre a destruição da Amazônia pela ótica do cordelista Ceará do Pará (Francisco Gomes)

Glenda Flávia Guimarães Cunha (Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA), Luana Vitória de Sousa Brito (UFOPA), Rogério Henrique Almeida (UFOPA)

* Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo

Resumo: O artigo reflete sobre os processos de destruição da Amazônia tendo como referência a obra de cordel Destruição da Amazônia, autoria do trabalhador rural e dirigente sindical Francisco Gomes, conhecido como Ceará do Pará. Na obra, Ceará analisa de forma crítica os processos e sujeitos envolvidos nas arenas de disputa que conformam o cenário amazônico. 

O cordel de Ceará do Pará (Francisco Gomes) e as pelejas camponesas na encruza desenvolvimentista amazônica

Bianca Emanuelle Bezerra da Silva (Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA), Yasmin de Souza Corrêa (UFOPA), Rogério Henrique Almeida (UFOPA)

* Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo  

Resumo: O artigo analisa dois livretos de cordel produzidos por Francisco Gomes, conhecido como Ceará do Pará, onde ele reflete sobre as políticas de desenvolvimento impostas à Amazônia, e os impactos que elas provocam junto às populações locais.

O Movimento dos Povos Indígenas e as práticas de etnocomunicação: midiativismo étnico como dispositivo de articulação e resistência

Bryan Chrystian da Costa Araújo  (Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos)

Resumo: A proposta deste estudo é nos aproximar das práticas de midiativismo protagonizadas pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR) através do informativo Anna Yekaré – Nossa Notícia, a fim de refletir sobre o papel da etnocomunicação no processo histórico de luta Indígena. Para tanto, tratamos primeiro de historicizar os vínculos entre o surgimento das organizações indígenas autogestionadas, o indigenismo não-governamental e o processo de constituição do Movimento Indígena na Amazônia a partir do final dos 1960. Na sequência, realizamos uma análise descritiva do informativo impresso do CIR, na intenção de aproximar a pesquisa das lógicas processuais que fazem o objeto funcionar em seu cotidiano. A pesquisa mostrou que as ações mobilizadas pelo Movimento fazem parte de uma atitude ativista que se apropria dos dispositivos de comunicação para articular estratégias de resistência políticas e culturais. 

Em pauta, o ‘fim do mundo’: etnomidia indígena e Marco Temporal

Paulo Mauricio Schueler da Encarnação (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: O artigo abordará conjunto de publicações da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) acerca do Marco Temporal, tese jurídica que representa o perigo da não demarcação dos territórios indígenas e que se insere em um cotidiano de acontecimentos distópicos, para tais povos, que lutam contra o “fim do mundo” representado pelo Antropoceno com sua “etnomídia” e ferramentas comunicacionais dela decorrentes para a transmissão de suas cosmovisões para a tentativa de preservação de seu “bem viver”.

Debate: 11h30 – 12h00


DIA 03 DE AGOSTO – TARDE  

Sessão 3 – Mídias alternativas em suas pluralidades

14h – 15h15 / Sala Novo IACS – J 10 D

Coordenação: Mediação: Rozinaldo Antonio Miani (UEL), Márcio de Souza Castilho (UFF)

Cri@ção na/da Cidade de Deus: um projeto de produção de conteúdo articulado pela Publicidade Social

Patrícia Gonçalves Saldanha (Universidade Federal Fluminense – UFF),  Marlon Nascimento (UFF)

Resumo: O presente artigo visa investigar em que medida o projeto de produção de conteúdo ‘cri@ção’, desenvolvido num contexto periférico urbano e metodologicamente viabilizado por tipificações da Publicidade Social (SALDANHA, 2021), pode contribuir com o desenvolvimento socioeconômico da comunidade da Cidade de Deus. Com base na revisão bibliográfica, na pesquisa-ação (PERUZZO, 2016) e no uso das ferramentas Scrum e Kanban (FONTES, 2020) para produção de conteúdos educacionais, foram desenvolvidas atividades pedagógicas com duração de seis meses na localidade. Outro ponto fulcral foi a participação voluntária de professores universitários que colaboraram para que jovens, universitários e trabalhadores da localidade pudessem conhecer e explorar tendências do mercado digital para converter as ações em benefícios comunitários concretos e melhora de qualidade de vida para os moradores da própria comunidade.

Memória do Futuro: a construção das narrativas dos enredos das escolas de samba em vídeos-sinopses

Carolina Cardoso Grimião (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Este artigo propõe realizar análises descritivas, compreendendo a construção da memória passado-futuro imbuída pelas produções dos três vídeos-sinopses disponibilizados no canal do YouTube da escola de samba Unidos do Viradouro para os carnavais de 2020, 2022 e 2023. Por meio das narrativas e recursos audiovisuais apresentados, busca-se ressaltar a importância que esse material possui para a compreensão do público nos enredos apresentados, bem como as relações de memória, identidade e reconhecimento com a agremiação e com os temas que se constroem para culminar no desfile.

Iconografia de um golpe: uma análise da fanpage “Cartunistas contra o golpe”

Rozinaldo Antonio Miani (Universidade Estadual de Londrina – UEL),  Isabely Mariana Ramos da Silva (UEL)

Resumo: A ruptura democrática ocorrida no Brasil com o Golpe de 2016 recebeu ampla cobertura da imprensa brasileira. Porém, nada mais ousado e contundente do que a charge, por sua ludicidade e humor, para escancarar e criticar as manobras e os conluios dos agentes golpistas em seus propósitos. Diante do referido contexto, alguns chargistas e cartunistas se mobilizaram e criaram a fanpage “Cartunistas contra o golpe”, que foi se popularizando e chegou a reunir dezenas de chargistas publicando suas charges e engrossando o coro contra as manobras golpistas. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo realizar uma análise da produção chárgica disponibilizada na referida fanpage – especificamente, no período correspondente ao processo de impeachment de Dilma Rousseff – caracterizando-a como expressão de mídia alternativa e como um espaço de denúncia e de resistência contra o golpe impetrado contra a então presidenta Dilma Rousseff.

Debate: 14h45 – 15h15

Intervalo para o café: 15h15 – 15h30

Sessão 4 – Mídias alternativas e cidadanias de todes

15h30 – 17h / Sala Novo IACS – J 10 D

Coordenação/Mediação: Rozinaldo Antonio Miani (UEL), Pedro Aguiar (UFF)

Potencialidades: Praia dos Ossos, Ângela Diniz e todes nós

Franciele Rodrigues (Universidade Estadual de Londrina -UEL),  Márcia Neme Buzalaf (UEL)

* Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo

Resumo: Neste estudo, analisamos as potencialidades do podcast “Praia dos Ossos” para desconstrução de estereótipos de gênero e autoritarismos sociais na sociedade brasileira. Empregamos as seguintes metodologias: netnografia, pesquisa bibliográfica, análise de narrativa jornalística e de conteúdo. Evidenciamos, que o “Praia dos Ossos” corrobora para a compreensão das dinâmicas de produção que caracterizam o radiojornalismo na atualidade, marcada por criações multimídias, e permite a desconstrução de estereótipos de gênero na medida em que apresenta outra narrativa sobre o feminicídio de Ângela Diniz, através da qual performances e violências de gênero são desmistificadas.

Uma experiência midiática quilombista na política: a luta do povo da favela para reescrever a terrível e mal contada história do racismo à brasileira

Paula Máiran de Brito Machado (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Neste artigo, compartilha-se um olhar reflexivo sobre os processos midiáticos referentes à comunicação de uma campanha parlamentar concebida numa perspectiva decolonial (CASTRO LARA, 2019) e com base conceitual no quilombismo (NASCIMENTO, 2002) e no ubuntu (SODRÉ, 2021), pode talvez se constituir em uma experiência de suspensão da cotidianidade (HELLER, 2008). Em especial, este artigo tenta dar conta, a partir de etnografia com observação participante, do modo como a candidata à reeleição como deputada estadual Renata Souza (Psol-RJ), em 2022, montou a sua equipe de comunicação com a liderança de jovens ativistas negros e de favela experientes na comunicação comunitária periférica, e da forma como definiu a linha editorial e as estratégias de sua comunicação inspiradas na sua própria experiência como militante negra e comunicadora na favela da Maré, Zona Norte do Rio.

O esporte na imprensa negra gaúcha do começo do século XX: princípios do relato esportivo nas páginas d’O Exemplo

Soraya Damasio Bertoncello (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS)

Resumo: Surgido em Porto Alegre no final do século XIX, o jornal “O Exemplo” foi um dos mais longevos periódicos da imprensa negra no Brasil. Tendo em vista a persistente invisibilidade histórica das conquistas e do patrimônio cultural da população negra, em especial, no Rio Grande do Sul, o presente trabalho surge com o objetivo de colaborar nas pesquisas existentes acerca da imprensa negra gaúcha para, de certa forma, colaborar no preenchimento de tais lacunas, identificando as formas incipientes de jornalismo e cobertura esportivas. Foi realizada uma análise de conteúdo (Bardin, 2010) de 724 edições de O Exemplo que encontram-se digitalizadas. Foi possível levantar as modalidades esportivas mais noticiadas no jornal, a forma de tratamento dado a cada esporte, bem como outros aspectos relacionados à cultura e à imprensa.

Debate: 16h15 – 16h45

Sessão 5 – Reunião Anual do GT História das Mídias Alternativas

16h45 – 17h / Sala Novo IACS – J 10 D

Coordenação Nacional: Guilherme Moreira Fernandes (UFRB) – Patrícia Cardoso D’Abreu (UFES)

Coordenação local de apoio: Renata Rezende  (UFF) – Ana Paula Goulart de Andrade (UFF)


DIA 03 DE AGOSTO – MANHÃ

Sessão 1 – Telejornalismo em contexto de violência

9h – 10h / Sala Novo IACS – J 11 E

Coordenação/Mediação – Renata Rezende (UFF)

Padrões Estéticos e Estereótipos em Tempos de Midiatização: Análise dos Casos de Gordofobia no Telejornalismo da Rede Globo

Karen B. Santarem Rodrigues (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: O objetivo deste artigo é analisar três casos de demissão por gordofobia contra mulheres jornalistas no telejornalismo da Rede Globo, uma das cinco grandes emissoras televisivas brasileiras da TV aberta e com maior alcance nas residências brasileiras. Além de verificar como a midiatização pode estar contribuindo para a idealização dos padrões estéticos e constituição de estereótipos, assim como analisar a importância de representação de diferentes corpos nos programas telejornalísticos brasileiros. Diante dos referenciais teóricos e da análise realizada, infere-se que há uma ausência de pessoas gordas no telejornalismo brasileiro e uma validação dos padrões estéticos e imagéticos através das mídias sociais e televisivas.

Ataques à imprensa no Jornal Nacional: os casos que viraram notícia no telejornal em 2020 e 2021

Gabriel Landim (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), Iluska Coutinho (UFJF)

Resumo: Os casos de violência contra a imprensa no Brasil alcançaram números recordes em 2020 e 2021, de acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj. As agressões estavam atreladas, sobretudo, ao então presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores, descontentes com a atuação da imprensa em defesa da ciência e contra o negacionismo, durante a pandemia Covid-19. O Jornal Nacional, principal jornalístico de TV aberta do país, passou a noticiar com mais frequência os casos agressivos. Além disso, utilizou estratégias para fortalecer a imagem do Jornalismo profissional. Por meio de levantamento realizado na plataforma Globoplay, analisamos os casos envolvendo jornalistas noticiados pelo JN no período histórico entre 2020 e 2021, os tipos de episódios noticiados e formatos audiovisuais, buscando compreender a estratégia utilizada pelo telejornalístico na defesa da liberdade de imprensa e dos profissionais da comunicação.

Corpos mortos, torturados e saídos dos escombros. Imagens dos telejornais na cobertura da Covid-19. É possível falar em anistia?

Vanessa Maia (Universidade Federal de São João del-Rei – UFSJ)

Resumo: Este texto faz parte de um trabalho de pesquisa maior, que está se desenvolvendo no Programa de Pós-Graduação da Eco-UFRJ, que estuda o tema dos jornalistas diante da morte na cobertura da Covid-19. Neste trabalho apresentamos um recorte temático a partir das imagens dos telejornais brasileiros durante 2020, ano de intensificação da pandemia no Brasil. Propomos a discussão da memória e do esquecimento a partir das imagens televisivas que foram selecionadas em três tipologias: corpos mortos, corpos torturados e corpos saídos dos escombros, acompanhando metodologia utilizada no livro-tese O Corpo Sofredor (BIONDI, 2016). Partimos do pressuposto de que as imagens que assistimos no noticiário de televisão durante a pandemia ainda estão impressas em nossas retinas, tornando problemática a noção de anistia como esquecimento comandado (RICOEUR, 2018).

Telejornalismo Infantojuvenil em Tempos de Ditadura no Brasil: Reconhecimento, (In)Visibilidade e Pedagogização no Globinho

Sara de Moraes Bridi (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), Maurício João Vieira Filho,  Jhonatan Mata (UFJF)

Resumo: Entre 1972 e 1983, no período da ditadura militar, a TV Globo produziu o telejornal Globinho para o público infantojuvenil. A iniciativa trazia produções jornalísticas da atualidade sobre ecologia, literatura, política e outras temáticas do cotidiano adaptadas com uma linguagem para crianças e adolescentes. Neste artigo, o objetivo é refletir como a abordagem do noticiário trouxe visibilidade e reconhecimento a pautas de interesse de crianças e adolescentes em um momento de grande invisibilidade da sociedade civil brasileira. Frente aos fragmentos do Globinho disponíveis, o paradigma indiciário nos auxilia como gesto reflexivo de tensionamento entre indícios do programa, a mobilização teórico-conceitual e a problematização levantada. Como resultados, notamos a centralidade da visibilidade e do reconhecimento das crianças e adolescentes juntamente às pedagogias na construção do noticiário voltado ao cotidiano.

Debate: 9h40 – 10h

Sessão 2 – Homenagem ao Prof. Dr. Sérgio Augusto Soares Mattos

10h – 10h15 / Sala Novo IACS – J 11 E

Coordenação/Mediação – Guilherme Moreira Fernandes (UFRB)

Intervalo para o café: 10h15 – 10h30

Sessão 3 – Narrativas, ética e estéticas do audiovisual

10h30 – 12h / Sala Novo IACS – J 11 E

Coordenação/Mediação – Ana Paula Goulart de Andrade (UFF)

Viver para trabalhar: O realismo capitalista de Ruptura (2022)
Bernardo Demaria Ignácio Brum (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)

Resumo: Esse artigo pretende analisar a série distópica Ruptura (2022), criada por Dan Erickson e produzida pela plataforma de streaming AppleTV+, partindo da suposição desta obra servir como um comentário impactante sobre o estado do trabalho moderno através do gênero ficção científica. Para tanto, irá conceituar primeiro o que seria narrativa de distopia e, em seguida, traz os conceitos recentes de crítica cultural, como o capitalismo tardio de Mandel (1982) e o realismo capitalista de Fisher (2020). A partir do entrecruzamento entre essas conceituações, interpreta-se a série como uma alegoria de quando a geração de capital assume a dimensão psicológica de ser a única realidade possível, ao mesmo tempo que também aspira responder a se há a possibilidade de criticar o capitalismo através da criação de produtos mercadológicos impactantes e refletir as implicações da organização desse discurso.

– A crônica audiovisual no telejornalismo local: um olhar para as cidades mineiras narradas no quadro do “MG1”

Cláudia de Albuquerque Thomé (Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora – UFJF), Pedro Augusto Silva Miranda (UFJF), Ana Carolina Campos de Oliveira (UFJF)

Resumo: A crônica audiovisual faz parte da história do telejornalismo e, no noticiário regional, tem se configurado como uma narrativa memorialística que (re)cria o olhar da cidade sobre si mesma. O artigo tem como objetivo evidenciar as construções e ofertas de sentido sobre o passado das cidades mineiras a partir das narrativas audiovisuais produzidas pelo telejornal local “MG1”, da TV Integração, no quadro “Crônicas da Cidade”. Tomando como metodologia o Estudo de Caso (YIN, 2001), e o percurso metodológico da Análise Crítica da Crônica Audiovisual (REIS; THOMÉ, 2018), foi possível identificar que as crônicas narram as cidades nas telas a partir de uma seleção de fatos sobre a história local e de vivências de seus moradores, seguindo a promessa do formato cronístico de trazer elementos de subjetivação e leveza no noticiário de sábado.

O jornalismo Wando É de casa: a pauta como criação de afetividades

Ana Paula Dessupoio Chaves (Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora – UFJF), Ramsés Albertoni Barbosa (UFJF)

Resumo: O artigo analisa a presença do jornalismo Wando na série Madrugadores, quadro do programa televisivo É de Casa, exibido pela Rede Globo nas manhãs de sábado. Esse modelo de jornalismo se caracteriza por profissionais da imprensa que exercem o ofício se anulando e se alinhando aos interesses dos patrões. A análise identificou que o trabalho feito pelos apresentadores e jornalistas do programa e do quadro são carregados de performance, exagero e espetacularização, construindo afetividades vazias que reduzem a importância de personagens que renderiam assuntos complexos e transformadores, contudo, suas existências são estigmatizadas e estereotipadas para cumprir o objetivo de veicular mensagens positivas para os telespectadores.

Entre o confronto e a chacina: narrativas midiáticas sobre o Massacre de Pau d’Arco

Júlia Cardoso de Souza da Matta Machado, Kátia Lerner (Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz)

Resumo: Este artigo tem como proposito analisar como o assassinato de 10 trabalhadores sem-terra, que ocorreu em maio de 2017 em uma área em disputa no sudeste do Pará, foi visibilizado em discursos midiáticos. Com intuito de compreender que narrativas foram construídas, procuramos observar como diferentes atores sociais produziram discursos sobre o acontecimento. Partimos do discurso jornalístico, investigando notícias no Jornal Nacional e Jornal Liberal, e estendemos o escopo de investigação para vídeos no Youtube, tendo em vista que a ampliação do cenário midiático configura novas dinâmicas de produção e circulação de discursos. O recorte temporal é de um ano após o acontecimento. A escolha do tema se justifica pela relevância social de investigar homicídios, especialmente casos que envolvem populações com menor visibilidade.

Midiatização, Aprendizagens e Cotidiano: Um Olhar Sobre o Audiovisual e os Materiais Didáticos

Maria Clara Baldez Boing (Universidade Federal Fluminense – UFF), Walcéa Barreto Alves (UFF)

Resumo: Esse artigo propõe uma breve análise do projeto Telecurso sob uma perspectiva histórica, partindo da presença marcante da televisão no contexto da comunicação e da educação no Brasil, caminhando para o cenário contemporâneo onde há a coexistência de uma multiplicidade de mídias nesses espaços. Das reflexões desenvolvidas, emergem provocações que movem os primeiros passos para a pesquisa de doutorado, em fase inicial, inserida no Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC) na Universidade Federal Fluminense (UFF), cuja o tema é “Mídias como objetos de aprendizagem em materiais didáticos e seus usos nos/com cotidianos escolares”. A discussão apresentada fomenta a investigação sobre os processos de midiatização, sugerindo uma possível complexificação da relação da mídia como objeto de aprendizagem em materiais didáticos.

A retórica da banalidade do mal: o pensamento arendtiano na análise de programas policiais pernambucanos

Lucas Arruda, Thiago Soares (Universidade Federal de Pernambuco – UFPE)

* Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo

Resumo: O conceito de “banalidade do mal” da filósofa alemã de origem judia Hannah Arendt é utilizado como lente interpretativa para o enquadramento da produção de programas policiais da televisão pernambucana. Utiliza-se o conceito de “homem na cabine de vidro” do pensamento arendtiano, a saber, a ideia de que o enraizamento do mal se banaliza e se naturaliza através das dimensões corporal e performática do mediador, bem como na análise de personagens que cometeram crimes e na escuta de seus relatos encenados na esfera televisiva. O artigo adota dois procedimentos metodológicos: o primeiro, quantitativo, enumera temáticas e categorias nos programas Balanço Geral PE Manhã (TV Guararapes), Por Aqui (TV Jornal) e Cardinot na Guararapes (TV Guararapes); o segundo, qualitativo, interpreta e aprofunda o que estes atrativos produzem através do que chamamos aqui de uma retórica da banalidade do mal.

Debate: 11h30 – 12h

Sessão 4Emissoras, suportes e formatos: as temporalidades da audiovisualidade

10h30 – 12h10 / Sala Novo IACS – J 11 F

Coordenação/Mediação – Jhonatan Mata (UFJF)

A TV aberta e o brasileiro: mais que uma paixão nacional

Eula Dantas Taveira Cabral (Fundação Casa de Rui Barbosa – FCRB), Adilson Vaz Cabral Filho (Universidade Federal Fluminense – UFF), Cintia Augustinha dos Santos Freire (UFF)

Resumo: O objetivo deste artigo é mostrar que a televisão, mesmo sendo o veículo queridinho do brasileiro, é uma concessão pública que não é regulada no Brasil, mesmo atingindo mais de 90% dos lares brasileiros e vir evoluindo com as novas tecnologias. A partir de pesquisas bibliográfica e documental, verificou-se que: a convergência midiática facilita a evolução da televisão; como não existe regulação da radiodifusão e nem regulamentação da internet, a televisão se mantém como um dos principais negócios dos conglomerados midiáticos que vêm investindo em plataformas digitais; a concentração da mídia televisiva, nas mãos de cinco grupos brasileiros, é ilegal e evita o pluralismo e a democratização da mídia no Brasil.

A construção de evidências e a fabricação de verdade em fitas VHS

Pedro Cezar Duarte Guimarães (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Este artigo compõe uma reflexão sobre uma prática em contínua atualização, imposta pela evolução das tecnologias audiovisuais: a manipulação de imagens audiovisuais em contextos específicos para fins diversos. Mais especificamente discute, no mundo contemporâneo, a permanente construção e reconstrução da verdade na produção do visível, a partir do uso de arquivos de imagens VHS na série documental “Caso Evandro” lançada na plataforma de streaming Globoplay. Imagens audiovisuais jornalísticas relacionadas a grandes acontecimentos e anunciadas por suas fontes de emissão como “documentos verdadeiros” existiram em tempos pré internet mas eram exibidas predominantemente no circuito dos telejornais. Estes arquivos vêm adquirindo “vidas póstumas” e são reciclados e ressignificados. Tais imagens, além de manipuladas por diversos processos de montagem e sonorização, atendem a contextos políticos sociais específicos.

Vai com coragem. Luna vai com você: a publicidade da Natura, que vende e conscientiza

Denise Aristimunha de Lima (Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA), Mérli Leal Silva (UNIPAMPA)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo investigar o filme publicitário “Vai com Coragem. Luna vai com você”, veiculado pela Natura, no mês da mulher, na plataforma Youtube, para identificar como a publicidade da marca trata a identidade feminina pós-moderna. Importa-nos problematizar se a marca mantém um posicionamento de comunicação vinculado ao feminismo e com consumo cidadão. Neste artigo, a autora Patrícia Hill Collins é convocada para a análise, a partir de conceitos que auxiliam na compreensão de grupos minoritários. O autor Néstor García Canclini, nos auxilia a entender a dimensão cidadã do consumo e como a publicidade pode construir a ideia de distinção, ética e valores para vender produtos. O audiovisual traz estrategicamente mulheres em posições em que as opressões se sobrepõem, para dizer que se elas conseguem estar nesses lugares, outras mulheres também podem.

Fotografia e Imaginário: as Representações do Feminino nas Fotos de Elenco do Seriado Rensga Hits

Aelton Alves de Melo Junior (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Considerando as “fotografias de elenco” como prenúncios de narrativas, temos como objetivo analisar os imaginários simbólicos e discursivos, associais às representações de “ser mulher”, que possivelmente são evocadas pelas fotos de elenco da série Rensga Hits (Globoplay, 2022). Delimitando a pesquisa, serão analisadas três fotografias de personagens femininas distintas da série. A fundamentação teórica se baseia nos postulados feministas sobre “performance de gênero” (BUTLER, 2018; BEAUVOIR, 1949), e para fomentar o debate sobre narrativa, fotografia, imaginário e produção de significados, são utilizados os estudos de MOTTA (2013), KOSSOY (2007) e SANTAELLA e NOTH (1998). Partindo da hipótese de que as fotografias em análise antecipam as narrativas do conteúdo audiovisual, constatamos que, de fato, essas fotos, ao evocar imaginários sobre o feminino, e contribuem para a antecipação das histórias das personagens. No entanto, as poses, expressões, vestimentas e objetos em cena só adquirem significados porque já expressam sentidos representativos prévios. Esses sentidos, por sua vez, ajudaram a moldar as formas de “ser mulher” que buscou-se expressar com as três personagens da série.

“Desligar a Televisão Assim que Acabar o Xou da Xuxa”: O Dissenso nos Programas Infantis de Auditório

Larissa Nascimento Lopes de Oliveira (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), Gabriela Borges (UFJF)

Resumo: Este texto propõe uma reflexão sobre o dissenso em programas infantis de auditório das décadas de 1980 e 1990 no Brasil. Para tal, nos baseamos nas perspectivas de emancipação, dissenso e experiência estética em Rancière (2014) e utilizamos como objeto de análise uma cena do Xou da Xuxa (Rede Globo, 1986-1992), entendendo tal programa como modalidade do teatro, apresentando para esta percepção uma historicidade dos programas de auditório. Propomos que a emancipação da plateia no espetáculo, pronunciadas pelo dissenso, garantem uma experiência estética para todos os presentes na interação, inclusive, para os espectadores futuros, através de momentos reconhecidos como memes.

A memória das cidades mineiras narradas nas crônicas do “MG1”

Pedro Augusto Silva Miranda (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), Ana Carolina Campos de Oliveira (UFJF), Cláudia de Albuquerque Thomé (UFJF)

Resumo: A crônica audiovisual faz parte da história do telejornalismo e, no noticiário regional, tem se configurado como uma narrativa memorialística que (re)cria o olhar da cidade sobre si mesma. O artigo tem como objetivo evidenciar as construções e ofertas de sentido sobre o passado das cidades mineiras a partir das narrativas audiovisuais produzidas pelo telejornal local “MG1”, da TV Integração, no quadro “Crônicas da Cidade”. Tomando como metodologia o Estudo de Caso (YIN, 2001), e o percurso metodológico da Análise Crítica da Crônica Audiovisual (REIS; THOMÉ, 2018), foi possível identificar que as crônicas narram as cidades nas telas a partir de uma seleção de fatos sobre a história local e de vivências de seus moradores, seguindo a promessa do formato cronístico de trazer elementos de subjetivação e leveza no noticiário de sábado.

O Cotidiano latino-americano na abordagem decolonial da Televisión del Sur – teleSUR

Domingos de Almeida (Universidade Federal do Maranhão – UFMA)

Resumo: Temos como objetivo investigar a abordagem do cotidiano da América Latina pela emissora de TV Televisión del Sur – teleSUR, a partir das edições do programa jornalístico Realidades, exibidas em dezembro de 2015 e em janeiro de 2016. Como base teórica, recorremos aos conceitos de Midiatização (SODRÉ, 2002), Mediação (BARBERO, 1997), Cotidiano (KOSIK, 1963), e outros. Como metodologia utilizamos a pesquisa documental, bibliográfica e o dispositivo analítico da Análise de Discurso (AD) de linha francesa (ORLADI, 2010). Concluímos que a cobertura da teleSUR atenta para a conjuntura política do momento e busca construir uma narrativa de valorização dos aspectos políticos, culturais e sociais da região.

Debate: 11h40 – 12h10


DIA 03 DE AGOSTO – TARDE

Sessão 5 – Inovações na ficção seriada

14h – 15h15 / Sala Novo IACS – J 11 E

Coordenação/Mediação – Guilherme Moreira Fernandes (UFRB)

Estudos Pioneiros em Telenovela

Gêsa Karla Maia Cavalcanti (Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN)

Resumo: O que nos dizem as primeiras pesquisas sobre a telenovela? Responder tal pergunta é o objetivo do presente artigo. Para isso, parte se de uma pesquisa descritiva exploratória com delineamentos bibliográficos e documentais, listando e descrevendo as primeiras pesquisas realizadas em telenovela, publicadas entre o final dos anos 60 e 1979. Além disso, olhamos ainda para a continuidade dessas pesquisas focando nos principais trabalhos realizados na década seguinte. A pesquisa tem como lugares de memória os repositórios de teses de dissertações das universidades, boletins da INTERCOM, bem como as referências de produções publicadas nos Anais do então GP de Telenovela da INTERCOM.

Combate ao racismo é esteio narrativo da série Segunda Chamada

Almeida de Miranda Leão (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF)

Resumo: A teleficção Segunda chamada, produção da O2 Filmes exibida pela TV Globo em 2019, é o tema desta reflexão. Baseado na peça teatral Conselho de Classe, do dramaturgo paulista Jô o seriado contou 11 episódios, sendo obra criada a partir de perspectiva feminista, a partir de sua autoria e direção, prioritariamente femininas. Assim, parte se da pergunta “Como a série constrói sua discursividade em defesa da educação pública e que dialogias promove com pautas feministas antecedentes?”, objetivando desvelar a elaboração diegética, inserindo breve reflexão sobre a filiação documental da obra e destacando questões que referendam sua importância social. Para tanto, opta-se por metodologia híbrida unindo as propostas de MOTTA (2013) e MACIEL (2017).

Capitu: uma nova proposta narrativa na teledramaturgia

Beatriz Coelho (Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora – UFJF)

Resumo: Este trabalho pretende examinar a minissérie Capitu (TV Globo, e seu caráter transgressor na narrativa televisiva brasileira. A minissérie dialoga com diversos formatos audiovisuais e rompe com o padrão hegemônico de seu tempo Por não se enquadrar adequadamente em nenhum dos estilos narrativos teleficcionais antecessores, nos leva à hipótese de que seu estilo próprio marca o início de um processo de transformação na produção ficcional da TV brasileira. A partir de uma breve retrospectiva histórica da teledramaturgia, analisaremos os principais aspectos técnicos e estéticos da minissérie de forma a responder à seguinte questão: o que torna Capitu uma produção tão inovadora na TV? A intertextualidade, as aproximações e distanciamentos com outros formatos teleficcionais também serão abordados.

A Regência do Pop: As adaptações de músicas pop aplicadas na série Bridgerton

Lara Karoline Souza de Aquino (Universidade Paulista – UNIP), Deborah Luísa Vieira dos Santos (Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE)

Resumo: Neste estudo, é proposta uma investigação da relação entre a narrativa e a música em adaptações seriadas. Para tanto, adotou-se a análise fílmica de Penafria (2009) e tomou-se a série Bridgerton (2020), lançada pela Netflix, como objeto. Analisaremos o uso de músicas pop em versões instrumentais como recurso narrativo e conectivo com a cultura pop, visando identificar possíveis efeitos na ambientação e o apelo ao público, escolhendo duas músicas da trilha sonora de cada temporada.

Debate: 14h40 – 15h15.

Intervalo para o café: 15h15 – 15h30  

Sessão 6 – Gênero e representação: narrativas da interseccionalidade

15h30 – 17h / Sala Novo IACS – J 11 E

Coordenação/Mediação – Patrícia Cardoso D’Abreu (UFES)

“A luta pela igualdade nunca termina”: feminismos e perspectivas de futuro no canal GNT

Tess Chamusca (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG)

Resumo: Tendo em conta que a popularização de pautas feministas em produtos comunicacionais tem sido atravessada por ambiguidades, o texto discute quais ambições a série do GNT, #ofuturoéfeminino (2019), projeta como desejáveis ao abordar a luta pela igualdade de gênero na Islândia, no Paquistão e no Brasil. Problematiza ainda quais valores despontam como centrais para as mulheres, compreendendo como eles se articulam com a identidade que o canal vem construindo desde que escolheu se voltar para esse público. Partindo da compreensão de futuro como fato cultural de Arjun Appadurai, conclui-se que a série afasta uma visão hierárquica entre os países ao abordar demandas em comum, mas limita a configuração de futuros devido a uma articulação pouco expressiva entre as relações de gênero e demais categorias de opressão.

Sub-representação de pardos e negros na telenovela Gabriela, de 1975

Juliana Tillmann (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

Resumo: O artigo tem como objetivo discutir a sub-representação de pardos e negros na telenovela Gabriela, de 1975, TV Globo. Partindo da premissa defendida por Araújo (2019) de que existe uma “estética do branqueamento” na televisão brasileira, analisei os capítulos de Gabriela e identifiquei que atrizes e atores negros e pardos não foram escalados para interpretar papéis de relevância na telenovela e, na maior parte das cenas, não tem fala e são enquadrados fora dos planos. Para ilustrar este argumento, o texto se organiza da seguinte forma: primeiro, uma apresentação da discussão sobre a “estética do branqueamento”; segundo, um exame das personagens Gabriela e Pretinha. Os enunciados audiovisuais são evidências das práticas e produção de sentidos, e analisá-los é não esquecer e não silenciar aspectos da história do país.

A História das Personagens LGBT+Queer no Cinema de Animação Infantil

Reginaldo Moreira, Bruno Azzani Braga (Universidade Estadual de Londrina – UEL)

Resumo: Este trabalho apresenta a presença das personagens LGBT+Queer na história da animação infantil. A partir da pesquisa da Insider (2021), que levantou 259 representações dessa comunidade, entendemos e questionamos as formas as quais ao longo da história foram representadas. Também investigamos quais as mudanças e semelhanças entre as primeiras animações, que apareceram personagens Queer, até a atualidade. Começando por uma ideia da construção de um repertório visual ligado a um período Pré-Cinema da Animação, com os brinquedos ópticos, que constata o conservadorismo e moralismo da época foi ganhando espaço durante a era do Cinema, criando leis e códigos para barrar produções inclusivas e reforçar a “American Way of Life”. Ao longo dos anos, mas principalmente na última década, constatou-se um boom entre 2017 a 2019, de shows e personagens com representações não normativas.

A Violência Contra a Mulher na Narrativa Policial Contemporânea: Reflexões Sobre a Protagonista da Série “Bom dia, Verônica”

Paula Beatriz Coelho Domingos Faria (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF)

Resumo: Considerando a priorização do protagonismo masculino nas narrativas policiais ao longo de sua história, o presente trabalho tem o objetivo de analisar como uma protagonista feminina no caso, Verônica Torres é retratada em uma obra de ficção audiovisual brasileira contemporânea, observando o contexto social, cultural e histórico do lançamento da série “Bom dia, Verônica”, a caracterização e a trajetória da personagem ao longo das duas temporadas da série.

Mulheres mandam notícias: uma leitura de Cartas ao Tempo

Flávia Leiroz (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

Resumo: A partir do documentário “Cartas para além dos Muros”, de André Canto, este trabalho busca contribuir com a reflexão sobre vozes e papéis de mulheres na história do HIV/aids no Brasil. Para isso, parte de análise crítica sobre a relação entre contexto social e cultural que envolve o lançamento do documentário no Brasil, as possíveis mediações e as vozes de quem narra em um diálogo coma noção de silenciamento trabalhada por Rebecca Solnit e a abordagem de gênero e de corpos de Judith Butler na relação com a produção de narrativas e testemunhos.

Dos feitiços domésticos à magia empoderada: Bruxas e Representações de Gênero em Séries Televisivas

Carolina Thomé (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), Tatiane Leal (UFRJ)

* Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo

Resumo: Historicamente, a figura da bruxa tem articulado diferentes representações do feminino na cultura. Neste artigo, analisamos como obras de ficção seriada utilizam e reinventam os estigmas relacionados à bruxa considerada uma representação do mal no período medieval e os estereótipos de gênero que perpassam esses discursos. A partir do conceito de transcodificação, de Stuart Hall, analisamos as séries A Feiticeira (Bewitched, 1964 1972), Charmed (1998 2006) e Charmed: Nova Geração (2018-2022), que tiveram influência no modo contemporâneo de ver tanto as bruxas e as mulheres, devido à diversidade de representações em seus respectivos contextos históricos. Concluímos que essas representações não estão só respondendo à cultura e às mudanças culturais, estão moldando-as.

Debate: 16h30 – 17h


DIA 04 DE AGOSTO – MANHÃ

Sessão 7 – Tempos e espaços no cinema

9h – 10h15h / Sala Novo IACS – J 11 E

Coordenação/Mediação – Cláudia de Albuquerque Thomé (UFJF)

Tópicas e alternâncias entre o comum e os universais no documentário brasileiro

Sebastião Guilherme Albano (UFRN)

Resumo: Nosso estudo contempla quatro documentários brasileiros a exprimirem estímulos de vocação histórica e representativa aos quais tendemos arrolar entre as substâncias do comum e dos universais enquanto modos de convivência temporal e espacial predominantes, todavia não a expensas de outros menos visíveis. O realismo figural e político mais as desordens do Estado são expoentes de um a cultura que encerramos entre 1960-2022 e os filmes logram contrair ess as medidas em seus limites Nosso método compõe-se de uma leitura mais ou menos próxima dos fenômenos poéticos permeados pelas tonalidades políticas mais declaradas no ciclo referido: exceção democrática, público, ação social, imagens, documentos, economicismo, motivos estéticos.

ARGENTINA 1985: o possível letramento midiático do trauma mnemônico do país

Frederico Ângelo (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG)

Resumo: O presente artigo tem como objetivo contribuir para uma discussão sobre o potencial do letramento midiático na construção de uma memória cultural em níveis transnacionais que proporcionam conhecimento da história de um local através de comunidades de memória global. O objetivo é explorar as categorias da memória cultural como ferramenta para o letramento midiático. Nossa hipótese é apresentar a produção audiovisual transnacional como agente mnemônico, dos fatos históricos para geração futuras e sua mediação através de textos culturais locais, que permitem a melhor penetração desses elementos da história em grupos sociais. Para este cômputo o filme Argentina,1985, disponível na Prime Vídeo, é o instrumento para este trabalho.

O estranho mundo de Tim Burton chega ao streaming: uma análise da visualidade expressionista de Wandinha

Helena Oliveira Teixeira de Carvalho (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG)

Resumo: Consagrado como um dos grandes nomes do cinema contemporâneo, desde o início de sua carreira Tim Burton apresentou uma estética singular, que foge dos padrões de Hollywood. Para melhor compreender a visualidade singular do diretor e assim contribuir para a ampliação do horizonte teórico-conceitual da estética audiovisual, o presente artigo irá fazer uma breve abordagem de suas principais obras à luz da influência do Expressionismo alemão e dedicará ainda uma análise mais aprofundada da série Wandinha (Wednesday, 2022), seu mais recente sucesso na plataforma de streaming Netflix.

O Monstrumano: deturpações do nazifascismo pelo cinema fantástico

Bernardo Brum (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ), Sergio Schargel (Universidade de São Paulo – USP)

Resumo: A proposta deste trabalho é discutir e desconstruir a imagem do nazifascista como um ser monstruoso. Para isso, irá se dividir em duas partes: a) uma discussão sobre a interpretação psicanalítica do fascismo, lançando mão de autores como Hannah Arendt, Wilhelm Reich, Theodor Adorno e Rob Riemen, na intenção de mostrar como os nazifascistas não são entidades sobrenaturais e raras; b) um debate sobre o Nazisploitation. Assim, serão trabalhadas as interseções entre o Nazismo e os gêneros de horror, bem como a estética do nazista enquanto monstro, em uma historiografia crítica.

Intervalo para o café: 10h15 – 10h30

Sessão 8 – Audiovisual e memória: objetos e construção de conhecimento

10h30 – 11h40 / Sala Novo IACS – J 11 E

Coordenação/Mediação – Sebastião Guilherme Albano (UFRN)

O uso do acervo audiovisual na construção de narrativas em videoclipes

Giselle Rafaela Clara (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), Jhonatan Mata (UFJF)

Resumo: O ato de preservar a memória é mais do que deixar viva uma história com acesso a todos. O arquivo garante a oportunidade de diferentes gerações, ainda que, com os pedágios discursivos do tempo, possam experimentar outras eras, histórias e situações. Preservar essas recordações em áudio e vídeo possibilitam uma vivência ainda mais imersiva nesse passado. No videoclipe “Pilantra”, de Anitta e Jão, é possível experimentar um pouco da atmosfera dos programas de TV da década de 60. Jovens e adultos podem entender a narrativa escrita nas entrelinhas dos arranjos cenográficos, figurinos e com isso reviver a memória midiática brasileira por meio de cantores populares que fazem sucesso na geração Z.

O Cine Jornal Brasileiro como um produto jornalístico: apontamentos preliminares para um estudo histórico

Cristina de Marco (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC)

Resumo: O objetivo deste artigo é compreender o Cine Jornal Brasileiro (1939-1946), produzido pelo Estado Novo (1937-1945), como um produto jornalístico, entendendo que a maioria dos estudos o apontam somente como um produto de publicidade política. Utilizo, para tanto, uma abordagem qualitativa, com objetivo exploratório, em perspectiva histórica, por meio de pesquisa bibliográfica. A partir desta pesquisa, percebo que há uma lacuna nos estudos a respeito deste formato. Trata-se de um material construído em um período de efervescência e que não pode ser limitado à compreensão como propaganda, já que era fonte de informação sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sobre o governo de Getúlio Vargas e os eventos que o cercavam. Sendo assim, chego à conclusão de que é preciso ampliar esta abordagem em outros estudos complementares.

Público Cinematográfico Brasileiro: Um Estudo Comparativo do Público de Cinema Brasileiro Entre as Décadas de 1970 e 2010

Rodrigo Carlos Bezerra Lopes (Universidade Federal do Ceará – UFC)

Resumo: O estudo buscou fazer uma comparação dos dados de presença do público brasileiro nas salas de exibição fílmica em duas décadas diferentes: 1970 e 2010. Além do comparativo dos dados, a investigação realiza uma problematização acerca dos reflexos da consolidação da indústria cultural brasileira nos tempos atuais. O método comparativo foi empregado para a idealização da pesquisa, que também conta com o método documental utilizado para contextualização da discussão proposta. Renato Ortiz (2001), Theodor Adorno (2009), João Pena (2012) e Hebe Bernardo (2023) orientam as bases bibliográficas deste artigo.

Omeleteve e as Narrativas de Memória e Nostalgia na Cultura Pop: uma Análise da Série “1980: Década Animada”

Carlos Pernisa Júnior (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), Cristiane Turnes Montezano (UFJF), Susana Azevedo Reis (UFJF)

Resumo: Este trabalho tem como objetivo observar como o canal do YouTube Omeleteve elabora conteúdos que trabalham e constroem sentidos de memória e nostalgia em suas produções. Para isso, iremos compreender esses conceitos a partir de pesquisadores como Andreas Huyssen (2000), Svetlana Boym (2008; 2017), Katharina Niemeyer (2018) e Ana Paula Goulart Ribeiro (2018). Também realizaremos uma análise da série de vídeos produzida pelo canal, denominada “1980: DÉCADA ANIMADA”, a partir da metodologia da Análise da Materialidade Audiovisual (COUTINHO, 2016). Dessa forma, iremos compreender como o canal utiliza-se de elementos do passado para rememorar a cultura pop e criar uma comunidade saudosista e afetiva.

Os cinemas de bairro de Juiz de Fora, MG: as memórias do Cine Rex

Christina Ferraz Musse (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), João Gabriel Marques (UFJF), Luísa de Paula Calheiros (UFJF), Maria Clara Cabral  (UFJF)

Resumo: Os estudos sobre audiência cinematográfica procuram investigar as formas como os espectadores vivenciaram a experiência da ida ao cinema, durante o século XX. O hábito de percorrer as calçadas e ruas, em busca da sessão anunciada nos jornais, faz parte das memórias das populações. No projeto de pesquisa Cidade e Memória: a construção da identidade urbana pelas narrativas audiovisuais, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), as lembranças da ida ao cinema têm sido recuperadas em vários suportes digitais. Neste artigo, mostraremos que este hábito não se restringiu apenas às grandes salas de exibição, mas foi fundamental para as sociabilidades dos bairros mais afastados, onde salas mais simples viviam igualmente lotadas pelos espectadores em busca de diversão.

A atuação da Alcar e a tendência da pesquisa em História das Mídias Audiovisuais no Brasil

Guilherme Moreira Fernandes (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB), Patrícia Cardoso D’Abreu (Universidade Federal do Espírito Santo – UFES)

Resumo: Este trabalho traça um panorama das pesquisas apresentadas no GT História das Mídias Audiovisuais e reflete sobre ancoragem dos objetos da comunicação nas especificidades da área do audiovisual. Busca-se compreender como figuras de historicidade, temporalidades e crônicas se articulam às pesquisas sobre televisão, vídeo e cinema. O objetivo é contribuir com o entendimento sobre a relevância e a influência da Alcar para a visibilidade, a troca e o estímulo às pesquisas de perspectiva histórica sobre o audiovisual nos últimos vinte anos. Para tanto, foi realizado um breve histórico da Rede Alcar, seguido do levantamento quantitativo dos temas de pesquisa submetidos no GT História das Mídias Audiovisuais e sua posterior análise à luz dos objetivos propostos.

Sessão 9 – Reunião do GT História das Mídias Audiovisuais

11h40 – 12h / Sala Novo IACS – J 11 E

Coordenação/Mediação – Guilherme Moreira Fernandes (UFRB) e Patrícia Cardoso D’Abreu (UFES)

Coordenação Nacional: Marco Aurelio Reis (PPGCOM/ UFJF), Carlos Pernisa Júnior  (PPGCOM/ UFJF)

Coordenação local de apoio: Anderson Ortiz (UFF)


DIA 03 DE AGOSTO – MANHà 

Sessão 1 – Política nas nuvens

9h – 10h15 / Sala Novo IACS – J 10 E

Coordenação/Mediação – Marco Aurelio Reis (UFJF), Pollyana FERRARI (PUC-SP)

As mais tocadas no TikTok: Fluxos de mídia pela perspectiva da indústria da música transnacional no aplicativo TikTok

Emanuelli da Silva Monsores (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)

Resumo: Através do aplicativo de vídeos curtos TikTok a indústria da música alcança novas oportunidades nos mercados transnacionais. Em 2021 a empresa responsável pelo APP, ByteDance, lançou o segundo relatório anual sobre os desempenhos das músicas mais ouvidas na plataforma. A partir desse relatório pode-se contextualizar a indústria da música atual na lógica dos fluxos e contrafluxos de mídia e acentuar algumas implicações do termo transnacional. A pesquisa consiste em uma análise qualitativa dos dados fornecidos pela ByteDance pautada em uma pesquisa bibliográfica com base nos autores sobre mídias e globalização:  Daya Thussu, Miyase Christensen, Steven Vertovec; Koichi Iwabuchi; Anandam P. Kavoori.

“A Festa da Selma” e a checagem de fatos feito pela Aos Fatos no Twitter sobre o oito de janeiro

Artur Ferreira, Pollyana Ferrari,Yasmin Marchiori Correia (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP)

Resumo: O artigo procura compreender o devastador papel das fake news no atual momento histórico brasileiro dentro de um contexto de plataformização e dataficação onde somos controlados pelo poder hegemônico das big techs.  A partir de uma análise do movimento “Festa da Selma”, um código secreto entre grupos online bolsonaristas no WhatsApp e Telegram que planejaram para o dia oito de janeiro, a invasão e depredação da Praça dos Três Poderes, em Brasília, no Distrito Federal, mostraremos como a sociedade encontra-se frágil e a checagem de fatos pode ajudar. O termo “Festa da Selma” também foi utilizado em publicações abertas em páginas de Twitter, que foram analisadas na pesquisa por meio das Cadeias de Referência (Latour).

O papel da relação entre imagem e texto na construção da imagem pública de Paulo Guedes

Tiago da Silva Bruno (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Este estudo pretende analisar a composição formada por texto e imagem em matérias publicadas nos sites de alguns dos principais veículos do Brasil – Folha de S. Paulo e Estadão – e que retratam o ex-ministro da economia Paulo Guedes em momentos-chave de sua trajetória política. O objetivo é entender, com base em princípios de análise de enquadramento, se houve variação na forma como os veículos optaram por retratar o economista durante o período analisado, assim como concluir se foram positivas ou negativas para sua imagem pública as matérias selecionadas.

A tortura normalizada nas postagens de Olavo de Carvalho no Facebook

Lucas Pullin, Ariane Pereira (Universidade Estadual do Centro-Oeste – Unicentro)

Resumo: Este artigo faz uma análise dos discursos do inlfluenciador digital Olavo de Carvalho nos quais busca, por meio de postagens no Facebook, normalizar casos de tortura ocorridos no período da ditadura militar no Brasil. Partindo da homenagem feita ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, em 2016, pelo então deputado federal Jair Bolsonaro, Carvalho vai se apoiar na formação de bolhas e câmaras de eco para criar e difundir vontades de verdade. Por meio do método genealógico de Michel Foucault, o objetivo, com este trabalho, é mostrar como as plataformas de relacionamentos digitais foram usadas para minimizar a tortura e apagar os crimes cometidos por militares.  

Debate:  9h50 – 10h15

Intervalo para o café: 10h15 – 10h30

Sessão 2Rotina produtiva no Ciberespaço

10h30 – 12h / Sala Novo IACS – J 10 E

Coordenação/Mediação – Marco Aurelio Reis (UFJF), Carmem Rejane Antunes Pereira (Unisinos)

“Só os irresponsáveis chegam ao topo”: narrativas de coaches motivacionais nas redes e o caso Pico dos Marins

Milena de Azeredo Pacheco Venacio (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: O artigo visa fazer uma análise da narrativa estabelecida pelo coach Pablo Marçal ao longo de stories publicados pelo mesmo em seu perfil no Instagram, de modo a tornar favorável à sua imagem a repercussão da subida ao Pico dos Marins, em que ele e as demais pessoas que o acompanharam precisaram ser resgatadas pelos bombeiros, de modo a evitar um desfecho trágico. Parte-se do pressuposto de que, para além da narrativa criada, há vieses que constroem o discurso, de modo a estabelecer relações afetivas junto ao público, legitimando uma lógica neoliberal a partir do atingimento das emoções: a promessa messiânica, o culto à meritocracia e a vaidade social. Tais pressupostos serão debatidos à luz de Barthes (2011), Han (2018), Illouz e Alaluf (2020) e Lordon (2015), entre outros autores que venham a ser pertinentes à análise proposta.

A Segunda Guerra Mundial na Internet: Notas de Pesquisa Sobre a Memória da FEB em Grupos Temáticos nas Redes Sociais

Carmem Rejane Antunes Pereira (UNISINOS)

Resumo: A proposta deste trabalho é apresentar algumas notas de pesquisa que aborda as relações entre memória e história no âmbito das mídias digitais, tendo como foco imagens, sonoridades e relatos que circulam em grupos formados no e pelo Facebook, tematizando a memória da Força Expedicionária Brasileira. A FEB foi uma força militar aeroterrestre constituída por homens e mulheres, que, durante a Segunda Guerra Mundial, participaram ao lado dos Aliados na Campanha da Itália nas suas últimas fases.

Funções e Competências do webjornalismo 3.0

Marco Aurelio Reis (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF)

Resumo: Carreira configurada ao longo da década de 1990, o webjornalismo sofreu transformações, marcadas pelo acúmulo de funções no processo de produção e de veiculação de notícias na web. Quando tal multitarefismo passou a ser rotineiro na cadeia formada por jornais, revistas, emissoras de rádio e de TV expandidos para Web, os webjornalistas viram suas atividades se ampliarem, o que, no presente estudo, foi identificado como politarefismo, um aspecto típico do modelo de negócio da cadeia do jornalismo pós-industrial. Assim, a partir da metodologia Estudo de Caso, foram feitas entrevistas com profissionais do setor, do eixo Rio e São Paulo, tendo como base levantamento bibliográfico e consulta a sites de recrutamento profissionais, nas quais foram levantadas quase de 200 funções e competências do webjornalismo ao longo das últimas três décadas. Para o artigo, foram listadas 10 da chamada Web 3.0, a partir do  critério “mais de uma citação”, de modo a contribuir para história do jornalismo e para a formação de futuros profissionais do setor, uma vez que tal levantamento contribui para atualização de disciplinas ligadas ao jornalismo digital e ao  webjornalismo.

Expansão da Vida: Práticas de Diário, Autobiografia e Narrativas Visuais do Eu na Trajetória do Blogging

Pablo M. S. Vallejos (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ)

Resumo: O presente artigo propõe- se a desenhar um breve retrospecto histórico dos blogs online em uma relação direta com diários. Assim, também tem como objetivo analisar a prática do blogging como um suporte eletrônico para a construção identitária e autobiográfica de um indivíduo, com variados recursos de montagem e edição. Desse modo, o trabalho reflete sobre os caminhos e os possíveis futuros dessa atividade nas plataformas que se popularizaram nas décadas iniciais do século XXI, em especial o Instagram, com o protagonismo da fotografia e do vídeo como ferramentas na escrita do eu.

Debate:  11h30 – 12h


DIA 03 DE AGOSTO – TARDE

Sessão 3 – Entre influenciadores e migrantes na rede

14h – 15h15 / Sala Novo IACS – J 10 E

Coordenação/Mediação – Marco Aurelio Reis (UFJF),  Maíra Evangelista de Sousa (Universidade da Amazônia)

Influenciadores, Plataformas e Marketing: análise comunicacional das estratégias de lançamento da campanha Eudora Glam

Thaiana Alves de Almeida (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), Débora Oliveira (UFJF), Laryssa Gabellini (UFJF), Soraya Ferreira (UFJF)

Resumo: Este artigo apresenta uma análise comunicacional das estratégias de lançamento da campanha “Eudora Glam”, com enfoque na interação entre influenciadores, plataformas digitais e marketing. A ascensão dos influenciadores digitais como figuras proeminentes na promoção de marcas e produtos tem se tornado uma tendência relevante na era contemporânea. Nesse contexto, a campanha “Eudora Glam” da marca de cosméticos Eudora é explorada como estudo de caso para compreender como as estratégias de lançamento são implementadas nesse ambiente digital. Através de uma abordagem comunicacional, são analisados os percursos que possibilitaram que esses ambientes acolhessem essas linguagens e ações, bem como os elementos-chave utilizados na campanha, como a escolha de influenciadores, a seleção de plataformas digitais e as mensagens transmitidas.

Desinfodemia: o formato das publicações do influenciador digital Atila Iamarino no Instagram para combater a pandemia de Covid-19

Lucas Porto (Universidade da Amazônia), Maíra Evangelista de Sousa (Universidade da Amazônia)

Resumo: Este artigo busca responder a seguinte questão: quais os formatos midiáticos utilizados pelo influenciador digital Atila Iamarino em seu perfil do site de rede social Instagram para combater a desinfodemia durante a pandemia de Covid-19?. Os procedimentos metodológicos apoiam-se no modelo desenvolvido por Lopes (2003). Os conceitos de desinfodemia (GARCIA; DUARTE, 2020; SINTRA, 2019; SILVA, 2020) e influenciadores digitais (KARHAWI, 2017; PRIMO; MATOS; MONTEIRO, 2021) são considerados como base para a discussão. A investigação foi realizada a partir de 192 postagens publicadas no perfil do influenciador digital Atila Iamarino no Instagram, entre janeiro de 2020 a dezembro de 2021. Como resultado indica-se que a maior parte das publicações de Atila Iamarino possui formato audiovisual.

Migração e Cultura(s): acessos, desafios e vivências de haitianas(os) em Cuiabá-MT

Acimar da Costa Magalhães (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT), Cleusa Albilia de Almeida (Instituto Federal do Rio Grande do Sul), Cristóvão Domingos de Almeida (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT)

Resumo: A pesquisa teve como objetivo geral compreender como se deu o processo de migração/ancoragem de algumas(uns) haitianas(os) em Cuiabá-MT, no ano de 2014. A pesquisa nos revelou que a migração e a cultura dos haitianos em Cuiabá – MT, sobretudo levando em consideração o acesso à língua portuguesa (sendo aqui identificado com a língua do primeiro acolhimento), os desafios para inserção no mercado de trabalho e bem como as vivências culturais e sobretudo a religiosidade presente nas comunidades dos haitianos.Verificou-se por meio da pesquisa descritiva-analítica, com abordagem qualitativa do problema que há ausência de políticas públicas aos imigrantes e pouco apoio do Estado de Mato Grosso para superarem as situações de desvalorização da mão de obra no mundo do trabalho.

Debate: 14h50 – 15h15

Intervalo para o café: 15h15 – 15h30

Sessão 4 – Ciberespaço como lugar de ensino e aprendizagem

15h30 – 17h / Sala Novo IACS – J 10 E

Coordenação/Mediação – Marco Aurelio Reis (UFJF), Walcéa Barreto Alves (UFF)

Representações e Letramento: Diálogos Investigativos na Interface entre Comunicação e Educação

Walcéa Barreto Alves (Universidade Federal Fluminense – UFF), Fernanda Pereira da Silva (UFF), Dayana Viana Vieira (UFF), Fabíolla Jéssyca Santos Silva (UFF), Mayra Lacerda Carvalho (UFF)

Resumo: O presente artigo aborda o trabalho desenvolvido no contexto da pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos em Comunicação e Educação, Etnografia e Representações Sociais (NECEERS/UFF/CNPq). O objetivo principal da investigação é compreender de que maneira as redes de significação dos usos e conceitos relacionados à tecnologia digital circulam e se repercutem nas interações entre os sujeitos escolares. Nesse sentido, as representações sociais acerca do papel das tecnologias digitais no contexto contemporâneo e sua influência sobre os processos de ensino-aprendizagem ocorridos na escola. Desse modo, o eixo metodológico principal é a etnografia, com a realização de pesquisa de campo numa escola municipal de Niterói, RJ. A pesquisa desenvolve ações e apresenta dados que contribuem para o desenvolvimento de práxis educativas com o foco na apropriação crítica das mídias, num processo de letramento digital.

Luzes e Sombras: Digitalizar é a solução? Pensando com a Cinemateca Brasileira

Laura Palma Ávila Pereira, Jane de Almeida (PUC-SP)

Resumo:  O início do século XXI tem sido marcado pelo desenvolvimento e  aceleração das tecnologias digitais, o que tem levado a um crescimento de uma demanda cada vez maior por conteúdos digitais, e, por consequência, a necessidade de preservar esses materiais.  O presente trabalho busca investigar quais os caminhos da preservação digital. Outro ponto a ser discutido são as formas de difusão desses conteúdos e as diferenças entre as técnicas analógicas e digitais da salvaguarda. Para tais discussões, a pesquisa se voltou à Cinemateca Brasileira, apoiando-se em seus relatórios e entrevistas com ex-membros dessa instituição.

Do Arcade ao Metaverso: Jogos Eletrônicos Como Mídia Publicitária

Jordana da Silva Carneiro (Universidade Federal do Ceará – UFC), Sílvia Helena Belmino Freitas (Universidade de Brasília, Brasília – UnB)

Resumo: Este artigo integra a monografia A Publicidade No Contexto Da Ilegalidade E Da Violência Dos Jogos Online: A Ativação De Marcas No Gta 5 Roleplay, apresentada em 2022 como trabalho de conclusão de curso para título de bacharel em Publicidade e Propaganda na Universidade Federal do Ceará. A pesquisa versa sobre as estratégias adotadas pelas marcas nos metaversos de Grand Theft Auto Roleplay (GTA RP). Se utilizando da plataforma base do GTA V, surgiram os servidores que trazem mods (modificações) nos arquivos originais do game. Nos servimos do conceito do game modding como forma de prosumption (Dewalska–Opitek; Hofman–Kohlmeyer, 2021) para analisar de que forma os consumidores cooperam com as empresas para “produzir” valor por meio de suas experiências e atribuem significados simbólicos ao consumo (Baudrillard, 1970), bem como buscar identificar elementos que pudessem justificar e explicar a presença e permanência de usuários e de marcas nessa ambiência.

A História representada pela produção audiovisual: transformando vestígios digitais em legítimas fontes históricas

Igor Da Silva Portela, Christina Ferraz Musse (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF)

Resumo: Este artigo busca estudar filmes, jogos eletrônicos e outras mídias ambientadas dentro de contextos históricos a fim de analisar a aquisição de conhecimento e sua possibilidade de uso na ampliação do acesso à História. Portanto, investiga-se a influência desses recursos midiáticos de entretenimento na popularização de conteúdos históricos, podendo auxiliar no ensino e aprendizagem desta área. O objetivo é pensar como historiadores podem utilizar essas mídias audiovisuais para a difusão da História e da cultura, além de discutir o papel do historiador contemporâneo em um mundo cada vez mais tecnológico e globalizado, a partir de autores que correlacionam a História com mídias digitais.

Debate:  16h50 – 17h


DIA 04 DE AGOSTO – MANHÃ

Sessão 5  – Mulheres e o feminino em rede

9h – 10h15 / Sala Novo IACS – J 10 E

Coordenação/Mediação – Marco Aurelio Reis (UFJF), Cláudia Thomé (UFJF)

Narrativas de mulheres e o constante movimento nas mídias digitais

Cleusa Albilia de Almeida (Instituto Federal do Rio Grande do Sul), Cristóvão Domingos de Almeida (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT), Marcio Bigolin (Instituto Federal do Rio Grande do Sul), Acimar da Costa Magalhães (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT)

Resumo: Este trabalho faz parte de um projeto em andamento na fase inicial, mesmo sendo inicial, carrega consigo muitos significados e sentidos que iniciaram nas redes sociais, especificamente o Instagram, espaço referenciado neste trabalho como ponto de encontro e de movimento para as mulheres migrantes, mulheres negras situadas na cidade de Canoas, RS. Tem como objetivo primeiro compartilhar as ações desenvolvidas com as mulheres e compreender o papel das mídias digitais na ampliação e divulgação dos eventos que saem do espaço temporal para um espaço movediço das mídias, assim como as narrativas que são reverberadas nas redes sociais.

Ciberativismo e o Potencial das Hashtags Feministas no Debate Sobre a Cultura do Estupro

Leiliane Germano (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), Cláudia Thomé (UFJF)

Resumo: As conexões pelos meios digitais ganharam nos últimos anos um potencial ainda maior de mobilização quando o assunto é a luta em defesa dos direitos das mulheres, sobretudo quando as redes sociais são usadas para conectar narrativas semelhantes. O uso das hashtags que se espalha de um perfil para milhares mostra o potencial das redes ao debater questões complexas como a cultura do estupro. Movimentos como #MeToo, #NãoExisteEstuproCulposo e #PrimeiroAssédio saíram das redes e mobilizaram intervenções nas ruas. Dessa forma, o presente artigo apresenta uma análise da pesquisa do termo “estupro” na ferramenta do Google Trends nos últimos cinco anos com o objetivo de observar o agendamento da temática na web, com deslizamento para os veículos de comunicação tradicionais e até mesmo para a aprovação de uma lei federal.

Por outras experiências narrativas: o “jornalismo de beirada” em Nós, Mulheres da Periferia

Bárbara Maria Lima Matias (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG)

Resumo: Este artigo analisa três discursos-manifestos do coletivo Nós, Mulheres da Periferia, entendendo como as editoras apontam para as negociações e infiltrações de um discurso moderno-colonial que se consolida na história do jornalismo em nosso país. Entendemos que a marcação política e corporificada com os territórios das periferias é uma das estratégias de enunciação deste projeto, que se autonomeia como um “jornalismo de beirada”. Neste trabalho, tentamos rascunhar como a “beirada” pode ser lida enquanto a formação de um “espaço seguro” narrativo (COLLINS, 2019), em meio ao discurso jornalístico moderno com aspectos coloniais que compreende o mundo por uma leitura repleta de binarismos e apagamentos. Assim, destacamos as inconsistências do discurso moderno-colonial do jornalismo diante uma prática efervescente em suas relações políticas com o tempo e o espaço.

Intervalo para o café: 10h15 – 10h30  


Sessão 6 – Inteligência Artificial faz história na web

10h30 – 11h30 / Sala Novo IACS – J 10 E

Coordenação/Mediação – Marco Aurelio Reis (UFJF) /Marco Aurélio Bosello (UFU)

Comparações entre as imagens dos mitos no Imaginário Social com a geração de novas imagens pela Inteligência Artificial

Frederico Reis Pacheco (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Este artigo tem o objetivo de refletir sobre o efeito da I.A. na criação de imagens e narrativas, explorando a possibilidade de criar algo novo, fora do imaginário humano.  Fundamenta-se nas obras de Gilbert Durand abordando as representações do imaginário e a pedagogia dos mitos, explorando a relação entre as imagens e o imaginário humano. É revista a evolução histórica dos canais digitais e das redes sociais, destacando os comportamentos da sociedade em diferentes momentos, para dar base à análise. Por fim, são abordados o surgimento e a popularização da I.A. A partir deste cenário e aceitando o entendimento de que as representações criadas pelas pessoas estão ancoradas em mitos originais presentes no imaginário coletivo, busca-se investigar se as narrativas e imagens criadas pela I.A. também estarão limitadas por esses mesmos mitos.

Automação no Jornalismo: Resgate Histórico-Conceitual com base na Teoria Ator-Rede

Fernanda Vasques Ferreira (Universidade de Brasília – UnB), Marco Aurélio Boselli (Universidade Federal de Uberlândia – UFU), Cristóvão Domingos de Almeida (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT), Bruno Bernardo de Araújo (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT)

Resumo: Existem diferentes nomenclaturas utilizadas para definir as novas formas de produção e distribuição de notícias a partir da popularização da internet e seus avanços tecnológicos, como a automação. Este trabalho busca resgatar a história da introdução de tecnologias de automação no jornalismo, propondo uma análise sobre o conceito apresentado por diferentes autores. À luz da Teoria Ator-Rede (TAR), identificamos autores que relacionam, explicitamente, o conceito de automação a uma visão colaborativa entre actantes humanos e não-humanos, distanciando-se da polarização entre tecnologia e jornalismo. Essa perspectiva evidencia as associações dos actantes em co-criação, colaborativa e redistributiva com foco em soluções inovadoras no jornalismo.    

O Impacto das Mídias Digitais na Construção da Memória: Desafios, Oportunidades e Perspectivas para a Comunicação na era da Inteligência Artificial

Márcia Siqueira Costa Marques (Centro Universitário Belas Artes SP)

Resumo: Este artigo propõe uma reflexão sobre o papel das mídias digitais na construção da memória histórica e social, com foco especial no jornalismo digital e nas redes sociais como locus de memória e representações sociais. Investigaremos as interfaces, discursos, imaginários e materialidades presentes nas mídias digitais, examinando como essas plataformas influenciam a forma como as pessoas lembram, narram e interpretam eventos históricos e sociais. Discutiremos também as práticas de consumo e formas de apropriação das mídias digitais, especialmente dispositivos móveis, e seu impacto na construção e preservação da memória social. Além disso, abordaremos a relação entre movimentos em rede, memória e cidadania, bem como a análise de discurso nas redes sociais como ferramenta para compreender a construção da memória coletiva. Por fim, exploraremos a intersecção entre arte na web, publicidade em ambientes digitais e sua contribuição para a memória social contemporânea.

Sessão 7 – Reunião Anual do GT História da Mídia Digital

11h30 – 12h / Sala Novo IACS – J 10 E

Coordenação:  Marco Aurelio Reis (UFJF), Carlos Pernisa Jr. (UFJF)

Coordenação Nacional: Ranielle Leal Moura (UFPI); Roseane Arcanjo Pinheiro (UFMA)

Coordenação local de apoio:  Marco Roxo (UFF)


DIA 03 DE AGOSTO – MANHÃ

Sessão 1 – Leitura, livros e mangá

9h – 9h45 / Sala Novo IACS – J 8 B

Coordenação/Mediação – Ranielle Leal Moura (UFPI), Roseane Arcanjo Pinheiro (UFMA)

Le cabinet de lecture: uma fonte popular de materiais de leitura na França do século XIX

Vanessa Martins, Claudia Thomé (Universidade Federal de Juiz de Fora -UFJF)

Resumo: Este artigo tem como objetivo fornecer, a partir de revisão bibliográfica, um breve panorama sobre os cabinets de lecture. Também conhecidos como reading rooms, circulating libraries, subscription  libraries, e commercial lending libraries, esses estabelecimentos atuaram como importantes disseminadores culturais, responsáveis pelo amplo acesso a materiais de leitura, principalmente na França, durante o século XIX – uma época em que livros eram artigos caros para produção e aquisição (WHITMORE, 1978). Para tal, foram utilizados autores que consultaram diretamente registros sobre a criação e desenvolvimento desses locais, como Allen (1981) e Falconer (2013; 2016). Concluímos que, não apenas esses locais colaboraram com os índices de alfabetização, mas também atuaram como uma espécie de sociedade literária, em que seus frequentadores discutiam literatura amplamente durante sua permanência.

As contribuições da História do Livro e da História da Leitura para os estudos dos primórdios das notícias impressas

Eduardo Comerlato, Antônio Hohlfeldt (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul -PUC-RS)

Resumo: Durante a segunda metade do século XX, duas importantes ramificações da História Cultural se desenvolveram: a História do Livro e a História da Leitura. Buscando estudar a produção, a transmissão e a recepção dos textos, essas disciplinas elaboraram importantes trabalhos através de aportes teórico-metodológicos específicos. Neste artigo, abordamos estes estudos para demonstrar quais de seus conceitos podem contribuir para os estudos da história das notícias impressas.

O papel do mangá shonen durante o imperialismo japonês

Aline Mendes (Universidade Federal Fluminense – UFF / Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)

Resumo: O presente artigo discorre sobre os mangás da demografia shonen, voltados para o público masculino jovem e criados durante o período imperialista do Japão. O imperialismo japonês ocorreu entre o final do século XIX e 1945, e durante esse período as revistas de mangá foram utilizadas para promover a agenda imperialista do país. O objetivo central do trabalho, é discorrer sobre o papel do mangá shonen durante o imperialismo japonês. Defende-se a hipótese dessas produções terem como objetivo influenciar o público masculino jovem a aderir ao ideal político promovido pelo Japão.

Debate: 9h30 – 9h45

Sessão 2 – Imprensa, revistas e a República

9h45 – 10h15 / Sala Novo IACS – J 8 B

Coordenação/Mediação – Roseane Arcanjo Pinheiro (UFMA), Ranielle Leal Moura (UFPI)

Caricatura, imprensa e flechadas: a sociedade maranhense do século XIX pelo olhar crítico de João Affonso do Nascimento

Wanessa Ellen Costa e Costa (Universidade Federal do Maranhão – UFMA), José Ferreira Júnior (UFMA)

Resumo: Este artigo aborda a história do periódico A Flecha (1879-1880) de João Affonso do Nascimento, na configuração de uma análise crítica da sociedade maranhense do século XIX. João Affonso foi uma das personalidades que contribuiu com a imprensa maranhense por meio de uma ferramenta inovadora para aquele período: a caricatura. Ele cresceu em uma época na qual a cidade de São Luís ganhava uma estruturação econômica, política e social, com viés europeu, o que influenciou nos costumes e no consumo da sociedade local, foco do debate presente em suas produções artísticas. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o periódico A Flecha, identificando sua proposta crítica e o diálogo com o seu público. Utiliza-se a pesquisa bibliográfica para descrever este meio de comunicação impresso, no qual havia a apresentação das classes sociais do século XIX. Por fim, apresenta-se um diálogo entre imprensa, caricatura e personagens de rua desenhados pelo artista.

As revistas paraenses no início do século XX (1901 a 1950): estudo exploratório e descritivo de três grandes acervos

Roberta Cartágenes da Costa (Universidade Federal do Pará – UFPA), Jessé Andrade Santa Brígida (UFPA), Netília Silva dos Anjos (UFPA)

Resumo: Este estudo teve como objetivo realizar uma pesquisa exploratória das revistas paraenses da primeira metade do século XX que estão em três grandes acervos em Belém. Utilizando uma abordagem qualitativa, foram consultados 29 títulos de revistas que circularam entre 1901 e 1950. A metodologia envolveu a revisão de acervos e um estudo exploratório do conteúdo das publicações, a partir de pesquisa bibliográfica e documental. A justificativa para este estudo reside na importância de compreender o papel dessas revistas e o desenvolvimento da mídia impressa no Pará no século XX. No contexto histórico do período analisado, as revistas desempenharam um papel fundamental na educação, na difusão de conhecimentos técnicos, na abordagem de questões políticas e na divulgação de temas variados. Os resultados revelam a diversidade temática dessas publicações e buscaram contribuir para a compreensão da história, cultura e dos meios de comunicação na região amazônica.

A imprensa carioca e o consenso para a constituição republicana

George Vidipó (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)

Resumo: Este artigo visa estudar como a imprensa carioca trabalhou para produzir o consenso para a primeira Constituição Republicana do Brasil. Essa que se intitulava “organismo da opinião pública” (VIDIPÓ, 2021) e, a partir de 15 de novembro de 1889, trabalhou de forma a estabelecer que o “Advento da República” era um caminho sem volta e a justificar o Governo Provisório. Para essa pesquisa escolhemos os dois maiores periódicos da década de 1880 e 1890: a Gazeta de Notícias e O Paiz. Ambos se declaravam “imprensas neutras”, ou seja, não eram órgãos de nenhum partido do Império (VIDIPÓ, 2019). Embora em suas folhas aparecessem colunas republicanas e artigos de políticos e pensadores republicanos. Esses periódicos jamais admitiram ser republicanos, para seus leitores.

Debate:  10h05 – 10h15

Intervalo para o café: 10h15 – 10h30 


Sessão 3 – Narrativas, personagens e revistas

10h30 – 12h / Sala Novo IACS – J 8 B

Coordenação/Mediação – Marco Roxo (UFF), Roseane Arcanjo Pinheiro (UFMA)

De autora a personagem: Sylvia Serafim, assassina célebre, escritora esquecida

Sergio Schargel (Universidade de São Paulo – USP)

Resumo: Em 26 de dezembro de 1929, a escritora e jornalista Sylvia Serafim atirou em Roberto Rodrigues, irmão de Nelson Rodrigues. O crime entrou à memória coletiva e à cultura popular, sendo transformado em narrativas para os mais diferentes formatos artístico-culturais. Parte dessas recriações busca imitar o estilo de Nelson Rodrigues, ficcionalizando o assassinato de seu irmão como se fosse um prelúdio de seu teatro. Este trabalho colocará em diálogo duas obras, Sylvia não sabe dançar e O casamento, na tentativa de evidenciar como o primeiro busca emular o segundo, transformando tanto Sylvia quanto Nelson em personagens de uma prosa rodrigueana.

Narrativas sobre a mulher – um olhar para o passado

Sane Araújo Campos Rêgo (Universidade Federal do Piauí – UFPI); Ranielle Leal Moura (Universidade Estadual do Piauí -UESPI/ UFPI); Ana Regina Rêgo (UFPI)

Resumo: A revista O Cruzeiro é uma revista que hoje faz parte do acervo da história do Brasil, existiu de 1928 a 1975, portanto, olhar para sua estrutura textual e visual, sua narrativa, conteúdos expostos, permite a compreensão e o resgate das formas de vida do século XX. No artigo em questão procuramos estudar a revista O Cruzeiro e seu olhar diante do ser mulher, entre as décadas de 1950 e 1960, objetivando um entendimento através da análise de conteúdo sobre o processo de construção e representação da mulher no meio jornalístico. Diante da pesquisa realizada consideramos que O Cruzeiro seguia uma estrutura pautada em uma visão patriarcal e machista. O direcionamento de seu material, propagandas, matérias jornalísticas e seções com crônicas e cartas, eram produzidos com um direcionamento de valores impostos às mulheres, colocando-as frente a um projeto de vida pronto, onde seu papel maior é servir ao lar, ao esposo, à família.

Novidades Fotoptica: uma revista, uma história

Priscila Gomes (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

Resumo: O presente artigo se propõe a reconstruir a trajetória da revista de fotografia brasileira “Novidades Fotoptica”, que circulou no país entre os anos 1950 e 1980, buscando compreender como ela se inseriu num contexto comunicacional e histórico marcado pela segmentação do mercado de revistas. Para isto, utilizamos duas edições comemorativas da publicação, uma no formato de catálogo, em sua primeira fase de circulação, entre os anos 1950 e 1960; a outra, quando se transforma em revista, já nos anos 1970, além de diversos números que compõem sua segunda fase de existência. Aludimos à importância da publicação para a recuperação de informações sobre um período relevante no Brasil, quando este consolida sua indústria cultural. O trabalho encontra-se vinculado à pesquisa de mestrado “Ser mulher e ser fotógrafa: Revista Novidades Fotoptica e Presença feminina (1970 – 1980)”, ainda em fase de desenvolvimento.

Debate: 11h15 – 12h00


DIA 03 DE AGOSTO – TARDE

Sessão 4 – Imprensa nos séculos XX e XXI

14h – 15h15 / Sala Novo IACS – J 8 B

Coordenação/Mediação – Roseane Arcanjo Pinheiro (UFMA), Marco Roxo (UFF)

Estadão: liberal na economia e conservador nos costumes

Petronilio Ferreira (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: O jornalismo impresso sempre teve um papel fundamental no cotidiano dos brasileiros. Em muitos momentos da história nacional essas publicações influenciaram diretamente nas tomadas de decisões do cenário político. Abolição, eleições e golpes são exemplos de eventos gestados e reverberados pela mídia impressa. Neste trabalho, tomamos a história do jornal O Estado de São Paulo como parâmetro para compreender a relação entre mídia e política. Para isso, realizaremos um levantamento bibliográfico sobre o jornal.

As seções fixas de opinião da revista Intervalo: o posicionamento editorial diante da TV brasileira dos anos 1960 e 1970

Talita Souza Magnolo (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF)

Resumo: As décadas de 1960 e 1970 representaram, para a cultura de massa no Brasil, um tempo de interregno entre leitor e telespectador. Ao tempo em que a TV se desenvolvia, os veículos impressos, em especial, as revistas especializadas em televisão sentiram a necessidade de desvendar e construir este novo universo, revelando personagens que passaram a ter corporeidade, apesar de todas as deficiências de imagem, nas telas da TV. Tal movimento de construção foi materializado, por vezes, através da elaboração de estratégias editoriais. Neste artigo, proponho um olhar para a criação de seções fixas por parte da revista Intervalo (1963-1972) da Editora Abril, dando ênfase às seções de opinião “Bola Branca, Bola Preta”, “Nossa Opinião” e “Cotação”, com o intuito de compreender, através de uma Análise Documental (BARBOSA, 2020), como a revista se posicionou diante dos acontecimentos e personagens da TV e, como essa estratégia fez parte de um movimento editorial para estabelecer e fortalecer a relação com seu leitor.

A Grande Reforma de 1972:  mudanças tecnológicas no jornal catarinense O Estado

Cesar Valente (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC)

Resumo: No início da década de 1970 o jornal O Estado, de Florianópolis, SC, fez uma reforma radical de seu parque gráfico e das rotinas de produção, mudou de sede e ampliou o seu quadro de funcionários, em especial o número de jornalistas. Este trabalho pretende fazer uma revisão histórica desse período, evidenciar as principais mudanças ocorridas, formular uma análise preliminar dos resultados e propor questões para a continuação do estudo. Como estratégia teórica e metodológica recorre-se à abordagem para pesquisas históricas em comunicação e jornalismo, tendo como principal método a análise documental. Além da revisão bibliográfica, foi utilizada a técnica de entrevistas. Como principal resultado está a percepção que a qualidade de impressão melhorou e o conteúdo editorial, ocupando mais páginas, aumentou em quantidade.

Breve história da imprensa fluminense no século XXI

Ayam de Oliveira Fonseca (Universidade Federal Fluminense – UFF), Douglas Santos Ribeiro (UFF), Carolina Maria de Oliveira Grobberio (UFF), Pedro Aguiar (UFF)

*Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo

Resumo: O artigo resume a história dos jornais impressos (com periodicidade entre diária e semanal) do estado do Rio de Janeiro no período de 2001 a 2023, considerando a criação de novos veículos, a extinção de alguns títulos e a suspensão de edições impressas. A narrativa histórica é construída a partir de levantamento realizado pelos autores, a partir da base de dados de jornais do projeto Manchetempo, montada com informações fornecidas pelos próprios veículos em fontes públicas, como o IVC, a ADJORI e o cadastro de CNPJ. A periodização proposta delimita como etapas: a ascensão da imprensa popular e gratuita (2001-2009), a breve bonança fluminense (2009-2014), a crise do estado (2014-2020) e a fase durante e após a pandemia de covid-19 (2020-2023).

Debate: 15h -15h15

Intervalo para o café: 15h15 – 15h30  

Sessão 5 – Imprensa e coberturas jornalísticas

15h30 – 17h / Sala Novo IACS – J 8 B

Coordenação/Mediação – Ranielle Leal Moura (UFPI),  Roseane Arcanjo Pinheiro (UFMA)

Revista Cláudia, múltipla e contraditória: a epidemia de meningite, a campanha nacional de vacinação e o ano internacional da mulher em 1975

Larissa Infante Hecht (Universidade Federal Fluminense – UFF), Nataraj Trinta Cardozo (UFF)

Resumo: A revista Cláudia ganhou notoriedade por possuir um projeto editorial liberal burguês desde o período da ditadura civil militar brasileira (1964-1985), mas com peculiaridades interessantes, como os artigos da jornalista Carmen da Silva, que defendia agendas de movimentos feministas à época, como a legalização do aborto e a autonomia financeira da mulher. No início de 1971, o Brasil vivenciou um surto de meningite e até a Campanha Nacional de Vacinação, em 1975, poucos eram os meios que noticiavam com clareza o problema epidêmico, dada a censura estabelecida no momento. O objetivo do trabalho é averiguar como a revista tratou, em artigos e propagandas de 1975, a temática da meningite, comparando essas representações midiáticas com o tratamento dado à efeméride decretada pela ONU como o Ano Internacional da Mulher (1975).

Entre Contos e Crônicas: Como o jornalismo esportivo criou o Tupi, “Fantasma do Mineirão”

Matheus Tamaino Brum (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF)

Resumo: O Tupi Foot Ball Club é uma das instituições esportivas mais antigas de Juiz de Fora. Fundado durante o apogeu econômico de Juiz de Fora, no início do século XX, o clube teve diversos momentos de glória. Um deles foi em 1966, quando em partidas amistosas derrotou os times de Belo Horizonte no recém-inaugurado Estádio Minas Gerais, o Mineirão. As vitórias na capital renderam ao clube juiz-forano a alcunha de “Fantasma do Mineirão”, termo que atravessou fronteiras e é conhecido até hoje. A intenção do trabalho é analisar as páginas do jornal Diário Mercantil, o principal de Juiz de Fora naquele período, e compreender como o jornalismo esportivo impresso foi fundamental na construção dessa identidade do Tupi. Para isso, serão usados os conceitos de análise de conteúdo para demonstrar como que as vitórias do Tupi foram retratadas e exaltadas pelas páginas do Diário Mercantil.

Jornalismo local na era da desinformação: os impactos das fake news na produção do jornal Tribuna de Minas:

Gracielle Loures Nocelli (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF)

Resumo: O artigo se propõe a analisar o impacto das fake news na rotina de produção do jornal impresso local Tribuna de Minas, situado em Juiz de Fora, Minas Gerais. Na era da desinformação, desmentir conteúdos falsos que viralizam através da internet tornou-se uma atribuição para jornalistas que atuam em redações cada vez mais enxutas. Para a realização da pesquisa, foi feito o levantamento das notícias publicadas pelo veículo entre 1o de janeiro e 31 de dezembro de 2021. Através da metodologia da análise de conteúdo, foi identificada a quantidade de matérias que tiveram o propósito de desmentir alguma fake news, a periodicidade em que foram publicadas e os temas mais recorrentes que originaram as informações enganosas. Com o aporte teórico de autores das áreas da Comunicação e da Literacia Midiática, é feita a discussão sobre o papel do jornalismo local no empoderamento da audiência.

A melodramatização do HIV/AIDS nas páginas da imprensa: o caso Cazuza

Vinicius Ferreira (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

Resumo: Neste artigo, temos como objetivo contar a história da construção simbólica da associação de Cazuza com o HIV/AIDS. Utilizaremos, preferencialmente, as matérias publicadas de 1982 até a sua morte, em julho de 1990, no Jornal do Brasil, O Globo, Folha de S. Paulo e na revista Veja, compondo um corpus de análise de 386 textos. Iremos também recorrer às canções gravadas e escritas por Cazuza ao longo do mesmo período. Com isso, buscamos formar um quadro amplo do contexto midiático da época, com uma amostragem que revele tanto os olhares lançados sobre o artista como a sua escrita de si, por meio de músicas autobiográficas.

Debate: 16h15 – 16h30

Coordenação Nacional: Juliana Gobbi Betti (UFSC) e Karina Farias (UNESP)

Coordenação local de apoio: Helen Britto (UFF)


DIA 03 DE AGOSTO – MANHÃ

Sessão 1 – Rádio Brasileiro em suas primeiras décadas

9h – 9h20 / Sala Novo IACS – J 8 A

Coordenação/Mediação – Newton Dângelo (UFU)

Um aniversário quase esquecido: os 90 anos (ou mais) do rádio comercial no Brasil

Luiz Artur Ferraretto (Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS).

Resumo: Estudo historiográfico que recupera e analisa a gênese do rádio como negócio no Brasil no final da década de 1920 e no início da de 1930. Considera para tal os modelos de periodização histórica do rádio propostos por Ferraretto (2012) e Bolaño (2012). Faz isso à luz de pressupostos teóricos e metodológicos oferecidos por Flichy (1991), Mosco (1996) e Schudson (1993). Descreve, assim, a transformação da Rádio Record, de São Paulo, em emissora comercial e o impacto dessa iniciativa em outras estações, como a Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro. No processo de configuração do rádio comercial, destaca o papel: (1) do decreto n. 21.111, de 1º de março de 1932; (2) do empresário Paulo Machado de Carvalho e dos radialistas César Ladeira e Ademar Casé; (3) do estabelecimento do elenco fixo e exclusivo; e (4) da reorganização do conteúdo.

A radiodifusão brasileira, entre local e o global

Matan Ankara (Universidade de São Paulo – USP)

Resumo: O presente trabalho busca incorporar as contribuições da História Global para rever e repensar a história do rádio no Brasil, particularmente durante a Segunda Guerra Mundial. Neste contexto, as tensões internacionais e a força do rádio transformavam este em um instrumento de propaganda e diplomacia cultural de suma importância, e que marcou profundamente o desenvolvimento do setor no país. Neste contexto, nossa ênfase se dá sobre a atuação da Divisão de Rádio do Office of Inter American Affairs, que tornou-se um agente fundamental da produção radiofônica do país. Para recuperar suas atividades e agendas, mobilizamos fontes presentes em arquivos no Brasil e nos EUA; sua análise sob a ótica da História Global e da transnacionalidade, permite revela a complexa rede de interesses e projetos que estruturava, legitimava e ressignificava a atuação da agência estadunidense, em consonância com os atores locais.

Debate: 9h20 – 9h30

Sessão 2 – Percursos do Rádio Regional

9h35 – 9h55 / Sala Novo IACS – J 8 A

Coordenação/Mediação – Izani Mustafá (UFMA)

Uma narrativa sobre a história do rádio em Cuiabá-MT

Cláudia da Consolação Moreira, Jorge Pedro Sousa (Universidade Fernando Pessoa, Portugal)

Resumo: Objetiva-se evidenciar pontos centrais da história do rádio em Cuiabá – Mato Grosso, a fim de trazer mais clareza sobre seu percurso e poder elaborar uma narrativa, que evidencie a importância da mídia sonora para o desenvolvimento sócio-político e cultural da cidade. Para tanto, recorre-se à pesquisa documental realizada em acervos históricos, como por exemplo, o Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional (NDIHR), da UFMT, bem como a trabalhos acadêmicos anteriormente publicados, que mesmo sendo poucos constituem o estado da arte deste trabalho, que compõe uma tese sobre o processo de migração do rádio AM para o FM em Mato Grosso a ser defendida na Universidade Fernando Pessoa (Portugal). A relevância do presente artigo, parece estar centrada no ato de se debruçar para conectar as poucas pesquisas e documentos encontrados e que até o presente momento encontravam-se desconexos para constituir uma narrativa. Entende-se como resultado deste trabalho, justamente a conexão das discussões encontradas em pesquisas anteriores que começa a formular uma narrativa sobre a história da mídia sonora em Cuiabá.

História e memória da Rádio Difusora de Uberlândia – PRC6 – 1939-1980

Newton Dângelo (Universidade Federal de Uberlândia – UFU)

Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados do projeto “História e Memória da Rádio Difusora – PRC6 – Uberlândia-MG, 1939-1980”, parcialmente financiado em 2022 pelo PMIC – Programa Municipal de Incentivo à Cultura – Prefeitura Municipal de Uberlândia. O projeto consistiu na prospecção de registros fonográficos da coleção Geraldo Mota Baptista para alimentação do Banco de Dados digital do acervo discográfico. A coleção discográfica da antiga Rádio Difusora de Uberlândia – PRC6, formada por cerca de 10.000 exemplares, em sua maioria no formato de 78 RPM, foi doada ao Centro de Pesquisa e Documentação em História da Universidade Federal de Uberlândia em 1990. Utilizamos ainda fontes impressas, depoimentos e imagens coletadas no Arquivo Público Municipal, os quais apontam para uma apropriação da sua programação pela cultura popular urbana local.

Debate: 9h55 – 10h05

Intervalo para o café: 10h15 – 10h30

Sessão 3 – Memória do Radiojornalismo Regional

10h35 – 10h55 / Sala Novo IACS – J 8 A

Coordenação/Mediação – Karina Farias (UNESP)

Rádio Clube: aspectos e resgates históricos da primeira emissora radiofônica de Ponta Grossa

Daniely Neiverth (Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG), Guilherme Gonçalves de Carvalho (UEPG)

Resumo: Este trabalho tem o objetivo de debater sobre a história do radiojornalismo geral e local, dando destaque à Rádio Clube, emissora mais antiga e que ainda está em atividade na cidade de Ponta Grossa. A pesquisa traz resgates históricos e aspectos sobre a programação que ainda são seguidos pela emissora mesmo 83 anos após a sua inauguração, por meio de análise documental a partir do site oficial da emissora, entrevistas e artigos publicados. Por fim, entre as conclusões, notou-se que a emissora utiliza notícias de interesse público em sua programação informativa e dá destaque ao time de futebol local nas programações esportivas.

O legado histórico da Rádio Tropical para as coberturas radiojornalísticas de Carnaval

Anderson Luiz Condor Baltar (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC)

Resumo: De atuação destacada durante as décadas de 1980 e 1990, a Rádio Tropical (104,5 FM) foi uma referência na divulgação da cultura negra carioca, sobretudo, do samba e do Carnaval. Este artigo lança luz sobre o trabalho jornalístico desempenhado pela emissora, que marcou presença cotidiana nos preparativos e desfiles das escolas de samba. Para isso, foi realizada pesquisa histórica exploratória, baseada em entrevistas abertas, análise documental (utilizada como método e técnica) e revisão bibliográfica. Sendo assim, foi iniciado o mapeamento deste capítulo da história radiofônica do Rio de Janeiro, primordial para o estudo acadêmico da trajetória das transmissões dos desfiles das escolas de samba pelas emissoras de rádio cariocas.

Debate: 10h55 – 11h05

Sessão 4 – Podcast: inovação em perspectiva histórica

11h10 – 11h30 / Sala Novo IACS – J 8 A

Coordenação/Mediação – Juliana Gobbi (UFSC)

A conformação histórica do podcast jornalístico no Brasil: registros e análises preliminares

Alcides Mafra (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC), Luis David Padilha (UFSC), Álvaro Bufarah Júnior (Universidade Presbiteriana Mackenzie) e Valci Zuculoto (UFSC)

Resumo: Este artigo propõe contextualizar historicamente a presença dos podcasts jornalísticos no Brasil. A pesquisa tem caráter exploratório, natureza histórica e utiliza, sobretudo, a análise documental como método e técnica (MOREIRA, 2005), tendo como referencial teórico a bibliografia sobre rádio expandido e jornalismo radiofônico para nortear a trajetória do áudio que deu origem ao podcast. Buscou-se avançar na constituição de um percurso temporal capaz de contemplar os principais eventos relacionados ao desenvolvimento dos podcasts enquanto categorias jornalísticas, cenário que experimentou grande impulso no Brasil a partir da entrada dos conglomerados de comunicação no mercado, configurando em nível nacional o que Bonini (2020) identifica como a “segunda era” do podcasting, iniciada a partir de 2014.

Comunicação organizacional interna em formato podcasting: um estudo de caso exploratório da Rádio UniBB

Rafael Medeiros (Universidade Federal de Santa Maria – UFSM)

Resumo: O rádio se estabeleceu historicamente como importante meio de comunicação para as organizações. Este artigo aborda especificamente a sua apropriação como ferramenta de comunicação organizacional interna. O texto parte de uma contextualização sobre experiências de uso rádio nas organizações para evidenciar o podcasting como possibilidade atual de comunicação com funcionários. Como o acesso a podcasts internos é restrito, foi realizado um estudo de caso único exploratório (YIN, 2001; ROUX-CÉSAR, 2005) baseado na Rádio UniBB, plataforma do Banco do Brasil que reúne conteúdo em mídia sonora voltado para funcionários da instituição. Constatamos que o uso do rádio pelas organizações acompanhou o desenvolvimento tecnológico do meio, mas as potencialidades do podcasting não são amplamente exploradas, tendo em conta as configurações atuais do rádio expandido (KISCHINHEVSKY, 2016) e da comunicação organizacional.

Debate: 11h30 – 11h40

Sessão 5 – Reunião Anual do GT de Mídia Sonora

11h45 – 12h / Sala Novo IACS – J 8 A


DIA 03 DE AGOSTO – TARDE 

Sessão 6 – Homenagem “A história do rádio vivida e (re)contada: a trajetória de Luiz Maranhão Filho”

14h – 14h20 / Sala Novo IACS – J 8 A

Coordenação: Karina Farias (UNESP)

Convidados: Luiz Artur Ferraretto (UFRGS), Pedro Serico Vaz Filho (FMU)

Sessão 7 – Registros históricos do Rádio Educativo e Comunitário

14h25 – 14h55 / Sala Novo IACS – J 8 A

Coordenação/Mediação – Kátia Fraga (UFV)

As universidades brasileiras e o rádio: história e desafios de dois canais universitários no Pará

Rodolfo Silva Marques (Universidade da Amazônia – UNAMA)

Resumo: Discutir a história e a realidade dos canais universitários radiofônicos, no país, torna-se um grande desafio, no sentido de identificar o planejamento e a vocação de cada estrutura analisada. Na presente pesquisa, que está em andamento, debatem-se, no âmbito da região amazônica, mais especificamente no estado do Pará, a trajetória e as experiências desenvolvidas pela Rádio UNAMA FM (105,5 Mhz), vinculada à Universidade da Amazônia (UNAMA), e pela Rádio Web UFPA, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Emergem questões referentes à produção de radiojornalismo. Em relação ao desenho de pesquisa, usam-se a revisão de literatura e o estudo comparado entre os dois canais. Por fim, identifica-se que, tanto na UNAMA FM quanto da WEB UFPA, há uma procura constante pelas pautas regionais, no contexto amazônico, além da ampliação dos espaços concedidos, nas programações, para os conteúdos jornalísticos.

Radioeducação no Brasil – Estudo de caso da Legião da Boa Vontade

Maria Angelica Aleixo Beck Lourenço (Universidade de São Paulo – USP)

Resumo: O presente artigo visa acontecimentos e memórias relativos à radiodifusão brasileira, destacadamente ao período de 1935 a 1950, e que integram os primórdios da Legião da Boa Vontade, instituição de caráter socioeducacional. Neste intuito, trata da apropriação do potencial educativo do rádio não apenas por intelectuais, mas encontra nas fontes dados que revelam a mobilização dos profissionais ao debate público sobre a função educativa do meio radiofônico. O aporte metodológico conta com contribuições de Michel de Certeau e Roger Chartier ao ato da escrita e suas características, bem como ao lugar do historiador, e atenta para os procedimentos da microestoria italiana de Carlo Ginzburg. O trabalho com fontes é realizado nos materiais do Centro de Documentação e Memória da LBV.

Rádios Comunitárias em Moçambique: percurso histórico e contribuições para enfrentar problemas sociais do país

Nádia Zavala (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC), Danielly Alves (UFSC), Pedro Guerrazzi (UFSC), Valci Zuculoto (UFSC)

Resumo: A proposta deste artigo é revisitar e sistematizar a história das Rádios Comunitárias em Moçambique. O objetivo geral é traçar seu percurso histórico, iniciado na década de 90 do século passado. E a partir deste traçado, entre objetivos específicos, sobretudo identificar como as emissoras operam nas zonas rurais daquele país, onde a população tem fraco acesso à televisão e à internet e, assim, mais necessita de informação, principalmente local. O estudo está referenciado em critérios e conceitos de radiofonia comunitária e de rádio e jornalismo local. Espera-se evidenciar como as emissoras se instalam nas localidades de maneira a levar contribuições às comunidades onde se inserem. Trata-se de pesquisa em andamento, exploratória, descritiva, em estudo de caso, recorrendo a abordagens da história, em especial história da comunicação, análise documental, como método e técnica, incluindo a revisão bibliográfica. Apresentamos aqui resultados iniciais.

Debate: 14h55 – 15h15

Intervalo para o café: 15h15 – 15h30

Sessão 8 – O gênero na história do rádio: do ensino à prática

15h30 – 16h / Sala Novo IACS – J 8 A

Coordenação/Mediação – Helen Brito (UFF)

A categoria gênero no ensino laboratorial de jornalismo sonoro: proposta de revisão histórica e resultados preliminares com foco em estudos dessa prática.

Valci Zuculoto (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC), Raphaela Ferro e Arnaldo Zimmermann (UFSC)

Resumo: A perspectiva de gênero (SCOTT, 1995) nem sempre é contemplada nas diferentes fases de ensino. Este trabalho expõe proposta, reflexões e primeiros resultados da identificação sobre como, historicamente, a questão é abordada em estudos a respeito do ensino laboratorial de jornalismo sonoro na área de comunicação no Brasil. Desenvolve-se revisão bibliográfica a partir de artigos do livro “Jornalismo-laboratório: rádio” (SOSTER; TONUS, 2014) e de Anais de eventos nacionais da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej), entre 2016 e 2020, e da Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar), de 2003 a 2021, por serem referências em discussões deste tema. É pesquisa em andamento e resultados preliminares sobre o corpus analisado apontam que a categoria gênero não faz parte ou se apresenta apenas de forma simplificada na aplicação das ações laboratoriais de áudio e radiojornalismo.

As mulheres de ontem e de hoje no Rádio de Imperatriz (MA). 

Izani Mustafá (Universidade Federal do Maranhão – UFMA), Kátia Fraga (Universidade Federal de Viçosa – UFV), Nayane Cristina R. de Brito (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC), Roseane Arcanjo Pinheiro  (UFMA), Katherine Malaquias Martins (UFMA)

Resumo: Este artigo tem como objetivo identificar as pioneiras no meio radiofônico de Imperatriz (MA) e apresentar algumas mulheres que atuam no rádio em 2023, a fim de colaborar com a historiografia das mulheres no rádio maranhense. Segundo Thompson (1992), é preciso descobrir, valorizar e preservar as memórias porque elas podem refletir a existência de outros fatos coletivos. Nesse intuito, a pesquisa bibliográfica pretende realizar a busca ativa para localizar as profissionais que trabalham em emissoras radiofônicas da cidade de Imperatriz (MA). A discussão desenvolvida nesse texto faz parte dos resultados iniciais do projeto “Vozes, memórias e histórias de mulheres nas rádios do Maranhão (1941-2022), desenvolvido por professoras e acadêmicos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – campus Imperatriz. Até esta etapa da pesquisa foram localizadas 18 mulheres, das quais 10 são apresentadoras, duas são comentaristas, cinco trabalham na parte administrativa ou operacional e uma é diretora de uma rádio.

Protagonismo feminino no rádio catarinense: a trajetória de Adilamar Rocha.

Karina Woehl de Farias (Universidade Estadual Paulista – UNESP), Juliana Gobbi Betti  (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC).

Resumo: Parte de um projeto maior que objetiva reconhecer e valorizar a histórica presença feminina no cenário radiofônico, este estudo apresenta um registro das contribuições da radialista Adilamar Rocha. Na elaboração do aporte teórico-conceitual, dialoga com referenciais da história do rádio e dos estudos de gênero. Já o amparo metodológico está fundamentado na utilização de procedimentos das pesquisas bibliográfica e documental, em conjunto com técnicas da história oral e de entrevista. Direcionando-se para o protagonismo das mulheres na história do rádio regional, o material pesquisado evidencia a trajetória da comunicadora, cujo pioneirismo, carisma e profissionalismo continuam sendo reconhecidos mesmo após sua saída dos microfones das emissoras sul catarinenses.

Debate: 16h00 – 16h15

Sessão 9 – Homenagem “Práticas de afeto e luta: o legado de Alda Almeida para o radiojornalismo brasileiro”

16h20 – 16h40 / Sala Novo IACS – J 8 A

Coordenação: Valci Zuculoto (UFSC) e Izani Mustafá (UFMA-Imperatriz)

Convidado: João Batista de Abreu (UFF)

Coordenação Nacional: Itamar de Morais Nobre (UFRN)

Coordenação local de apoio:: Michele Pucarelli (UFF)


DIA 03 DE AGOSTO – MANHÃ

Sessão 1 – Fotografia, Fotojornalismo, Redes sociais

9h – 10h15 / Sala Novo IACS – J 7 A

Coordenação/Mediação – Itamar de Morais Nobre (Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN);  Michele Pucarelli (Universidade Federal Fluminense – UFF)

9h – A Estética da Verdade e o Território das Mentiras. Como as Redes Sociais Sequestram a Representação do Real.

Michele Picarelli, Luiz Claudio Costa Latgé (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Procuramos neste artigo revisitar a evolução técnica da produção e uso de imagens no jornalismo, por meio da fotografia, cinema, televisão, vídeo e imagem digital, para compreender como se dá o processo de construção de uma estética da verdade. O objetivo é investigar o ambiente multifacetado das plataformas digitais, onde fatos, realidade, fantasia e mentira convivem no metaverso, ainda sem estabelecer uma linguagem própria da nova mídia. Nossa hipótese é que a apropriação de “normas comunicacionais” estabelecidas pelo jornalismo ao longo do tempo nos empurra para o mundo da pós-verdade e da desinformação, num simulacro de informações sem sentido que esgota a força da imagem como representação do mundo real. Ou este modelo não seria, em si mesmo, o propósito das novas mídias, para nos aprisionar num fluxo incessante de informações? Para auxiliar nestas reflexões e análises utilizaremos conceitos de Barthes, Benjamin, Baudrillard, Dubois e Shaeefer.

9h15 – Circuitos de imagens nas redes e na imprensa: o uso de imagens cotidianas de redes sociais no site de um jornal tradicional e na sua edição impressa

Marlos Augusto Rangel Mendes (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Em que condições imagens produzidas por fotógrafos amadores são aproveitadas na imprensa dita tradicional? De que modo podemos refletir sobre os conceitos de veracidade da imagem e sua consolidação no campo do fotojornalismo como legitimadoras dos relatos textuais? Para o desenvolvimento desse artigo utilizaremos conceitos de Benjamin (1994), Barthes (2018) e Pucarelli (2023), a fim de pensar as implicações da mudança da materialidade da fotografia fílmica para a materialidade das imagens digitalmente produzidas. Foram analisadas reportagens policiais publicadas na Edição Digital/Impressa d’O Globo e do site do jornal, cotejando as imagens publicadas em cada uma para os mesmos casos.

9h30 – Do Analógico ao Digital: Transformações na Produção e Consumo do Fotojornalismo

Lucas Mourão Tavares (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Este artigo aborda as transformações ocorridas no campo da fotografia ao longo das últimas duas décadas, com a transição do analógico para o digital e a maior acessibilidade aos meios técnicos de registro fotográfico. O Jornal O Globo é apresentado como um exemplo de veículo de comunicação que incorporou essas mudanças em sua prática jornalística. Essas mudanças também têm influenciado as formas de registro e reportagem do cotidiano, além de analisar como a mídia tradicional se adapta ao incorporar novas formas de mediação. Compreender essas transformações implica em reconhecer a importância da linguagem fotográfica na mediação e criação de novas interfaces entre as notícias e o cotidiano, destacando as relações entre as mudanças ocorridas na fotografia e os avanços tecnológicos das últimas duas décadas na prática jornalística, bem como as novas possibilidades e desafios que surgem para a mídia tradicional. Palavras-chave: História da Mídia Visual; Fotojornalismo; Cotidiano; Produção e Consumo.

Debate:  9h45

Intervalo para o café: 10h15 – 10h30

Sessão 2 – Fotografia, memória, cinema

10h30 – 11h45 / Sala Novo IACS – J 7 A

Coordenação/Mediação – Itamar de Morais Nobre (Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN), Luis Oscar Calvano Colombo – (Universidade Federal Fluminense – UFF)

10h30 – A travessia da imagem fotográfica por um mundo em movimento

Luis Oscar Calvano Colombo (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Este artigo se propõe a analisar de que forma a imagem frisada encontrou ao longo dos séculos seu espaço de uso e de consumo, apesar de ter como principal concorrente a imagem em movimento. Para isso, traçaremos um breve perfil cronológico do valor da imagem estática, captada por máquinas, e sua relação inicialmente com a pintura e depois com o cinema. Analisaremos como se deu a disputa pelo mercado e até como aconteceram as possíveis fugas de utilização da imagem fotográfica na narrativa do segmento audiovisual, considerado não comercial, como os apresentados pela diretora belga Agnès Varda. Utilizando-se para isso os conceitos do filósofo francês Gilles Deleuze. Esta travessia pelo tempo fotográfico chegará até à escolha do frame ideal de uma obra cinematográfica para a divulgação comercial da mesma, momento no qual a fotografia irá expor sua importância, mesmo em uma época de absorção de conteúdo em velocidade acelerada. 

10h45 – Novos olhares: a representação do negro na fotografia de Rafael Freire

Mariane Camargo Soares (UFF),  Janaina Damaceno (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo:  O presente artigo tem como objetivo analisar a imagem do negro na fotografia e suas representações a partir de uma perspectiva decolonial. Centralizou-se aqui, a indagação sobre o quanto a lógica colonialista afetou o campo da fotografia em questão de representação e de representatividade. Utilizou-se como objeto de análise as realizações do fotógrafo Christiano Junior, um dos primeiros a realizar retratos no estilo cartes de visite e, por fim, em contraposição, trazendo para a contemporaneidade a análise do trabalho do fotógrafo Rafael Freire, visto como ponto de partida para novas narrativas imagéticas de enaltecimento da beleza negra. Palavras-chave História da Mídia Visual; Fotografia; Representação; Decolonial; Representatividade.

11h – Inventários Fotográficos na Preservação de Memórias Sociais

Michele Pucarelli (Universidade Federal Fluminense – UFF), Bruna Belem (UFF)

Resumo: Os inventários fotográficos do casal Bernd e Hilla Becher e do historiador Rafael Cosme, destacam a relevância do uso da fotografia como registro do passado e ferramenta de atualização do presente. O objetivo deste artigo é promover a percepção de que as perspectivas do presente influenciam nossa abordagem ao revisitar registros de épocas distintas. A hipótese é de que a criação de inventários auxilia na construção de narrativas históricas para o futuro. Contudo, a conclusão deste artigo nos direciona a crer que, estando a sociedade em constante transformação, é fundamental manter uma visão atenta acerca dos apagamentos históricos. Dessa forma, a fotografia pode estar aliada à construção de narrativas mais inclusivas e representativas que auxiliem na formação da memória social.

Debate: 11h15


DIA 03 DE AGOSTO – TARDE

Sessão 3Fotografia documental, cultura, Design popular

14h – 15h15 / Sala Novo IACS – J 7 A

Coordenação/Mediação – Itamar de Morais Nobre (UFRN), Luiz Fernando Villalba Santos (UFF)

14h – Fortaleza Tipográfica: uma Leitura da Capital Cearense Através de Suas Tipografias Vernaculares Urbanas

Antonio Laurindo de Holanda Paiva Filho (Universidade Federal do Ceará – UFC), Silvia Helena Belmino (UFC)

Resumo: Na busca por compreender se os clássicos letreiramentos populares passam, na contemporaneidade, por um processo de estetização, essa pesquisa, ainda em fase inicial de desenvolvimento, busca analisar as expressões tipográficas vernaculares presentes nos diversos espaços urbanos da cidade de Fortaleza/CE e sua interferência na comunicação da cidade. Utilizando a etnografia como método e a teoria da deriva (DEBORD, 1958) e o estudo de campo como principais estratégias metodológicas, pretendemos entender com precisão as dinâmicas das manifestações tipográficas urbanas, bem como sua relação com o design popular e com perspectivas contemporâneas, sociais e de consumo. Os levantamentos propostos a serem feitos com auxílio da técnica de card sorting (ROCHA, 2008) buscarão mapear a distribuição destas expressões ao longo do urbano, fomentando as análises e discussões acerca dos novos comportamentos do design popular enquanto mídia visual.

14h15 – Desencantamento e reencantamento do mundo através das fotografias de Araquém Alcântara nas queimadas do Pantanal em 2020

Luiz Fernando Villalba Santos (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: No ano de 2020, auge da pandemia de Covid-19 no Brasil, o fotógrafo Araquém Alcântara, viajou ao Pantanal a fim de documentar e denunciar crimes ambientais que ali ocorriam. O resultado são imagens que sinalizam o desespero, a morte e a luta de animais e homens em meio a destruição. O trabalho tem por objetivo investigar como as imagens registradas funcionam como “um grande desabafo”, parafraseando o próprio fotógrafo, mostrando a morte e a destruição resultado do desencantamento do mundo e, ao mesmo tempo, servir de esperança para o processo de reencantamento. Autores como Didi-Huberman na questão da emoção, Paul Ricoeur na questão da narrativa e Judith Butler no que tange aos levantes, além de outros pensadores nos ajudam a construir uma concepção crítica sobre a participação da fotografia documental de natureza neste processo.

14h30 – Rainha Da Guerra: Um Outro Modo De Pensar A Comunicação Popular E Os Cotidianos De Teresina/Pi

Jader Cleiton Damasceno de Oliveira (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: A intensa produção artística e política do Coletivo Salve Rainha é um manancial de possibilidades plásticas e discursivas. Dentro destas possibilidades, as fotografias encenadas possuem papéis fundamentais para a construção do imaginário popular produzido sobre o Coletivo na cidade de Teresina (PI), assim como a ressignificação simbólica e sensível de pertencimento do teresinense com sua cidade. Neste artigo, apresentamos algumas marcas do potencial comunicacional implícito e explicito no “Ensaio Rainha da Guerra”. Para esta observação, consideramos fazer um breve caminho bibliográfico sobre direito à comunicação, comunicação popular e fotografia. Desta forma buscamos responder se fotografias artísticas com caráter político podem atuar como ação de comunicação popular. Desta forma, supomos que a fotografia, quando articulada politicamente, ocupa a função comunicação popular educativa emancipatória.

Debate: 14h45 – 15h15 

Coordenação Nacional: Flavi Ferreira Lisboa Filho (UFSM) e Monica Franchi Carniello (UNITAU/ FATEC)

Coordenação local de apoio: Flávia Clemente (UFF)

 


DIA 03 DE AGOSTO

Sessão 1 – Publicidade de comunicação organizacional

9h – 10h15 / Sala Novo IACS

Coordenação/Mediação – Monica Franchi Carniello (UNITAU/ FATEC)

Doses de Contradição: Análise dos Discursos da Campanha de Vacinação Contra a Covid-19 e  as Falas Antivacina do Presidente Jair Bolsonaro.

João Pedro Valença Dezordi (Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS), Maria Berenice da Costa Machado  (UFRGS)

Resumo: A atuação do governo brasileiro durante a pandemia da covid-19 foi marcada por questionamentos do então presidente Jair Bolsonaro sobre a segurança das vacinas. Paralelamente, a comunicação publicitária do Ministério da Saúde (MS) promovia uma campanha a favor da vacinação contra o vírus. Este artigo observa a comunicação pública do governo Bolsonaro, com enfoque nos discursos sobre a vacina contra a covid-19. O problema identificado são as contradições entre a campanha assinada pelo MS e as falas antivacina de Bolsonaro. A pesquisa tem como objetivo geral refletir sobre os sentidos dessa comunicação governamental desalinhada e contraditória. Recorre à Análise do Discurso e coteja os três filmes da campanha de vacinação, veiculados entre janeiro e julho de 2021, com falas de Bolsonaro extraídas do jornal digital Poder360. Desses dois objetos são extraídas sequências discursivas, organizadas como formações discursivas são classificação entre  positivas, neutras ou negativas. Constata-se que os filmes veiculam somente discursos positivos sobre os imunizantes, enquanto as falas de Bolsonaro produzem sentidos majoritariamente negativos sobre as vacinas. Conclui-se haver um desalinhamento discursivo entre as duas formas de comunicação do governo, o que descredibiliza a mensagem e a sua imagem, impactando direta e   negativamente a saúde da população brasileira, no curto e longo prazos.

Gestão da Comunicação em Feiras Agroecológicas: criatividade, diálogo e participação comunitária

Merli Leal Silva (Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA), João Antônio Gomes Pereira (UNIPAMPA)

Resumo: A proposta principal deste artigo é relatar a experiência em gestão da comunicação realizada com produtores das feiras livres de São Borja. A ação extensionista, realizada desde 2012, capacitação de feirantes para transição orgânica e formulação do plano de comunicação integrada e criativa, a fim de divulgar os produtos nas feiras da cidade. A perspectiva proposta entende que educação e comunicação são campos em convergência a partir das mediações que são geradas entre emissor e receptor no processo educomunicativo. Descrevemos as estratégias de gestão criativa da comunicação construídas nos círculos de cultura, brainstormings e técnicas de criação e os resultados alcançados. O método foi uma investigação-ação de matriz emancipatória, com oficinas formativas de gestão e comunicação, dialógicas e emancipatórias e um laboratório-feira dentro do campus, com orientação da equipe.

Contradições no futuro do pretérito: da história das campanhas de vacinação no Brasil aos impactos da desinformação na Saúde Pública.

Daniel Lyra Pinto de Queiroz (Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz), Sandro Tôrres de Azevedo (Fiocruz)

Resumo: Através de uma revisão bibliográfica com enfoque histórico, este trabalho objetiva propiciar reflexões sobre a tradição vacinal brasileira, que sempre foi pontuada por políticas públicas robustas e campanhas de comunicação bem estruturadas, e a abrupta mudança deste cenário durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), que redundou num contexto de desinformação generalizada e queda substancial das coberturas vacinais. Para além da identificação dos potenciais impactos da gestão Bolsonaro no sistema brasileiro de vacinação, foi possível concluir que é necessário aprofundar estudos nesse campo para auxiliar os gestores públicos no combate à hesitação vacinal, com vistas a sua reversão.

Washington Olivetto está morto (?): o perfil do publicitário criativo em tempos de comunicação dirigida por dados.

Maria Alice de Faria Nogueira (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), Luciano Olivieri Soares (UFRJ)

Resumo: Realizada primeiramente no âmbito do Mestrado Profissional em Mídias Criativas (PPGMC/ECO-UFRJ), a pesquisa relatada neste artigo se propôs a mapear as mudanças do perfil do profissional publicitário brasileiro, ao longo dos últimos 15 anos, tendo como objetivo 1) descrever as novas estratégias para elaboração de conteúdo no contexto da publicidade altamente metrificada; 2) avaliar as possíveis mudanças na formação e no perfil do publicitário, com base no contexto profissional tecnológico. Um grupo de 52 publicitários/as respondeu a um questionário cujas perguntas abordavam diferentes aspectos da prática publicitária atual, com foco na dicotomia entre criatividade e análise de dados. Diferentemente da hipótese inicial, o resultado apontou para a tecnologia como uma aliada e que a análise de dados não mitiga a criatividade, pelo contrário: se torna uma importante diretriz para a elaboração das campanhas data-driven contemporâneas.

Opinião Pública e discursividade Organizacional: a visibilidade empresarial através das redes sociais

Fernanda Lopes de Freitas (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS).

Resumo: Desde a pandemia da Covid19, as organizações sentiram a necessidade de estarem presentes e atuantes no ambiente digital. Mas tal fato, fez com a comunicação e a gestão do relacionamento entre organizações-públicos tivesse de ser repensada, uma vez que não basta estar nas redes sociais, é imprescindível cuidar das discursidades oficiais das instituições, bem como da imagem e feedback de seus stakeholders. Nesse sentido, o presente artigo busca através do imbricamento entre reflexão teórica exemplificado por um caso de grande repercussão social e midiático durante as eleições presidenciais de 2022. Para tanto, utilizaremos os conhecimentos acerca da Opinião Pública, da Visibilidade Organizacional nas redes sociais, através das discursividades do caso escolhido para a análise.

Debate: 9h50 – 10h15

Intervalo para o café: 10h15 – 10h30

Sessão 2 – Comunicação e cultura popular

10h30 – 12h00 / Sala: Novo IACS

Coordenação/Mediação – Flavi Ferreira Lisboa Filho (UFSM)

Por um traçado histórico da mentira: de Pau d’Alho a Brasília, pensar as atitudes históricas com a desinformação como gatilho

Anderson Ortiz (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: A pesquisa da comunicação de organização se pauta em identificar os discursos verdadeiros que legitimam os atores presentes na esfera pública. Nos tempos atuais, emerge a preocupação com o tema da desinformação em redes conectadas, cujas atitudes históricas vêm provocando espécie. O artigo em tom ensaístico pretende evidenciar que a mentira é um artifício de poder pré-redes conectadas. Para isso, faz uma análise comparativa da crise na pequena cidade pernambucana de Pau d’Alho (1851), também ocorrida em outras cidades do Brasil monárquico, confrontando com o levante de janeiro de 2023 no Distrito Federal. Se no século XIX estava ausente a plataforma digital para distribuir a desinformação, a distribuição da mentira se fez de igual forma, por outros meios sociais da época. Mais do que plataformas no presente, propõe-se uma agenda sobre a história da mentira, identificando são empregados tais recursos desinformativos como instrumento de poder.

A Representação da Cultura Popular Caipira no Cinema

João Gabriel Martins Marcelino (Universidade de Taubaté – UNITAU), Moacir José dos Santos (UNITAU)

Resumo: O objetivo do artigo foi caracterizar a representação da cultura popular caipira no cinema, mediante a análise da obra de Amácio Mazzaropi. A investigação utilizou documentos do acervo Amácio Mazzaropi do Centro de Documentação Histórica (CDPH), da Universidade de Taubaté. A pesquisa pode ser delineada como documental de caráter exploratório, pois assentada na utilização de pesquisas anteriores que pautaram a análise dos documentos. Constatou-se que os cenários dos filmes de Mazzaropi referem-se a um estilo de vida simples de organização patriarcal, que faz uso de uma comunicação jocosa com seu público. A dicotomia urbano-rural articula as representações culturais apresentadas nos filmes de Mazzaropi, cuja obra contribui para evidenciar os conflitos do período de urbanização no país e as suas transformações ao longo do século XX.

Pesca na Baía de Guanabara: uma história de opressão e resistência recontada a partir da comunicação socioambiental

Cristiane Ramada (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)

Resumo: O artigo se baseia no primeiro capítulo de minha dissertação de Mestrado em andamento sobre a comunicação com pescadores artesanais em um projeto de educação ambiental, que é uma condicionante de licenciamento de empreendimentos da área de petróleo e gás devido a impactos sobre comunidades pesqueiras na Baía de Guanabara. O foco do presente trabalho é a história de opressão e resistência da pesca na baía, pouco visibilizada pela mídia em geral. Uma história apagada pela ocupação desenfreada do território, mas que os grupos tradicionais vêm tentando reescrever com apoio dos educadores ambientais, que por sua vez se veem entre os papeis de fomentadores de uma visão crítica e de relações públicas de uma empresa.  Não é uma missão fácil, mas necessária para a continuidade da história da Baía de Guanabara e dos seus povos originais.

A visibilidade midiática de Padre Cícero nos jornais brasileiros

Paulo Cajazeira (Universidade Federal de Pelotas – UFPEL), Valéria Alves (Universidade Federal do Cariri – UFCA)

Resumo: Esta pesquisa analisa as fotografias do período político de Padre Cícero Romão Batista, publicadas em periódicos brasileiros, entre os anos 1911 e 1934. O objetivo geral é de avaliar como as imagens institucionais do sacerdote, publicadas em jornais da época, poderiam ser consideradas hoje como instrumentos de divulgação jornalística. Realizou-se uma pesquisa exploratória de metodologia qualitativa, documental, entre os anos de 2021 e 2022, na hemeroteca da Biblioteca Nacional Digital do Brasil, pertencente à Fundação Biblioteca Nacional, no acervo fotográfico da biblioteca do Memorial Padre Cícero, em Juazeiro do Norte-CE, e nos arquivos pessoais do pesquisador cearense, Renato Casimiro, nessa mesma cidade. A partir disso, analisou-se o material com o uso de metodologias de análise da imagem propostas por Philippe Dubois (1993) e Martine Joly (1994). Identificaram-se quatro fotografias, em 20 jornais de seis estados brasileiros.

Gestão de Crise: Análise do Caso das Agressões no Supermercado Carone Publicado por A Gazeta

Diogo Cavalcanti da Conceição (Centro Universitário Faesa – FAESA), Mirella Bravo de Souza Bonella (FAESA).

Resumo: Este artigo tem o objetivo de analisar os comentários dos leitores presentes em duas publicações da rede social Facebook da empresa de comunicação capixaba A Gazeta, que trataram das supostas agressões de seguranças a um homem, em 17 de dezembro de 2021, no supermercado Carone Mall, em Laranjeiras, Serra, Espírito Santo, para compreender o impacto do processo de Gestão de Crise adotado pelo Carone. Este estudo de caso combina técnicas qualitativas e quantitativas: pela Análise por Categorias das postagens, com identificação de comentários contra e favoráveis ao procedimento, bem como categorização de palavras-chaves identificadas nos comentários. Conclui-se que a percepção dos atores dos comentários de A Gazeta em relação à imagem do Carone foi modificada, mas a repercussão dos fatos entre a denúncia e a resposta poderia ter sido mais branda para a empresa, sobretudo se tivesse havido atitude mais célere, ora intermediária ou conclusiva.

Debate:  11h30 – 12h00

 


DIA 03 DE AGOSTO – TARDE

Sessão 3 – Comunicação e território

14h – 15h15 / Sala Novo IACS

Coordenação/Mediação – Flávia Clemente (UFF)

Marketing de Lugares: Imagem Percebida pelos Moradores do Município de Taubaté.

Monica Franchi Carniello (Universidade de Taubaté – UNITAU), Alexandre Francis da Silva (UNITAU)

Resumo: A imagem de lugares é formada por um conjunto de elementos, que incluem o conteúdo veiculado na mídia, a vivência no lugar e seus elementos simbólicos. O objetivo geral da pesquisa é identificar a imagem percebida pelos moradores do município de Taubaté. A pesquisa caracteriza-se como descritiva, de abordagem quantitativa. Trata-se de pesquisa de recepção. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário com coleta de dados mista, online e presencial, configurando uma pesquisa de opinião (survey). Os resultados evidenciam que o município possui uma imagem contraditória, com destaques à tradição, história e imagem caricata. Demonstram também a avaliação prioritariamente negativa da gestão dos serviços públicos municipais.

Marketing de Lugares: Imagem Percebida pelos Moradores da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVale)

Polyana Casanti de Souza (Universidade de Taubaté – UNITAU), Monica Franchi Carniello (UNITAU).

Resumo: A imagem de lugares é formada por um conjunto de elementos, que incluem o conteúdo veiculado na mídia, a vivência no lugar e seus elementos simbólicos. O objetivo geral da pesquisa é identificar a imagem percebida pelos moradores do município de Taubaté. A pesquisa caracteriza-se como descritiva, de abordagem quantitativa. Trata-se de pesquisa de recepção. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário com coleta de dados mista, online e presencial, configurando uma pesquisa de opinião (survey). Os resultados evidenciam que o município possui uma imagem contraditória, com destaques à tradição, história e imagem caricata. Demonstram também a avaliação prioritariamente negativa da gestão dos serviços públicos municipais.

Comunicação, Desenvolvimento e Estudos Culturais: Geoparques do Brasil e a valorização do geopatrimônio.

Flavi Ferreira Lisboa Filho (Universidade Federal de Santa Maria – UFSM), Luciomar de Carvalho (UFSM).

Resumo: O artigo faz um levantamento dos geoparques do Brasil e discute conceitos referentes a etapas de valorização do geopatrimônio, com foco nas inter-relações entre geoturismo, geoeducação, comunicação e desenvolvimento. O trabalho está entrelaçado sob a ótica dos Estudos Culturais e dará subsídio a pesquisa final de pós-doutoramento intitulada “Representações LGBTQIA+, em especial sem gênero em publicidades audiovisuais regionais: identidade e desenvolvimento pelo viés dos Estudos Culturais”. Destacamos que aproximações entre desenvolvimento, geoeducação e geoturismo, pelo viés dos geoparques, auxiliam no pertencimento das pessoas, logo, entendemos que a comunicação deve integrar as ações da gestão territorial de um geoparque, como estratégia de conscientização e sensibilização da comunidade acerca de seus patrimônios.

Jovens Influenciadores Cariocas Suburbanos: Suas Recomendações De Consumo Cidadão

Leandro Rangel (Universidade Federal Fluminense – UFF), Daniela Araujo (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

Resumo: O objetivo deste artigo é desenvolver reflexões quanto as imagens de influenciadores digitais jovens periféricos através do aplicativo Instagram, e questionar que talvez tais posicionamentos possam estar sendo utilizados para comercialização, quando estes promovem posts patrocinados permeados por contextos políticos de seus cotidianos. Como amostragem contextualizam-se alguns publiposts de influenciadores suburbanos do Rio de Janeiro e o objeto em análise é a representatividade de Raphael Vicente. Os movimentos de ressignificação de preconceitos e reconhecimento identitário são importantes, promovendo sobretudo mais sociabilidades, porém nos tempos atuais, alguns simbolismos estão sendo apropriados por ações publicitárias voltadas para nichos e gerando recomendações mercadológicas.

Debate: 14h40 – 15h15

Intervalo para o café: 15h15 – 15h30

Sessão 4 – Reunião do GT História da Publicidade e das Relações Públicas

15h30 – 17h00 / Sala Novo IACS

Coordenação/Mediação – Flavi Ferreira Lisboa Filho (UFSM) e Monica Franchi Carniello (UNITAU/ FATEC)

Coordenação Nacional: Ingrid Hötte Ambrogi, Glaucia Eneida Davino (Universidade Presbiteriana Mackenzie – UPM)

Coordenação local de apoio: Rachel Bertol (Universidade Federal Fluminense – UFF),  Leticia Matheus (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)


DIA 03 DE AGOSTO – MANHÃ

Sessão 1 – Perspectivas Contemporânea das Mídias

9h – 9h45 / Sala Novo IACS

Coordenação/Mediação – Rachel Bertol (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Paisagens Temporais, Práticas Comunicacionais e Racionalidades na História das Mídias

Lúcio Pereira Mello (Universidade de Brasília – UnB)

Resumo: O ensaio apresenta a ideia de paisagem de sobreposição temporal como uma abordagem possível para o campo da História da Mídia compreender processo e práticas comunicacionais para além de uma visão historiográfica linear. Compreendendo o campo da comunicação como um conjunto de práticas (Bourdieu, 2002) e tendo como perspectiva as relações de poder e sua governamentalidades (Foucault, 2008a e 2008b), apresentamos um esforço de sistematizar a história dos meios a partir das práticas comunicacionais. Consideraremos as diferentes razões de poder apresentadas por Foucault – pastoreio, soberania, disciplina e segurança/biopoder – como forma de compreender os agenciamentos, subjetivações e subjeções que atravessas as práticas comunicacionais muitas vezes de formas sobrepostas, solidárias, conflituosas, híbridas.

Entre aforismos e sondagens: a historiografia da mídia no pensamento de Marshall McLuhan

Fabio Frá Fernandes (Universidade Federal de Santa Maria – UFSM), Maria Ivete Trevisan Fossá (UFSM)

Resumo: Neste ensaio acadêmico-científico, ousamos, dentro das limitações editoriais, pautar o trabalho de Herbert Marshall McLuhan como um contributo teórico-metodológico para pensar a historiografia da mídia. Dialogarmos como suas sondagens filosóficas sobre as mudanças da mídia, expressas em sua escrita em mosaicos e aforismos, oferecem percepções sobre as transformações que as tecnologias causam ao longo da história humana, em um processo evolutivo e ecossistêmico. Pensar tais mudanças, envolve a ideia de que a mídia é um sistema complexo, interconectado, e que pode afetar ou utilizar formas e linguagens de outras tecnologias, tanto atuais quanto do passado. Ademais, lançamos mãos de algumas de suas principais probes (sondas) para evidenciar a importância de seu trabalho para a pesquisa em Comunicação e Mídia.

Repensar a história das mídias a partir de perspectivas relacionais e como projetos de poder O digital ainda evidenciaria limites na organização do conhecimento histórico

Rachel Bertol (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: O artigo discute até que ponto as formas de organizar o conhecimento (e as pesquisas) sobre a história das mídias ainda estariam atreladas a visões sobre o campo tributárias da perspectiva dos “suportes” midiáticos. Assim, discutem-se perspectivas teóricas que dão ênfase ao caráter relacional no estudo histórico das mídias, caráter que se torna mais evidente com o aprofundamento do digital no cotidiano. Contribuições da teoria das mídias e de pensadores como Didi-Huberman e Jonathan Crary são analisadas sob esse prisma, em que a história das mídias também é vista como complexo de organização de formas de poder.

Comunicação, Democracia e Direitos Humanos: reflexões acerca das origens desse trinômio e suas implicações na contemporaneidade.

Pedro Barreto Pereira (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: O presente trabalho é uma proposta de pesquisa em desenvolvimento. O que se pretende discutir são as origens comuns entre Comunicação, Democracia e Direitos Humanos na perspectiva ocidental e como elas apresentam consequências na compreensão contemporânea desses termos. Trataremos menos de conclusões do que de propostas e questionamentos. Analisaremos os termos através da perspectiva crítica, legada pela Escola de Frankfurt, em sua aplicação nas áreas da Comunicação e dos Direitos Humanos. A hipótese é de que origem liberal, universalizante jusnaturalista dos direitos humanos cria não apenas a categoria do “humano”, mas também do “não-humano”; do“cidadão” e do “não-cidadão”. Essa dicotomia entre aqueles que são dignos e os que não são dignos de direitos define o que se entende na contemporaneidade sobre a Democracia e tem implicações ainda sobre a compreensão da Comunicação, como um direito fundamental.

Debate: 9h45 – 10h15

Intervalo para café: 10h15 – 10h30   

Sessão 2 – Imagem do feminino na mídia

10h30 – 12h00 / Sala Novo IACS

Coordenação/Mediação –  Leticia Matheus (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)

A loucura numa viagem histórica pelos Congressos Nacionais da ALCAR

Ludmila Rancan Bissoli (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), Maria Lívia de Sá Roriz Aguiar (UFRJ)

*Concorrente ao Prêmio José Marques de Melo

Resumo: O trabalho procura identificar como tema da loucura é abordado nos trabalhos apresentados nos Congressos Nacionais da ALCAR, no período de 2011 a 2021. A partir da busca por palavras-chaves identificamos inicialmente o corpus mais geral da pesquisa. Mas, apesar de o termo estar presente em mais de oito dezenas de artigos, 75 não enfocam a loucura como questão teórica central. Assim, elegemos oito artigos que ao longo de dez anos foram apresentados nos Congressos. Em torno deste objeto empírico procuramos mostrar como a loucura é abordada, que relações os trabalhos estabelecem com a questão histórica e com o contexto social de maneira mais ampla. Complementamos a reflexão, apresentando os autores, nacionais e estrangeiros, mais citados nos artigos objeto desta análise.

A Representação feminina nas Revista Verde-Oliva e mídias sociais do Exército Brasileiro.

Sílvia Lúcia Pereira Duarte (Universidade Presbiteriana Mackenzie – SP UPM), Rosana M. P. B. Schwartz (Universidade Presbiteriana Mackenzie – SP UPM)

Resumo: Este artigo faz parte da tese (em andamento), sobre a inserção das mulheres, vivências e experiências no Exército Brasileiro. Foca nas imagens impressas e eletrônicas da instituição e da grande mídia, com o objetivo de problematizar as mudanças sociais, econômicas e culturais que levaram as mulheres a transformarem as relações de trabalho no espaço público e consequentemente na Força Terrestre. Percorre o tema sob a perspectiva da História do Presente, História Cultural e pela categoria de análise do cotidiano, centradas nas continuidades e rupturas históricas, imaginários sociais e representações.

A Construção da imagem de D. Leopoldina pela imprensa do Brasil no primeiro reinado

Gabriel Targino Martins Pires (Universidade Presbiteriana Mackenzie – SP UPM), Ingrid Hötte Ambrogi (Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP UPM)

Resumo: Este artigo busca descrever como se deu a construção da imagem de D. Leopoldina pela imprensa brasileira no período do império, analisando os relatos dos jornais brasileiros que estão disponíveis sobre sua chegada, vida como princesa na corte portuguesa e sua atuação no processo que resultou na independência do Brasil de Portugal. Ao longo do tempo, a historiografia brasileira foi dando cada vez mais, uma importância crescente à primeira imperatriz brasileira. Como personagem histórica ela sempre permaneceu, de algum modo, na memória social do povo brasileiro, mesmo que de modo implícito e não com o destaque necessário. D. Leopoldina tem ganhado cada vez mais espaço também na imprensa brasileira nas últimas décadas, sobretudo em momentos que retratam sobre a independência do país, dando cada vez mais importância em sua atuação como imperatriz.

Proibida escrita imoral: O esquecimento de Wilma Azevedo da história da mídia

Fernanda Machado Alves Bonfim (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), Iara Ferreira Germano (Universidade Federal de Uberlândia – UFU), Wedencley Alves (UFJF)

Resumo: Diferentemente de como ocorre nos Estados Unidos e na Europa, no Brasil há pouquíssimo registro e estudos sobre como a comunidade fetichista nacional surge, organiza-se e comunica-se. Porém, seus adeptos ainda compartilham seus conhecimentos sobre a jornalista pioneira da escrita sadomasoquista no país. A presente pesquisa questiona o esquecimento de Wilma Azevedo no registro e estudo da história da mídia em comparação com o número de trabalhos produzidos sobre outros produtores de conteúdo erótico literário. Com base no levantamento de dados de eventos acadêmicos da área da comunicação e da plataforma Lattes colocamos em diálogo o conhecimento de teóricos da comunicação, letras e ciências sociais para identificarmos possíveis razões para este esquecimento.

Debate:  10h05 – 10h15


DIA 03 DE AGOSTO – TARDE

Sessão 3 – Historiografia, política e cultura

14h – 15h15 / Sala Novo IACS

Coordenação/Mediação – Prof. Bruno Guimarães Martins (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG),  Pedro Barreto Pereira (UFF)

O Conservadorismo em um cenário disruptivo: um estudo da cobertura do Globo no impeachment de Fernando Collor

Pedro Domingos Brandi Cachapuz (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: O presente trabalho se propõe a discutir e identificar a matriz conservadora do jornal O Globo na cobertura editorial do processo de impeachment do presidente Fernando Collor, sendo selecionadas como fontes principais os editoriais publicados pelo jornal entre os dias 13 de maio de 1992 e 13 de janeiro de 1993. Tendo por base referências intelectuais do conservadorismo (BURKE, 2003; SCRUTON, 2015), e adotando sugestões da literatura de história (CAPELATO, 1988; CRUZ; PEIXOTO, 2007) e ciência política (EILDERS, 1997; FIRMSTONE, 2019) para análise de imprensa, objetivamos por correlacionar os argumentos do Globo em um cenário de instabilidade político-institucional à matriz conservadora, além de discutir, de modo breve, as especificidades da agenda do jornal no período selecionado.

A Rádio Nacional no Museu da Imagem e do Som

Akemi Nitahara  (Universidade Federal Fluminense – UFF)

Resumo: Principal emissora da Época de Ouro do Rádio no Brasil, a Rádio Nacional tem lugar de destaque no acervo do Museu da Imagem e do Som (MIS). Com papel fundamental na difusão e consolidação da cultura nacional, bem como nos primórdios da cultura de massa e da indústria cultural no país, a emissora teve papel fundamental na história da radiodifusão brasileira e seu acervo continua de grande relevância para a academia e a cultura nacionais. No novo MIS em Copacabana, o acervo ganhará apresentação moderna ao público. Traremos no presente trabalho um breve histórico da Rádio Nacional e um levantamento quantitativo do acervo da emissora sob guarda do MIS e da Empresa Brasil de Comunicação, embasado por conceitos como memória, acervo e guarda.

De quem é a memória que devemos lembrar: um estudo do jornal católico A Cruz, de Cuiabá-MT

Lucas Accioly Ghizzi (Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT)

Resumo: O presente trabalho visa discutir o papel da memória em dois artigos do jornal católico A Cruz (1910-1969), de Cuiabá-MT. Os artigos analisados são de autoria de José de Mesquita, intelectual ligado ao Instituto História de Mato Grosso e diretor do referido jornal entre 1925-1953, no qual publica a série Gente e Cousas de Antanho, sobre a história do Estado. Dois escritos desta série, “O Relógio da Catedral” e “A Missa do Espírito Santo”, nos servem de material para a reflexão do uso da memória para o fortalecimento de uma identidade no público-leitor do jornal. Neste sentido, com Michael Pollak e Pierre Nora iremos debater o contexto da publicação do periódico, em que a memória exerce forte influência, para, a partir de Paul Ricoeur, pensar a respeito da atribuição dessa memória em sua relação com a identidade.

Como repensar a historiografia da imprensa na província de Minas Gerais?

Bruno Guimarães Martins (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG)

Resumo: Como um caminho para revisitar a história da imprensa na província de Minas Gerais propomos neste artigo não apenas preencher lacunas, mas utilizar uma sensibilidade contemporânea capaz de ampliar os exercícios historiográficos com objetos e práticas de leitura que se encontram para além da imprensa e da cultura letrada. Dessa forma acreditamos ser possível explorar e explicitar fraturas de uma historiografia moderna que ao construir uma ordem evolutiva e linear, termina por amputar certos aspectos e conhecimentos do passado que podem ser importantes para que possamos trilhar novos caminhos futuros.

Configurações Contemporâneas dos Clubes de Assinaturas de Livros

Susana Azevedo Reis (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF), Christina Ferraz Musse (UFJF)

Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar um levantamento histórico e contemporâneo sobre os clubes de assinaturas de livros no Brasil. Para isso, iremos, primeiramente, definir o termo “clube de assinatura de livros”, discutindo quais são as principais características e modelos desse tipo de serviço, no decorrer da história mundial. Buscaremos também destacar os principais clubes da trajetória editorial brasileira, evidenciado suas contribuições para o mercado do livro e para os hábitos de leitura dos indivíduos. Por fim, apresentaremos um mapeamento dos clubes de livros atuais, que contemplam 140 planos de assinatura, destacando seus segmentos, similaridades e diferenças.

Movimento Arte na Rede (MAR): experiência e possibilidades no ensino de história

Alexandre Freitas Campos (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)

Resumo:  Este artigo é um relato de experiência que, amparado em autores do campo da história pública, dentre outros que pesquisam as relações entre redes digitais, patrimônio e história, descreve a concepção e realização dos vídeos do Movimento Arte na Rede, uma iniciativa da Secretaria de Governo e Relações Institucionais/Secretaria Executiva de Comunicação da Prefeitura de Angra dos Reis, setor no qual o autor deste artigo atua como assessor de Comunicação efetivo. Mais que um relato de experiência, o presente artigo traz algumas reflexões que visam contribuir às pesquisas sobre historiografia e mídia, com ênfase no patrimônio e uso das mídias para a educação, além de propor um exercício prático, inspirado nas discussões do campo da história pública, para uma eventual continuidade do MAR focado no ensino de história.

Debate: 15h00 – 15h20

Intervalo para o café: 15h15 – 15h30  

Sessão 4 – Narrativas imagéticas e memória

15h30 – 17h00 / Sala Novo IACS

Coordenação/Mediação – Paulo Cezar Barbosa Mello (Universidade Presbiteriana Mackenzie), Edvaldo Siqueira Albuquerque (Universidade Federal do Ceará – UFC)

Folhas de Contato: arquivo oficial e o rosto sem legenda

Edvaldo Siqueira Albuquerque (Universidade Federal do Ceará – UFC), Tiago Pedro de Araújo Pereira (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

Resumo: Através de uma análise crítica a um visionamento detido de arquivo físico, institucional e burocrático ao Museu da imagem e do som de Mato Grosso do Sul, ensejamos propor aqui outros olhares acerca de um rico material fotográfico seriado, este que é conhecido no âmbito imagético como “Folhas de contato”. Metodologicamente, como numa exumação a este arquivo oficial, se procedeu uma observação dedicada durante algumas semanas de minúcias descritivas a fim de desenvolver-se através de notas de caderneta essa análise que aqui propomos.

A imagem fotográfica e a construção identitária cotidiana como um retrato do tempo das plataformas.

Jader Lúcio da Silva Jr (Universidade Federal Fluminense – UFF), Alexandre Farbiarz (UFF)

Resumo: Nesse estudo, articula-se que a construção da identidade por meio da imagem faz parte da linguagem cotidiana nas redes sociais. A fotografia pode ser relida como parte da identidade voltado ao consumo (LEFEBVRE, 1991) e publicizada como mercadoria (BAUMAN, 2008), a partir dos conceitos de Roland Barthes sobre a foto publicitária, lidos por uma perspectiva historiográfica das práticas cotidianas de subjetivação por meio da imagem. É articulado que a fotografia, como parte da imagem, expressa uma linguagem capaz de compor e publicizar a identidade nas redes sociais, que os conceitos de Barthes sobre a fotografia publicitária podem ser aplicados à análise das imagens no cotidiano voltado ao consumo e que a constante releitura das maneiras de nos expressarmos como sociedade é importante para a conformação da imagem histórica que a própria sociedade faz de si mesma.

Festival De Cinema De Teresópolis: o Pioneiro Esquecido

Thábata Secchin Siqueira (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF)

Resumo: Este artigo busca apresentar a importância da rememoração como forma de contribuição para a história dos festivais de cinema brasileiros. Demonstrando a descentralização de espaços de poder vindo das capitais. Assim, trazendo novas possibilidades narrativas para a história de tais eventos. O artigo tem como ponto de partida as inconsistências encontradas ao pesquisar sobre os festivais de cinema no Brasil e suas implicações na memória coletiva. A conservação da memória é importante para a reflexão e criação de novas narrativas compatíveis com o desenvolvimento do país.

Mídia: Identidades e Culturas

Paulo Cezar Barbosa Mello (Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP UPM), Mariana Pardo Crivellaro (Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP UPM), Monica Gutierrez Estevez Brancher (Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP UPM)

Resumo: Um compilado de três pesquisas em andamento que são norteadas pelas revoluções da história e da mídia. Uma breve apresentação dos autores discutidos entre os pesquisadores é apresentada como introdução e depois um relato simplificado de como estão seus desenvolvimentos. O primeiro texto é referente à pesquisa de pós-doutoramento, no qual as paredes e muros da cidade de São Paulo servem de mídia para o pixo e outras marcas, denotando uma sociedade não vista. O segundo texto refere-se ao início da pesquisa dos reality shows gastronômicos e suas reverberações na sociedade. E o terceiro texto, também sobre as questões da gastronomia, mas com o foco na educação social.

Debate: 16h30 – 17h00

4 de agosto

Das 9h às 11h

1) História das Agências de Notícias no Brasil: metodologia e fontes de pesquisa (J3 Sala B)

Pedro Aguiar (UFF)

Akemi Nitahara Souza (UFF)

João Pedro Sabadini (UFF)

Ementa: Abordaremos a história das agências de notícias no Brasil, preparando as celebrações do sesquicentenário do setor em 2024, indicando fontes documentais, hemerográficas e bibliográficas, além do referencial teórico-metodológico, para pesquisadores interessados em desbravar este objeto ainda pouco explorado. Serão tratadas paralelamente as trajetórias das agências de notícias estrangeiras que a partir de 1874 operaram no Brasil e/ou forneceram serviços à imprensa brasileira (Havas, Reuters, United Press e UPI, Associated Press, EFE, TASS, etc.) e das agências de notícias fundadas no Brasil e geridas por brasileiros (AAT, Meridional, Agência Nacional, Agência Brasil, Agência JB, Agência Estado/Broadcast, Folhapress, Agência O Globo etc.). Mesmo prestes a completar 150 anos e protagonizada por nomes célebres, como Olavo Bilac, Sérgio Buarque de Holanda, Monteiro Lobato, Menotti del Picchia e Austregésilo de Athayde, esta ainda é uma história sem corpo bibliográfico consolidado e frequentemente ignorada nos compêndios da área. Nas duas horas de duração, serão apresentadas linhas gerais do histórico do setor, instituições-chave da documentação disponível, equívocos comuns e as especificidades do objeto “agências”, cujas operações são estruturalmente diferentes de impressos, da radiodifusão e de veículos digitais. O minicurso é derivado do projeto de pesquisa “História das Agências de Notícias Brasileiras e das Agências de Notícias Estrangeiras no Brasil”, atualmente em andamento na UFF. Os proponentes são vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da UFF, com atuações profissional e de pesquisa específicas no tema.

2) Historiografia digital: caminhos possíveis para pesquisas em Comunicação com arquivos e acervos online (J3 Sala A)

Talita Souza Magnolo (UFJF)

Pedro Augusto Silva Miranda (UFJF)

Ana Paula Dessupoio Chaves (UFJF)

Ementa: “Memória é um ato de vida”, como nos adverte Barbosa (2022). Nos últimos anos, presenciamos, exponencialmente, a disputa pela nossa história, diante de disseminações de notícias falsas e o crescente negacionismo. Como pesquisadores da História das Mídias, temos como dever, demonstrar, através de nossas pesquisas, como documentos, materiais de acervo e arquivos nos ajudam a (re)construir a história dos meios e da sociedade, ou parte dela. Somado a este contexto de disputas, vivemos, desde 2020, a pandemia de Covid-19, em que os acervos físicos ficaram por vezes inacessíveis com o lockdown das cidades. Portanto, processar arquivos digitais, acessar acervos e repositórios virtuais e tratar os documentos/dados digitais nunca se fez tão necessário. Partindo dessas premissas o minicurso tem como objetivo abordar a importância da pesquisa documental em acervos digitais online e como estes “lugares de memória” (NORA, 1984) oferecem possibilidades às pesquisas. Buscamos, portanto, apresentar possibilidades teórico-práticas aos participantes utilizando arquivos e acervos online brasileiros. O minicurso apresentará pesquisas na área da Comunicação, com diferentes temas, e que utilizam, ou podem utilizar, o método/técnica da pesquisa documental possibilitando, portanto, uma produção científica que esteja atenta e valorize os acervos digitais e sua potencialidade e que contribui para o avanço da historiografia da mídia.Espera-se que ao final do minicurso os participantes estejam aptos a (1) desenvolver pesquisas em acervos e arquivos online a partir de método/técnica científica; (2) tratar adequadamente os dados obtidos e (3) refletir criticamente sobre o material de arquivo e seus usos.

Plano de Ensino:

  1. Os conceitos de documento e arquivo;
  2. Conhecendo os acervos e repositórios;
  3. Método e técnica de análise documental;
  4. O uso de material de acervo/arquivos nas pesquisas científicas em Comunicação.

3) Nostalgias nas/das mídias: conceitos e aplicações (J8 Sala A)

Talitha Ferraz (ESPM-Rio e UFF)

Ementa: O minicurso tem como objetivo explorar proximidades entre temas e objetos do campo dos estudos de mídia e os estudos contemporâneos da nostalgia. Observaremos como alguns estilos, usos, estruturas emotivas e articulações dos discursos, expressões e práticas nostálgicas modelam, atravessam, mediam e instrumentalizam uma série de aspectos do universo midiático, em especial aqueles ligados a ordens estético-narrativas, tecnológicas/ técnicas, históricas, socioculturais, políticas e industriais/ mercadológicas. Trabalharemos com base em algumas referências e casos que se debruçam e se ligam a diversas manifestações nostálgicas nas/das mídias na contemporaneidade, com foco, principalmente, na esfera do audiovisual. Quais são as possíveis interlocuções de produtos e processos midiáticos com visões mais plurais acerca da nostalgia hoje? O que dizer das relações entre espaços, tempos e imaginários midiáticos e suas vizinhanças com a nostalgia, a utopia, a retrotopia, a distopia e o retrofuturismo, por exemplo? Como pensar os exercícios de nostalgia nos discursos e práticas das audiências, no que se refere à produção de memórias, identidades e subjetividades engendradas no âmbito das mídias? O que dizer a respeito da tecnostalgia nos contextos de dispositivos, espectatorialidades, imagens e estéticas do audiovisual? De que forma podemos analisar e criticar os investimentos da comodificação da nostalgia, verificando os procedimentos de modos e estilos nostálgicos no universo midiático, em especial, no audiovisual contemporâneo? Apesar de lidar com autoras e autores, em sua grande maioria, europeus e norteamericanos estadunidenses, o curso tem como propósito não elipsar as especificidades dos regimes de historicidade de nossos contextos socioculturais e arranjos tecno-midiáticos, que muito se diferem das configurações sociais, históricas, materiais, geográficas, políticas e econômicas dos locais de onde a literatura ‘mais consagrada’ (clássica ou recente) sobre dinâmicas nostálgicas ou “nostalgizantes” do campo das mídias provém. Ao final do minicurso, os estudantes serão convidados a debater, utilizando o ferramental teórico estudado, casos concretos trazidos para a sala de aula.

Das 11h às 13h

… 

4) Análise estrutural ricoueriana: uma opção metodológica (J10 Sala D)

Leticia Cantarela Matheus (UERJ)

Ementa: O objetivo do curso é oferecer uma visão metodológica sobre o conceito de narrativa de Paul Ricoeur, indo além do seu mecanismo triádico (mimeses 1, 2 e 3) e enfocando a estrutura temporal interna da narrativa. Primeiro, o curso descreve o conceito de narrativa, com base no livro Tempo e Narrativa, vol 1, para, em seguida, detalhar a proposta de análise estrutural que se encontra no tomo 2 da mesma obra. Por fim, aplica esse quadro teórico-metodológico brevemente a três obras a título de exemplo, sendo duas seriadas: duas obras ficcionais (um filme e um episódio de drama de época) disponíveis em streaming e outra documental (uma cobertura jornalística).

5) Por uma educação midiática: letramento digital, ética e crítica na Comunicação (J3 Sala B)

Pedro Henrique Conceição dos Santos (UFF)

Leandro Nogueira Rangel  (UFF)

Ementa: O minicurso visa oferecer um panorama sobre o que é a educação midiática em uma proposta vinculada aos estudos críticos da Comunicação. Partindo das reflexões de teóricos de nosso campo, como é o caso de Douglas Kellner, com intelectuais da área de educação, como Paulo Freire e bell hooks, pensaremos em estratégias pedagógicas que servirão para a compreensão e o combate do discurso opressor e dominante reproduzido nos meios de comunicação. Para tanto, acreditamos no processo de letramento digital associado com a reflexão ética como caminhos para subverter lógicas de dominação. O curso é dividido em duas unidades. A primeira visa discutir sobre o que consideramos por educação midiática e a segunda articula os conceitos de letramento digital, ética e crítica midiática através de ferramentas capazes de identificar processos de reprodução de visões hegemonizadas na Comunicação. Na primeira unidade, buscamos na percepção freiriana da Pedagogia do Oprimido meios para combater a falta de reflexão e propor a união entre a crítica presente em sua proposta conscientizadora e a visão contemporânea da decolonialidade e interseccionalidade como chaves para a ativação de afetações antes dispersas da esfera acadêmica, mas que são capazes de ativar processos de reflexão ímpares. Já na segunda unidade, discutimos sobre o que é o processo de letramento digital e sua importância na contemporaneidade; debatemos sobre a ética na Comunicação e sua importância para refletir o papel dos pesquisadores (stricto sensu), dos profissionais (lato senso) e dos consumidores do setor comunicacional; apresentamos ferramentas tanto teóricas quanto práticas capazes de propor uma atividade crítica perante as mídias. Acreditamos que nossa proposta se alinha com a chamada de minicursos, sendo uma proposta exequível dentro do espaço de duas horas, estabelecido pelo evento.

6) Teorias dos Direitos Humanos aplicadas à Comunicação (J8 Sala A)

Pedro Barreto Pereira (UFRJ e UFF)

Ementa: Este minicurso propõe estimular a reflexão acerca das teorias dos Direitos Humanos e suas aplicações teóricas e práticas na Comunicação. O que se pretende discutir são as origens comuns entre Comunicação e Direitos Humanos na perspectiva ocidental e como elas apresentam consequências na compreensão contemporânea desses termos. Trataremos menos de conclusões do que de propostas e questionamentos. Analisaremos os termos através da perspectiva crítica, legada pela Escola de Frankfurt, em sua aplicação nas áreas da Comunicação e dos Direitos Humanos. A hipótese é de que origem liberal, universalizante e jusnaturalista dos direitos humanos cria não apenas a categoria do “humano”, mas também do “não-humano”; do “cidadão” e do “não-cidadão”. Essa dicotomia entre aqueles que são dignos e os que não são dignos de direitos define o que se entende na contemporaneidade sobre a Democracia e tem implicações ainda sobre a compreensão da Comunicação, como um direito fundamental.

7)  Narrativas de Memória: o uso da História Oral como metodologia (J3 Sala A)

Ana Paula Dessupoio Chaves (UFJF)

Susana Azevedo Reis (UFJF)

Ementa: O objetivo do minicurso é oferecer aos inscritos um breve aporte teórico sobre os conceitos de memória e história. Discutir os seguintes temas: diferenças entre memória e história; memória seletiva, memória individual e coletiva; a memória como uma narrativa construída.

Além disso, será abordado a importância dos depoimentos orais nesse processo. Como eles se diferenciam dos registros materiais? Quais os tipos de histórias orais? (história oral de vida, tradição oral e história oral temática). Como último passo, será explicitado para os inscritos o passo a passo da Metodologia de História Oral, além de exemplificar na prática com algumas pesquisas já realizadas pelas proponentes. E durante o minicurso será disponibilizado um material de referência para os alunos, uma apostila elaborada pelas proponentes.

No minicurso os alunos poderão compreender a importância da História Oral nas narrativas de memória, além de refletirem sobre as diferenças entre essa metodologia e outros tipos de entrevista.  Além de ser uma metodologia importante para pesquisas que trabalham com a História do Presente, os resultados de projetos de História Oral podem ser utilizados para a criação de diversos produtos, como documentários, grandes reportagens, livros, etc. Os participantes terão acesso ao passo a passo de como executar a História Oral nas pesquisas, tendo como base a perspectiva do Museu da Pessoa.

Plano de Ensino:

  1. Diferenças entre os conceitos de memória e história;
  2. A importância da História Oral;
  3. Metodologia de História Oral;
  4. Diretrizes de um projeto: princípios do Museu da Pessoa.

8) Mãe perfeita não existe: o impacto das mídias na construção do ideal da maternidade (J8 Sala B)

Mariana Ferraz Musse (ESPM)

Ementa: Pretende-se discutir o papel das mídias e suas diferenças na construção das imagens e dos discursos sobre o exercício da maternidade em nossa sociedade. Faremos um percurso teórico para compreender como as diferentes mídias, dentre elas cinema, televisão e redes sociais foram, ao longo do tempo, estruturando e representando a figura das mães em seus produtos audiovisuais. Pensaremos as relações e as diferenças entre as representações ou mesmo autorrepresentações quando tratamos das diferentes mídias e de como escolhas temáticas, textuais e imagéticas para construir as narrativas audiovisuais podem reafirmar padrões ou indicar novos caminhos para compreender porque a maternidade, hoje, estaria em “crise” se comparada a padrões e a um modelo standard amplamente difundidos, também, nos meios de comunicação. A partir de exemplos práticos, explanação de conceitos e discussões com o grupo, articularemos uma reflexão conectando as representações midiáticas com construção da ideia de maternidade ideal em nossa sociedade.

Das 14h30 às 16h30m

9) Jornalismo de soluções como cão de guarda da sociedade (J8 Sala B)

Antonio Simões (UEPB)

Ementa: Uma das clássicas funções do jornalismo é ser o cão de guarda sociedade. Nesse sentido, jornalistas utilizam as mais diversas estratégias para fiscalizar principalmente o poder público e denunciar questões como autoritarismo, corrupção, negligência, entre tantas outras que emergem diariamente, sob a forma de notícias e reportagens, em noticiários locais, regionais, nacionais e internacionais.

Porém, há uma nova forma de exercer esse nobre papel. A produção de narrativas com foco em soluções para os mais diversos problemas sociais, desde a crise climática até problemas de saúde pública, mobilidade urbana, educação, segurança, é uma das mais inovadoras abordagens do campo jornalístico para contribuir com a construção de um mundo com mais justiça social e preservação do meio ambiente.

O jornalismo de soluções, ao dar visibilidade para as repostas aos desafios sociais, revela caminhos que podem ser replicados por agentes públicos e também pela sociedade civil organizada para a superação das mazelas sociais. Assim, continua a exercer o papel de cão de guarda. Porém, vai além da denúncia e exerce pressão no poder público ao divulgar a existência de soluções factíveis de combate às desigualdades sociais.

Esse minicurso objetiva explicar o que é e como surgiu o jornalismo de soluções, suas características distintivas e como suas narrativas são estruturadas para gerar insights na audiência, aumentando a possibilidade da solução apresentada ser replicada e beneficiar outras comunidades, cidades e até mesmo regiões inteiras. A didática utilizada será baseada na exibição e análise de notícias tradicionais e de narrativas jornalísticas focadas em soluções, além da exposição do conceito de jornalismo de soluções e das suas principais características. Uma sala, com projetor e computador conectado à internet, é a infraestrutura necessária para ministrar o minicurso.

Conteúdo programático:

. História do jornalismo de soluções

. Conceito do jornalismo de soluções

. Características do jornalismo de soluções

. Cases de narrativas focadas em soluções

10) Carnaval e Mídia: A relação das escolas de samba com a Imprensa (J3 Sala B)

Carolina Cardoso Grimião (PPGMC)

Ementa: O objetivo é propor uma reflexão em cima da relação do Carnaval – especificamente das escolas de samba – com a mídia. Por meio de uma linha do tempo detalhada, destacar os principais marcos informacionais na história do Carnaval nos mais variados meios, até a atuação da mídia independente e da produção autoral das agremiações. Com isso, refletir sobre autonomia, relações comerciais para a transmissão dos desfiles, perspectivas dos veículos na cobertura carnavalesca e a produção alternativa da mídia independente e das próprias escolas em seus canais, sob os aspectos da narrativa, da linguagem, dos recursos e da identidade cultural.

11) Jornalismo de Dados e Lei de Acesso à Informação: Como usá-las para facilitar sua pesquisa (J8 Sala A)

Matheus Tamaino Brum (UFJF)

Ementa: A proposta do minicurso é abordar a Lei de Acesso à Informação, explicando como pode ser uma ferramenta para conseguir acesso a dados públicos que vão ajudar nas pesquisas. Junto com isso, usar técnicas de jornalismo de dados para poder manipular as informações conseguidas junto ao poder público e poder usá-las ao longo do desenvolvimento da pesquisa.

12) Inteligência Artificial: usos, impactos e vieses (J3 Sala A)

Julia Barroso da Silveira (UERJ)

Patrick Lara Marins  (UERJ)

Ementa: Nos últimos anos, as tecnologias avançadas de linguagem e de geração de imagens foram submetidas a um desenvolvimento sem precedentes, sendo integradas a softwares e disponibilizadas para usos diversos em sites da web. Nesse cenário, questionamentos éticos, teóricos e objetivos sobre os limites e possibilidades na exploração e uso da chamada Inteligência Artificial (IA) são trazidos à ordem do dia.

Retomando debates sobre o mito da neutralidade tecnológica e sobre processos de racialidade e sua relação com algoritmos, a proposta deste minicurso é dar um panorama das principais ferramentas de IA disponíveis para o público de usuários de internet, levantando possibilidades, riscos e problematizações. Para isso, o programa do minicurso irá privilegiar o debate sobre o uso de ferramentas como o ChatGPT em processos de aprendizagem e de autocuidado, além da geração algorítmica de imagens, sons e vídeos e a problemática da autoria.

Espera-se que, ao final do minicurso, o discente obtenha uma compreensão ampla e crítica das novas ferramentas de IA, de como funcionam e afetam as relações viabilizadas na interface humano-máquina; sendo, assim, capaz de discutir e especular de que forma tais tecnologias avançadas podem transformar a subjetividade de usuários e a sociedade em curto, médio e longo prazos.

13)  Prática e Teoria em Arquivos Audiovisuais de Televisão (J10 Sala E)

Daniela Pinheiro da Silva (CPDOC-FGV)

Maria Byington Leite de Castro (FCRB)

Ementa: O minicurso dialoga com duas questões: “Como realizar pesquisas em história das mídias e lidar com a pesquisa em acervos? Que cuidados os pesquisadores devem ter ao lidar com as mídias de outros tempos?” Para tal, compartilha-se casos de pesquisa audiovisual para novos programas de TV, séries, documentários, interprogramas. E introduz-se temas transdisciplinares, incluindo: Acesso; Conservação preventiva; Criação de metadados; Digitalização, Preservação audiovisual de longo prazo; Sistemas de gerenciamento de conteúdo e os Usuários.

Na virada do século XX ao XXI, do analógico ao digital, com multiplicação de formatos, hardwares, softwares, apenas localizar a mídia não garante acesso à informação outrora registrada. Mídias televisivas necessitam de maquinário histórico, considerado obsoleto pela indústria, faltam peças; acessar documentos audiovisuais em suportes e players de fabricantes diversos é um desafio.

Neste contexto, Ray Edmondson sistematizou – sob os auspícios da UNESCO, questões, conceitos e procedimentos discutidos com especialistas transnacionais na obra basilar Arquivística audiovisual: filosofia e princípios, cuja versão mais recente (2017) fundamenta este minicurso. E utiliza-se a enquete Where are you on the Timeline Survey? da Federação Internacional de Arquivos de Televisão (FIAT/IFTA) como um instrumento para fomentar grupos de trabalho, algo que será testado pelos participantes.

O questionário poderá facilitar a criação de políticas em cinco áreas: Formatos de preservação; Armazenamento em nuvem; Migração para sistemas de armazenamento digital em massa; Sistema de gerenciamento de conteúdo; Criação de Metadados; Acesso e Conexão com o Público, que são pilares na gestão de um arquivo audiovisual na atualidade.

Considerando-se o estudo Magnetic Tape Alert Project (UNESCO/IASA, 2020), o ano de 2025 é o prazo máximo para migração das mídias magnéticas para repositórios digitais, um apagão informacional se aproxima. Os programas de televisão sobreviventes podem estar depositados em arquivos públicos e/ou privados: em emissoras, instituições de memória, museus, universidades, coleções particulares, ou na melhor situação: em repositórios especializados, como o INA Media Pro, da França.

Participantes do minicurso receberão uma compilação de fontes de pesquisa em português, espanhol, inglês e francês para que os participantes possam se aprofundar através de documentos textuais e audiovisuais disponíveis gratuitamente online.

14) Cinema e emoção: estratégias políticas do melodrama na ficção e no documentário (J10 Sala D)

Jaques Lucas de Lemos Cavalcanti (UFSão Carlos)

Ementa: O curso vai tratar do melodrama no cinema, abordando as estratégias discursivas deste modo/gênero. Surgido em 1800 na França, o melodrama constitui-se como uma estética oriunda de formas performáticas teatrais e coletivas e do romance popular. Entende-se aqui o melodrama não apenas como um gênero, mas como um modo de experiência estética que age sobre os sentimentos através de uma estratégia de excessos, que torna visível, através de uma mobilização de sensações no espectador, o funcionamento do mundo moderno e o lugar dos justos e dos injustos, das vítimas e dos vilões.

Por conta de sua natureza intermidiática, pois se apropria de códigos e elementos narrativos de diversas linguagens artísticas para além do cinema, como o teatro, a literatura, a televisão e outros meios eletrônicos, o melodrama deve ser entendido como uma estratégia narrativa extremamente flexível e polivalente, composta por elementos de mobilização afetiva que podem aparecer de maneira indireta em diferentes contextos históricos e espaços geográficos.

Vamos debater e assistir trechos de filmes que formam a matriz clássica do melodrama, partindo do cinema americano e depois abrangendo produções audiovisuais de outros lugares do mundo, como a América Latina. O objetivo é fazer com que os alunos percebam a quase onipresença deste modo/gênero em diferentes produções audiovisuais e a recorrência da utilização de argumentos pautados numa lógica maniqueísta ficcional para justificar opiniões e posições políticas sobre eventos reais.

O conceito de imaginação melodramática será imprescindível para que se desenvolvam reflexões sobre os limites e possibilidades de articulação sentimental em narrativas legitimadas como regimes de verdade, como o campo do documentário e o telejornalismo, que em muitos casos, ainda compartilham da utopia de apresentar a realidade como uma unidade apreensível e o sujeito/personagem como uma categoria social. Para isso, utilizaremos algumas informações produzidas na pesquisa de mestrado em desenvolvimento, que propõe investigar os mecanismos do melodrama e sua relação com os documentários sobre o impeachment de Dilma Rousseff.

LANÇAMENTO DE LIVROS

1) Mídia e midiatização do cotidiano: Políticas, subjetividades e produção de sentidos no contemporâneo

Organizadores: Carla Baiense Felix, Patrícia Saldanha e Laura Bedran
Editora: Garamond

Sinopse:

O livro apresenta o resultado de investigações empíricas e reflexões teóricas de pesquisadores e pesquisadoras do Brasil e do exterior que compreendem a midiatização como processo social fundamental para as sociedades contemporâneas. Reúne 13 artigos, de autores como Muniz Sodré, Raquel Paiva e Michel Maffesoli, que revelam a diversidade de perspectivas e objetivos a partir dos quais se observam os efeitos da midiatização, de maneira complexa. São contribuições valiosas para o campo da Comunicação e de outras ciências, impactadas pelas transformações tecnológicas e sociais produzidas pelo aumento e alcance das mídias na vida em sociedade.

2) Eventos, como fazer acontecer? 10 estratégias de Relações Públicas para inovar no planejamento e organização de eventos no pós-pandemia

Autores: Fabio Frá Fernandes e Eugenia Maria Mariano da Rocha Barichello
Editora: Ria Editorial

Sinopse:

Em meio à pandemia da Covid-19 o setor de eventos, acostumado com a presencialidade física, viu-se descoberto quando os protocolos de distanciamento e isolamento social foram implantados e, mesmo após sua flexibilização, precisaram se reinventar para dar conta dos comportamentos sócio-organizacionais que emergiram. No entanto, nem todos estavam preparados para isso. De modo a contribuir com o setor e seus profissionais frente a crise sanitária, Eugenia Mariano da Rocha Barichello, Fabio Frá Fernandes e Roberta Hoffmann propõem nesse livro, dez estratégias de Relações Públicas para fazer um evento acontecer, independentemente de ser ele presencial, on-line ou híbrido. Para cumprir com esse objetivo, os autores recuperam acepções já consolidadas sobre o conceito de eventos, sintetizam e apresentam o seu entendimento sobre as perspectivas futuras para o campo de estudos e de práticas em eventos. Eugenia, Fabio e Roberta também atualizam as classificações e tipologias ao trazerem para a segunda década do século XXI, os preceitos básicos para a boa gestão de eventos à luz das Relações Públicas. Ademais, apresentam um conjunto de estratégias para inovar no planejamento e na organização de eventos no pós-pandemia, elaboradas a partir da experiência aplicada e multinível dos autores. No livro ainda são disponibilizados alguns materiais complementares para o processo de gestão de eventos, alguns de elaboração própria dos autores, e outros, baseados na experiência aplicada por outros profissionais. Eventos, como fazer acontecer? 10 estratégias de Relações Públicas para inovar no planejamento e organização de eventos no pós-pandemia é um convite à leitura para todas e todos que se interessam pelo campo de estudo e de práticas que circundam o setor de eventos. Acesso em: http://www.riaeditorial.com/index.php/eventos-como-fazer-acontecer/

3) As rugas que irrompem na superfície lisa da história: as formas clandestinas de informação nas décadas de 60/70 em Juiz de Fora

Autor: Ramsés Albertoni Barbosa
Editora: Editora da UFJF

Sinopse:

A pesquisa investiga as ruínas e os rastros discursivos, cujas formas narrativas foram capazes de se entranhar pelas frestas dos discursos hegemônicos e escaparem ao seu controle, e se articula em duas frentes complementares, História e Comunicação, cujas “afinidades eletivas concernem à reflexão acerca das instâncias de interlocução, aos limites e às possibilidades do diálogo entre duas epistemologias. Resgata-se, por meio de informações recolhidas em periódicos, processos jurídico-militares, relatórios das Comissões da Verdade no Brasil, depoimentos cedidos à Comissão Municipal da Verdade de Juiz de Fora, arquivos do DOPS-MG e do DEOPS-SP, além dos arquivos do governo dos EUA, parte da história de resistência à ditadura civil-militar de 1964 no Brasil, por parte de militantes políticos na cidade de Juiz de Fora, durante as décadas de 1960 e 1970. Esses indivíduos construíram pequenas redes colaborativas de informação, constituídas por manuscritos, cartas, bilhetes, panfletos e jornais clandestinos na tentativa de romper o cerco da censura e do arbítrio, enfrentando, inclusive, o silenciamento da imprensa. Identificam-se as estratégias discursivas utilizadas pela imprensa e pelas produções clandestinas para narrar os acontecimentos, interpretando quais foram os critérios utilizados para divulgar ou ocultar os fatos, pois analisar o papel desses discursos durante o período da ditadura civil-militar é procurar estabelecer um diálogo com a memória de uma época conturbada. Por conseguinte, foi necessário mapear as relações sociais, suas reconfigurações e suas diferentes formas de produção, avaliando seus impactos na produção, circulação e consumo de notícias, estabelecendo os fatos e agenciando a construção de um sentido do passado no presente, garantindo a problematização e a inteligibilidade das representações do passado que perduram na memória coletiva e que ajudaram a consolidar certas narrativas em detrimento de outras. Por meio da análise dos jornais clandestinos O Porrete e Luta, que circularam em Juiz de Fora no fim da década de 1960, documentados no Processo 5/69, e do jornal manuscrito Até Sempre 3, apreendido com os presos políticos do grupo Colina, na Penitenciária de Linhares, em abril de 1970, documentado no Processo 32/70, foi-nos possível identificar a resistência ao regime ditatorial. A reconstrução histórica foi possível por meio do arquivo de documentos oficiais que comprovam o que se tentou silenciar. Dessa forma, a análise procurou compreender as contradições desses documentos que refletem as atividades que lhes deram origem, pois foram produzidos na vigência de regimes de exceção.

4) Notícias da pacificação: outro olhar possível sobre uma realidade em conflito

Autor: Pedro Barreto Pereira
Editora: Editora UFRJ

Sinopse:

Notícias da pacificação: outro olhar possível sobre uma realidade em conflito, livro do jornalista e pesquisador Pedro Barreto Pereira, publicado pela Editora UFRJ, tem apresentação da deputada estadual Mônica Francisco e texto de quarta capa escrito pelo professor Muniz Sodré, da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ. E por que falar sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro anos após o seu ocaso? O questionamento que o autor propõe é justamente sobre a possibilidade de outros e distintos olhares sobre essa questão. No livro, Pereira conta o início e o fim da principal política de segurança pública fluminense, entre 2008 e 2016, sem deixar de lado outros aspectos, como a realização dos megaeventos e o processo de modificação do espaço urbano. Na obra, que é resultado de sua tese de doutorado, o autor investiga de que maneira o processo de produção jornalística contribuiu para a legitimação discursiva das ocupações policiais nas favelas cariocas. Recorda também outras políticas de segurança pública, antes e depois das UPPs, cujo discurso midiático influenciou o modo como o grande público as interpretou.

5) O fascismo infinito, no real e na ficção

Autor: Sergio Schargel Maia de Menezes
Editora: Bestiário

Sinopse:

O fascismo foi a maior inovação política do século XX. Um reacionarismo de massas sem precedentes, que não morre com Hitler em 1945. Muito se tem escrito sobre o fenômeno, principalmente no campo da história política. O fascismo infinito, no real e na ficção, de Sergio Schargel, dá continuidade ao debate, mas por meio de um elemento inédito: a ficção. Vencedor do Prêmio Abralic de Melhor Dissertação 2020-2021, o livro coloca literatura comparada em diálogo com teoria política para pensar não somente o que o fascismo foi, mas também o que poderia ter sido. Em outras palavras, como a ficção ajuda a compreender a ideologia fascista em todas as suas potencialidades, em um momento em que ela ressurge com força em todo o planeta. Para isso, o autor lança mão de discussão aprofundada sobre diversas obras ficcionais, desde romances a adaptações cinematográficas. É a partir de sua analise crítica e ousada que o presente livro deve se tornar leitura incontornável para o estudo do fascismo no passado e em nossos dias. Um fascismo que se refunda a partir das politicas dos sentimentos e da adaptação às condições contemporâneas. Um fascismo constituído como risco a ser entendido hoje e sempre, o fascismo eterno das palavras de Umbero Eco e revisitado na obra e no título de Sergio Schargel.

6) TEORIAS DO JORNALISMO E EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS: múltiplas perspectivas

Autores: Ana Paula Goulart de Andrade e Leonel Azevedo de Aguiar
Editora: Insular

Sinopse:

Teorias do Jornalismo e experiências profissionais: múltiplas perspectivas está divido em três partes. Com cinco capítulos, a primeira parte cruza a relação das práticas profissionais em jornalismo com as questões da credibilidade e do processo social de mediação. A segunda parte, também com cinco capítulos, está centrada na discussão das teorias do jornalismo e suas metodologias com as questões sociais contemporâneas, destacando-se a importância formação acadêmica para a sociedade e a democracia. Com seis capítulos, a parte três do livro aborda termos típicos do campo das teorias do jornalismo, como noticiabilidade e valores-notícia, além do conceito de informação jornalística.

7) A verdade dita é dura: jornalismo, história e ditadura militar no Brasil (do golpe de 1964 à Comissão Nacional da Verdade)

Autor: André Bonsanto
Editora: Dialética

Sinopse:

Este livro conta uma “história da verdade” do/no jornalismo, tendo como protagonistas os jornais Folha de S. Paulo e O Globo, nas suas íntimas, complexas e controversas relações com a ditadura militar no Brasil. Uma dura verdade, pois da ditadura estes jornais já buscaram se utilizar, apropriar e desvencilhar, costurando assim as suas próprias identidades e definindo, em linhas gerais, as bases daquilo que se constituiu como o “verdadeiro” jornalismo profissional praticado no país em tempos de democracia. Do golpe de 1964 à Comissão Nacional da Verdade, o leitor percorrerá nestas páginas um percurso que perpassa mais de meio século de história. Percurso capaz de evidenciar as (nem tão) “duras” verdades que o jornalismo construiu para si como dignas de serem reconhecidas, na sempre conflituosa relação que se dá entre lembranças e esquecimentos.

8) Jornalismo de Soluções

Autor: Antonio Simões Menezes
Editora: Appris

Sinopse:

O número de brasileiros que evitam notícias vem aumentando. Conforme o Digital News Report 2022, Relatório do Reuters Institute, 54% dos entrevistados afirmaram que muitas vezes, ou às vezes, deixam de acompanhar notícias. Em 2019, a evasão de notícias era de 34%. A causa: “fadiga de más notícias”. Porém, há como reverter essa situação. Um dos principais caminhos para vencer a crise vivenciada pelo jornalismo é apresentado detalhadamente no livro Jornalismo de Soluções, do professor e jornalista Antonio Simões. O autor conta como o foco às respostas aos desafios sociais pode contribuir significativamente para o jornalismo recuperar seu prestígio perante a maior parte da população. Antonio Simões argumenta que as narrativas jornalísticas devem ir além da denúncia e descrição de problemas e precisam contar como os desafios em áreas estratégicas, como saúde, meio ambiente, educação, mobilidade, por exemplo, estão sendo superados. O livro, que também analisa cases internacionais, nacionais e locais de jornalismo de soluções, explica o surgimento e desenvolvimento dessa nova abordagem no mundo, bem como sua chegada ao Brasil. Além disso, revela as correntes jornalísticas que influenciaram o seu nascimento. Há, ainda, uma espécie de passo a passo para a produção de histórias focadas em soluções. A obra oferece dados sobre a aceitação desse tipo de conteúdo pela audiência e revela que um de seus objetivos é gerar insights para que o cidadão sinta-se motivado e com informações fundamentais para ajudar a enfrentar os problemas. A leitura do livro desconstrói a ideia do jornalismo de soluções como uma espécie de assessoria de imprensa ou de uma mera propaganda. Afinal, um de seus pilares é demonstrar as limitações da solução enfocada. O rigor na apuração é outro elemento crucial nessa tipologia jornalística, já que as histórias devem conter dados e resultados que venham a comprovar a eficácia da ação reportada. A obra tem um grande potencial para ajudar o jornalismo a sair de anos de crise. Portanto, é uma leitura fundamental para professores, estudantes e profissionais desde a área da Comunicação até as Ciências Sociais, bem como qualquer pessoa que tenha vontade de saber como construir um mundo melhor.

9) JB um paradigma jornalístico: memória e identidade em narrativas míticas sobre o Jornal do Brasil

Autor: Itala Maduell Vieira
Editora: Autografia Editora

Sinopse:

Diz-se que foi o melhor jornal do Brasil. Que todo jornalista sonhava trabalhar lá. Que quem não trabalhou teve inveja. JB, um paradigma jornalístico – Memória e identidade em narrativas míticas sobre o Jornal do Brasil, da jornalista, professora e doutora em Comunicação Itala Maduell Vieira (PUC-Rio), nasceu da inquietação com a unanimidade que mobiliza gerações de jornalistas que lá atuaram, como a própria autora. Personificado, nasceu monarquista, foi popular e elitista, flertou e rompeu com a ditadura civil-militar nos anos 1960, morreu e ressuscitou tantas vezes. E modelou tacitamente comportamentos e práticas profissionais no século XX. Tomando o paradigma como método para tornar legíveis fenômenos históricos a partir de suas singularidades, como propõe Giorgio Agamben, Itala articula narrativas de jornalistas impressas nas páginas do jornal, da história da imprensa, de livros-tributo e outras ações de memória que mobilizam a comunidade jornalística.

10) Pandemia e (Des)Informação: mídia, imaginário e memória

Organizadores: Álvaro Nunes Larangeira, Juremir Machado da Silva, Moisés de Lemos Martins, Heloisa Juncklaus Preis Moraes, Philippe Joron e Mario Abel Bressan Júnior
Editora: Sulina

Sinopse:

Este terceiro livro da Rede de Pesquisa Jornalismo, Imaginário e Memória – REDE JIM tem como fundamento, diretriz e escopo o trabalho em rede. Foi assim da concepção em encontros remotos para a definição da temática norteadora das pesquisas à produção dos textos apresentados no também virtual V Seminário da REDE JIM – Pandemia e Desinformação, coordenado em outubro de 2021 pelos anfitriões docentes-pesquisadores profa. dra. Heloisa Juncklaus Preis Moraes e o prof. dr. Mario Abel Bressan Júnior, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem, da Universidade do Sul de Santa Catarina (PPGCL/Unisul). Os trabalhos, discutidos, amadurecidos e aperfeiçoados em conjunto, aqui estão publicados. A REDE JIM agrega 7 grupos de pesquisa de 5 estados brasileiros – Grupo de Tecnologias do Imaginário – GTI, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PPGCOM/PUCRS); Comunicação, Cidade e Memória – COMCIME e Nar- rativas Midiáticas e Dialogias – NAMIDIA, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (PPGCOM/UFJF); Núcleo de Estudos e Experimentações do Audiovisual e Multimídia – MUL- TIS, do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense (PPGMC/UFF); Imaginarium: Comunicação, Cultura, Imaginário e Sociedade, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (PPGCOM/UFMA) e, do PPGCL/Unisul, Memória, Afetos e Redes Convergentes (MARC) e Imaginário e Cotidiano – e, desde o ano passado, dois centros de pesquisa internacionais: o Labora- tório de Estudos Interdisciplinares sobre o Real e os Imaginários Sociais, da Universidade Paul-Valéry Montpellier 3 (França), e o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), da Universidade do Minho (Portugal).

As pesquisas deste volume versam sobre a pandemia na França e em Portugal; por que o Brasil foi e é assim; o lugar do jornalismo nestes tempos sombrios; as estratégias das narrativas audiovisuais no combate à desinforma- ção propostas por projeto de extensão; a legitimação do Kit-Covid por meio de um informe publicitário; a cobertura midiática do feminicídio no período pandêmico; a importância do domínio das técnicas e recursos midiáticos para a divulgação da ciência; a iconografia das covas no momento crítico do coronavírus no Brasil; memória teleafetiva e imaginário em Amor de mãe, novela interrompida e reelaborada; as fake news a culpar festas populares, como o Carnaval, pela propagação do vírus; o rádio expandido na pandemia; a revalorização dos cinemas drive-in; as obras literárias no ranking da leitura em 2020; o relato de mulheres jornalistas nas quarentenas e as estratégias de comunidades da Grande Vitória (ES) para conscientizar sobre a Covid-19.

11) A Mídia sob o Império da lei: Políticas de Regulação dos Meios de Comunicação no Brasil e na Argentina no Século XXI

Autor: Rodolfo Silva Marques
Editora: Editora Appris

Sinopse:

O livro A mídia sob o império da lei: as políticas de regulação dos meios de comunicação no Brasil e na Argentina no século XXI traz um conjunto de reflexões sobre uma temática extremamente relevante, que são as políticas de regulação da mídia aplicadas nas décadas recentes, em especial nos dois países sul-americanos escolhidos para a análise. O eixo causal estabelecido é buscar a interferência dos processos de regulação da mídia no funcionamento dos processos democráticos nos dois países. Os atuais modelos verificados no Brasil e na Argentina tendem a trazer prejuízos democráticos em ambas as nações.

12) Protagonismo Midiático e Pandemia: atravessar ruínas, reencantar o mundo

Autoras: Renata Rezende Ribeiro e Denise Tavares
Editora: Genio Editorial

Sinopse:

O livro Protagonismo Midiático e Pandemia é resultado de uma série de discussões realizadas pelo Grupo de Pesquisa Multis, durante os anos da pandemia de Covid -19. A obra, publicada em 2023, reúne 9 artigos, e versa sobre um território de incertezas, espantos e persistências e foi organizada em um percurso que traduz diferentes interrogações em relação aos protagonismos da mídia nestes cotidianos em que a pandemia norteou tão duramente nossas ações, reflexões e sentimentos. O Multis- Núcleo de Estudos e Experimentações do Audiovisual e Multimídia – é vinculado ao PPG Mídia e Cotidiano, da Universidade Federal Fluminense, desde 2013. Além da apresentação, os artigos apresentados na coletânea são: * PARADOXOS DO REENCANTAMENTO: pandemia, pseudociências e gnosticismo científico (Alan Mocellin) * DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E REENCANTAMENTO DO MUNDO: breve análise dos “astrônomos pops” Carl Sagan e Marcelo Gleiser (Alexandre Freitas Campos) * DURANTE A PANDEMIA: a vida encantada na Fanpage do analgésico Dorflex ( Letícia Feitosa Barreto e Denise Cristina Ayres Gomes) * COTIDIANOS DISTÓPICOS: a lgbtifobia em um Brasil desencantado (Diego de Souza Cotta) * A IMAGEM INTERDITADA: mulheres e visibilidade em BBBs da pandemia (Max Milliano Melo) * NÚMEROS, NOTIFICAÇÕES E A CEGUEIRA MORAL: um paralelo entre Black Mirror e os dados da pandemia (Daniel Scarcello) * MIDIATIZAÇÃO DO AMOR: um percurso na história das formas mediadas de encontros e encantos amorosos (Fernanda Costantino) *ENTRE A AMBIVALÊNCIA E A EPIFANIA: é possível reencantar o mundo pelos afetos midiatizados? (Renata Rezende Ribeiro) * DE VOLTA AO PARAÍSO: trilhas teóricas e midiáticas contemporâneas no reencantamento da natureza (Denise Tavares).

13) Experiências Metodológicas em Textualidades Midiáticas

Autor: Bruno Guimarães Martins
Editora: Relicário

Sinopse:

O livro foi produzido coletivamente pela linha de pesquisa Textualidades Midiáticas, do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da UFMG, e reflete o esforço de delinear desafios teóricos e metodológicos que orientam pesquisas situadas no entorno de processos discursivos, construções narrativas e dinâmicas semióticas, pensados a partir de materialidades verboaudiovisuais, associadas ou não às mais diversas mídias. Jornalismo, música, publicidade, redes sociais, cinema, rádio, ciência, televisão, podcasts, vídeos em plataformas digitais são algumas das materialidades que estão presentes nesta coletânea de artigos cujas autorias foram realizadas a partir de parcerias entre professores orientadores e discentes.

1º Fórum de Grupos de Pesquisa do XIV Encontro Nacional de História das Mídia

Grupo de Pesquisa:

Comunicação, Cidade e Memória (COMCIME)

Líderes: Christina Ferraz Musse e Talita Souza Magnolo

Instituição: UFJF

Grupo de Pesquisa:

Temporona: Coletivo de Ações em Temporalidades e Narrativas

Líderes: Phellipy Pereira Jácome

Instituição: UFMG